Cerca de 300 trabalhadores da Volkswagen da fábrica de São Carlos (SP) vão entrar em férias coletivas a partir desta segunda-feira (21). Outros 110 da mesma planta já entraram na semana passada.
Segundo a empresa, a paralisação da produção é por conta da escassez de semicondutores que está “levando a vários gargalos de fornecimento em muitas indústrias globalmente.”
“Isso também gerou problemas no abastecimento da indústria automotiva ao redor do mundo desde a virada do ano. O resultado são adaptações em toda a indústria na produção de automóveis, o que também afeta as marcas do Grupo Volkswagen”, disse a empresa.
A paralisação das atividades deve durar dez dias, sendo retomada no próximo mês. Também ficarão paradas as áreas produtivas de São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR).
Prejuízo amenizado
Apesar de fora de programação, férias coletivas são menos danosas para os trabalhadores do que outras medidas que a empresa poderia ter tomado, segundo Júlio Henrique da Silva, trabalhador da Volkswagen e tesoureiro do sindicato.
“É ruim porque mexe com a vida dos trabalhadores de surpresa, ninguém estava esperando, mas férias coletivas é melhor do que outras medidas que a fábrica poderia vir adotar, como layoff, suspensão do contrato de trabalho, enfim, férias coletivas, a princípio, é a melhor atitude que a fábrica toma neste momento”, opina.
Cenário de agravamento
A paralisação da rede de mundial de suprimentos por conta da pandemia de Covid-19 represou parte da demanda por semicondutores, materiais conhecidos como chips. Com a volta das atividades em países com a vacinação mais avançada, houve uma alta na procura, desabastecendo mundialmente a indústria.
A empresa não descartou futuras paralisações caso o cenário global de fornecimento de semicondutores permaneça crítico, segundo a empresa, “impactando diretamente as atividades de produção da empresa no Brasil”.