A Justiça negou novo pedido do prefeito Airton Garcia (União Brasil) para barrar a Comissão Processante que pode tirá-lo do cargo. Em ofício encaminhado à Vara da Fazenda Pública, o mandatário pediu a anulação da abertura da investigação.
O prefeito de São Carlos é investigado por suposta omissão, quebra de decoro e negligência em caso de locação de terreno que consumiu cerca de R$ 300 mil em recursos públicos. O imóvel é de propriedade da família do político Júlio César Pereira de Souza, ex-candidato a prefeito e atual postulante a deputado estadual.
À Justiça o prefeito justificou o pedido de anulação da Processante devido ao fato de a Câmara Municipal ter autorizado o pagamento dos aluguéis, mediante abertura de créditos adicionais necessários para o pagamento de despesas não computadas e com dotação orçamentária insuficiente.
LEIA MAIS
Mercado está preocupado com alto endividamento da nova concessionária da SP-310
Após críticas, Prefeitura afirma que pedirá melhoria em pavimento na Dona Alexandrina
“Dessa forma, entende que, em respeito ao princípio da tipicidade administrativa, não existe hipótese legal de sanção administrativa para a pagamento de valores rescisórios ao contrato nº121/2010, porque não há ilegalidade, diante da expressa autorização da Câmara Municipal de São Carlos para o seu pagamento”, afirma a defesa.
A juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio entendeu que “em respeito ao princípio da separação de Poderes, não cabe analisar o mérito da decisão da Câmara”, salvo em caso de flagrante ilegalidade, “aparentemente inexistente”.
A juíza abriu prazo para a manifestação da Câmara Municipal.
Maratona de depoimentos
Com a continuidade dos trabalhos, a Comissão Processante seguirá com a fase de depoimentos, a partir de quarta-feira (21), com a oitiva do prefeito Airton Garcia.
No dia 21 serão ouvidos também o fiscal André Ricardo Zambon, Marlon Gelesky, Hilário Apolinário de Oliveira e Mário Luiz Paulino. O casal Rosângela Catani e Júlio César Pereira de Souza (ex-candidato a prefeito e que disputa cadeira de deputado estadual), ligados à empresa dona do terreno em que pairam suspeitas também vão depor.
Edson Fermiano, ex-secretário de Governo; Waldomiro Bueno de Oliveira; e o secretário da Fazenda, Mário Antunes, também têm depoimentos agendados para o dia.
Na quinta-feira (22), a nova rodada de depoimentos segue com Walcinyr Bragatto, Edmur Roiz, Valentim Camargo, Carlos Antonio Campos e Eurípedes Gouveia.
VEJA TAMBÉM
Eleitor pode levar colinha com o número do candidato para agilizar votação