8 de maio de 2024
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Conteúdo patrocinado EP Agro

Ensilagem de milho

Entenda o processo que conserva forragens e proporciona mais eficiência e lucratividade

Divulgação: Santa Helena

Wagner Tompson, consultor de silagem da Santa Helena Sementes, fala sobre o processo de ensilagem que destaca os pontos que o produtor deve se atentar para economia e maior eficiência na produção de leite.

Como era o processo de silagem e como se transformou em alto valor agregado?

O mercado de silagem veio crescendo e se tornando muito profissional e, mesmo com todos os avanços, nos deparamos com muitos desafios nas fazendas.

A silagem antigamente era uma estratégia para complementar o alimento nos períodos de seca produzia no verão e armazenava para a seca.

Atualmente o produtor rural está mudando sua percepção do negócio. Agora passou a ser um produto de alta tecnologia para atender demandas que exigem alta eficiência, animais de alta eficiência, confinados e de alto retorno no leite.

A silagem passou de um produto relativamente simples para um produto que tem que atender animais e sistemas de produção mais complexos, observando vacas com DEL elevado (dias em lactação), intervalo entre partos, dietas para atender vários lotes, e outros.

Hoje o produtor tem que enxergar a silagem como um produto de alto valor agregado e que vai se transformar em leite. Por isso, qualquer risco no produto ou qualquer falha nesse processo de ensilagem de milho vai comprometer o negócio de forma bastante complicada.

Como realizar a ensilagem de milho e fazer o armazenamento de forma adequada?

Respondendo à pergunta sobre como realizar esse processo da melhor forma possível, o produtor tem que ficar atento a escolha dos híbridos.

Hoje nós temos produtos que são específicos para atender o produtor de leite, ou seja, híbridos com alta eficiência em conversão em leite. Conseguimos isso através da pesquisa híbridos com alta taxa de conversão em leite em função da genética.

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Junto com a genética também tem a parte técnica. O produtor tem que estar acompanhado por um time técnico ou pessoas que consigam ajudar para fazer a melhor adubação, atendendo a demanda desse híbrido, já que é de alto investimento, alto teto e retorno. Assim, temos que ter uma atenção diferenciada para obter o melhor resultado dentro da fazenda.

Falando agora sobre os processos de silagem, precisamos colher o milho na época e com a matéria seca ideais com alto teor de amido, porque o que vai fazer o produtor economizar de fato na silagem é a presença de amido no milho.

Se o milho não tiver amido, ou seja, grãos, o produtor vai ter que gastar dinheiro com concentrados grãos, milho e soja.

Colher o milho antes da época faz com que ele perca o potencial produtivo da lavoura, porque o papel do milho é ter amido.

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Um dos maiores desafios que vemos é o produtor colher o milho sem aproveitar o potencial de investimento que ele fez na lavoura.

Uma das perguntas mais frequentes é com relação à compactação dessa silagem. Na sua opinião, por que há tantas dúvidas com relação a esse processo? 

O produtor tem muita informação, escuta muitas opiniões diferentes e acaba pecando no capricho final, que é onde ele vai obter sucesso.

Como seria isso?

Tem algumas contas que são feitas em que para cada tantos centímetros de silagem que você está trazendo do campo, tem que colocar um trator de toneladas.

Esse monitoramento no campo é muito difícil, porque hoje com uso de automotriz o volume de silagem que chega é muito alto e o produtor não consegue fazer esse acompanhamento. As coisas precisam ser mais práticas.

Como fazer essa compactação da melhor forma possível?

O vilão do silo é oxigênio e ele tem que ser eliminado para não dar problema.

Para isso, precisamos colocar um trator mais pesado no silo, sendo que a máquina tem que subir o silo, não descer.

Esse momento de compactação é importante porque a eficiência de compactação com o trator subindo no silo é muito maior do que descendo o silo.

Outra questão importante é sobre o tempo de compactação da silagem. Supondo que o produtor acabou de fazer o silo, encerrou e vai começar outro. Ao encerrar, o trator tem que ficar na área por mais um período com o objetivo de eliminar de fato esse oxigênio.

Para a eficiência ser maior, ele deve ficar de 2 a 4 horas no local, e esse capricho no final é fundamental para ele poder aproveitar melhor essa silagem.

Outro detalhe importante é justamente sobre o momento do fechamento do silo. Temos visto que a aplicação de inoculante naquela camada da superfície antes de fechar o silo está apresentando eficiência e evitado muitas perdas.

Além disso, devemos prestar atenção na forma que é realizada a vedação do silo, porque tem que eliminar o oxigênio para evitar a podridão da silagem.

Com relação ao inoculante, qual é a sua função em silagem?

Alguns anos atrás o inoculante era bastante discutido e hoje já está sendo bem consolidado.

Os inoculantes são bactérias lácticas que vão favorecer a fermentação láctica no silo. É a principal reação que acontece dentro do silo e promove o armazenamento do silo de forma a evitar perdas.

Isso porque a fermentação láctica produz ácido lático que vai reduzir o pH, que começou com bactérias acéticas, e se mantém em torno de 4 evitando a proliferação de outros micro-organismos.

São também bactérias anaeróbicas e sabemos que em ambiente anaeróbico também não se desenvolvem outros micro-organismos que podem ser deletérios da silagem.

Dessa forma, adicionamos bactérias benéficas na silagem para ela permanecer por um período maior e com a qualidade no armazenamento.

É importante lembrar também que a silagem é altamente dependente do processo de ensilagem. Uma silagem de milho, ou qualquer outro produto agrícola, nunca melhora depois que sai do campo, apenas vai manter o que foi feito na lavoura.

Outra dúvida comum entre os produtores é em quantos dias ele pode abrir seu silo e disponibilizar essas silagens para os seus animais? 

Geralmente quando você faz um silo dentro das recomendações, temos que esperar pelo menos 30 dias para ocorrer aquele processo de fermentação eficiente para que o animal consiga aproveitar melhor o alimento.

Divulgação: Santa Helena
Divulgação: Santa Helena

No entanto, temos visto o produtor abrir a silagem logo depois que fecha, resultado de uma demanda crescente da produção com áreas limitadas.

Ou seja, o produtor quer produzir mais leite, colocando mais vacas no sistema ou mais leite por vaca, mas para isso é preciso ter comida (silagem) para esse crescimento.

Hoje, o que o pessoal tem feito é o utilizar inoculantes, ou seja, bactérias lácticas no sistema para acelerar o processo fermentativo.

Fazendo um comparativo, se você não colocar inoculante essas bactérias vão se desenvolver automaticamente no silo e depois de 30 dias esse processo ocorre, de acordo com a literatura.

Já com utilização de inoculante, a partir de uma semana ou 10 dias você já pode usar esse silo, porque houve aceleração do processo fermentativo.

Portanto, o silo pode ser utilizado em 10 dias com uso de inoculante e depois de 30 dias sem inoculante.

Isso é importante para aproveitar melhor o amido que passou por um processo fermentativo, a fibra, qualidade do alimento de uma forma geral e a disponibilidade em conversão em leite.

Levando para o lado da gestão de custo da silagem de milho, qual que seria a sua orientação?

São muitas coisas que o produtor tem que observar. Fazendo uma analogia com análise de solo: para não gastar mais adubo que está caro devemos corrigir o solo e depois fazer uma adubação em função da expectativa de produtividade atendendo a silagem, ou qualquer outra cultura.

Da mesma forma ocorre com análises bromatológicas e a dieta animal. Se o produtor não faz análises bromatológicas para elaborar a dieta e saber o que de fato tem naquele naquela silagem (o teor de amido, digestibilidade de fibra, nível de proteína, fibras aproveitáveis etc.), ele pode cometer um erro muito grande que seria gastar dinheiro com fubá, milho, soja, concentrados sem precisar.

Já vi muitas vezes o produtor que tem uma receita pronta de dieta adicionando milho e fubá, prejudicando o animal porque sabemos que o excesso de amido pode causar problema de casco, torção de abomaso e uma série de problemas relacionados dieta.

O fator fundamental seria a economia. Economizar hoje em compra de fubá de milho é uma ótima economia, estamos falando do milho a mais de 80 reais o saco.

Hoje sabemos que o leite é uma commodity e o produtor não consegue regular o seu preço. Sendo assim, dentro da fazenda o produto que vai ser mais eficiente no custo é justamente no volumoso que ele traz do campo.

Então perceba que se o produtor não fizer análise bromatológica da silagem que vem do campo, pode acabar gastando dinheiro a mais com ração.

Então esse é o ponto quando falamos da importância de fazer essa análise da silagem para ser mais assertivo na dieta e gastar menos dinheiro.

A Santa Helena Sementes tem todo know-how para auxiliar o produtor desde a escolha da semente e até para os processos da ensilagem?

O nosso grande papel como técnico e como empresa do agronegócio que vende uma semente é atender o produtor que, para mim, é soberano.

Nós temos que atender sua expectativa e quando falamos de leite e o know-how que a Santa Helena tem nessa questão de um híbrido para silagem, concluímos que realmente estamos preparados.

O produtor tem que começar a perguntar para as empresas de sementes de milho se aquele milho é bom no leite e a resposta tem que ser baseada em pesquisas.

Nós fazemos pesquisas, temos um centro de pesquisa onde validamos esses híbridos tanto in vivo como in vitro, tanto em laboratórios, como em animais.

Centro de pesquisa em Patrocínio-MG, pertencente ao Grupo Agroceres o qual a Santa Helena Sementes faz parte, onde são testados os híbridos para silagem. Divulgação: Santa Helena.
Centro de pesquisa em Patrocínio-MG, pertencente ao Grupo Agroceres o qual a Santa Helena Sementes faz parte, onde são testados os híbridos para silagem. Divulgação: Santa Helena.

Tudo com estatísticas validadas em períodos, porque não adianta fazer uma análise rápida, já que a silagem deve ser analisada por período.

Portanto, quando trazemos essas informações, queremos trazer o milho para atender o mercado de leite e elas são baseadas em pesquisa.

Nós não podemos chegar no produtor e simplesmente falar que ele é bom no leite. Precisamos mostrar as informações validadas e é o que fazemos nos nossos centros de pesquisa para que tenhamos informação com coerência, qualidade e propriedade.

O produtor de leite precisa disso e nós como técnicos e uma empresa de sementes, que está levando um produto de alta qualidade, de alta genética, com alta tecnologias e alto potencial produtivo, também temos que levar essa informação que esse milho é bom no leite e a Santa Helena está preparada para atender o mercado de leite.

Podcast Santa Dica 

O Santa Dica é o podcast de perguntas e respostas da Santa Helena Sementes. 

Os convidados são profissionais especialistas e experientes nas atividades do agro, abordando temas relevantes e debatidos do setor agropecuário, relacionados às culturas de milho e sorgo.

Veja também episódios do Santa Dica sobre quanto de silagem é preciso em uma propriedade.

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