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EconomiaSão Carlos pode ter boom imobiliário com o relançamento do Minha Casa Minha Vida

São Carlos pode ter boom imobiliário com o relançamento do Minha Casa Minha Vida

Mudanças no programa federal podem beneficiar todas as faixas de renda, aquecer o mercado e ter implicações urbanas importantes

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As mudanças no programa Minha Casa Minha Vida do governo federal devem repercutir de forma positiva no mercado de construção civil em São Carlos e região. É o que avaliam diferentes observadores do setor.

O mercado da cidade, que já está aquecido desde o início do ano, pode ter um “boom” com as melhorias do programa, que teve redução na taxa de juros, ampliação do valor máximo dos imóveis e atualização das faixas de renda.

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José Pedro Donadon, CEO da ADN Construtora, avalia que as mudanças no Minha Casa Minha Vida devem melhorar o ambiente de negócios. O empresário destaca o aumento do limite da Faixa 3, que passou de R$ 208 mil – em São Carlos – para R$ 350 mil. Imóveis que atualmente atendem a faixa mais alta de renda e não são enquadrados no MCMV poderão ser beneficiados pela iniciativa federal, por exemplo.

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“Nos últimos dois anos, tivemos a inflação, o INCC (Índice Nacional de Construção Civil, do IBGE), que mede os insumos da construção, muito elevado, e isso pressionou para a gente subir os preços dos empreendimentos, o que acabou esbarrando no teto do programa. Então, não conseguíamos operar nessas cidades onde o teto estava muito baixo, em R$ 208 mil”, relata.

A expansão do teto do programa também afeta os negócios para as faixas 1 e 2 do Minha Casa. O limite, agora nacional, passou para R$ 264 mil, acima, inclusive, do antigo valor da Faixa 3 para São Carlos.

O secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Wilson Marques, antevê uma mudança nos perfis dos empreendimentos protocolados na Prefeitura de São Carlos.

“Evidentemente, temos alguns prédios já aprovados que não pegavam essa faixa do MCMV e que vão se adequar para conseguir trazer para dentro do programa e ter o desconto. O que ocorre é que, para a construtora, a venda pode acontecer de forma muito mais rápida, o que viabiliza o projeto e entrega os empreendimentos mais rapidamente”, comenta.

MCMV pode impulsionar a verticalização na cidade. (Foto: Divulgação)

Para Marques, o cenário dos últimos anos foi “brusco”, com volumes de venda mais baixos, e agora poderá suprir a grande demanda da base da pirâmide econômica.

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O presidente do CreciSP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), Augusto Viana, avalia que os aprimoramentos do programa vão beneficiar todo o setor da construção civil, inclusive a comercialização de imóveis usados, agora permitida.

A última pesquisa realizada pelo próprio CreciSP revela que, em maio, o mercado imobiliário de São Carlos e região havia apresentado crescimento de 115% nas vendas de imóveis em comparação com abril. A maioria das moradias comercializadas era casa térrea, de dois dormitórios e com até 100 m² de área útil, com valores de até R$ 150 mil. A aceleração ocorre mesmo em um ambiente economicamente hostil patrocinado pelo Banco Central, que mantém a Selic em taxas altas, apesar de inflação baixa.

“Nós esperamos um aquecimento muito grande, até porque o programa agora permite a aquisição de imóveis usados. Há uma demanda reprimida muito grande, um déficit habitacional enorme, e o MCMV tem a possibilidade de abrir esse mercado para muita gente que hoje está pagando aluguel”, opina.

O contingente de famílias que pagam aluguel em São Carlos é grande. Sem um programa habitacional que atenda às faixas mais baixas de renda, o município tem convivido com um grande passivo habitacional.

Neste ano, cerca de 16 mil famílias se inscreveram no Cadastro Habitacional promovido pela Prohab (Progresso e Habitação de São Carlos). Do total, 12,3 mil inscritos alegaram renda salarial de até dois salários mínimos, o que mostra a dimensão da demanda habitacional daquilo que o programa entende como Faixa 1.

O município tem buscado formas de atender à demanda, com tratativas com São Paulo e Brasília em busca de recursos para a construção de moradias, principalmente para as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Além de propiciar moradias mais dignas às famílias, principal objetivo do programa, para a economista Paula Velho, a injeção de recursos no Minha Casa Minha Vida deve trazer benefícios econômicos para São Carlos e região de forma indireta.

Economistas estimam que a cada real investido em subsídio para a casa própria, R$ 0,50 entram na economia na forma de melhoria salarial para os trabalhadores do ramo da construção. Em São Carlos, cerca de 3,4 mil pessoas têm contrato com carteira assinada nesse setor econômico.

“Isso tem um impacto direto na renda do trabalhador. Então, isso é fantástico, porque o setor da construção civil demanda muita mão de obra, principalmente a de menor qualificação. Então, tem um efeito indireto muito grande”, analisa.

Outro benefício, também indireto, é que parte do próprio subsídio volta ao governo na forma de impostos, na proporção de 16%.

Mais um ponto avaliado por Paula é o crescimento do PIB na cidade e na região. Mais dinheiro circulando na economia local significa lojas mais cheias e carrinhos de supermercado mais lotados, por exemplo.

O município se beneficia, ainda, com a valorização dos terrenos. Aí reside uma das “facas de dois gumes” do programa e que exige supervisão e vigilância dos órgãos públicos. O crescimento desordenado e a verticalização impõem impactos que, se não compensados, podem gerar problemas futuros ao espaço urbano.

A construção de grandes condomínios verticais em locais sem viário urbano adequado ou empreendimentos de baixa renda nas franjas da cidade, em espaços sem serviços públicos já consolidados, podem exigir grandes investimentos por parte do poder público municipal, que fica com o ônus – e a bucha – de resolver o passivo.

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