O pulgão-verde foi a principal praga da cultura de sorgo na década de 70, 80, até os anos 90 e é causado pelo inseto com nome científico Schizaphis graminum.
Este pulgão coloniza a face inferior das folhas de sorgo, se alimenta na face inferior e provoca uma redução significativa da produção.
O pulgão verde por muito tempo foi a principal praga da cultura de sorgo do Brasil, no entanto, a partir do momento em que se identificou fontes de resistência genética a ele, foram desenvolvidas novas linhagens e novos híbridos tolerantes.
Além disso, uma outra situação foi o aparecimento de um controle biológico muito satisfatório, especialmente pelas joaninhas, crisopas e principalmente por uma vespinha que chamamos de micro-himenópteros.
Hoje, o pulgão-verde não é mais uma praga importante a cultura de sorgo. Porém, no final dos anos 2018/2019 apareceu no Brasil um outro tipo de pulgão que chamamos de pulgão-da-cana-de-açúcar (de coloração amarela) e, da mesma maneira que o pulgão-verde, coloniza a face interior da folha, suga a seiva da planta e a esgota rapidamente.
As primeiras observações que nós tivemos desse pulgão foi na safrinha de 2018/2019 e rapidamente ele se tornou uma praga extremamente importante para a cultura de sorgo.
Frequentemente observamos também uma mela na panícula do sorgo, isso também é em função do ataque do pulgão?
Não, são coisas distintas. Chamamos essa mela de doença de Ergot, uma doença causada por um fungo chamado Claviceps africana que aparece no momento do florescimento.
Quando temos florescimento de sorgo em dias mais frios, a produção de pólen é reduzida e, com isso, esse fungo consegue penetrar no estigma da flor, vai para o ovário da planta e o coloniza, impedindo a formação do grão, além disso produz essa substância açucarada ou esse mel que dá na panícula da planta.
Por ser açucarado, ao cair na folha pode promover o crescimento de fungos saprófitos. Esses fungos têm características parecidas com fumagina, mas com origens completamente diferentes.
Um é provocado pelo exsudato de uma praga (pulgão) e outro pelo exsudato próprio da planta como reação a uma doença fúngica, sendo que o Attack é tolerante ao pulgão e não tem relação a doença de Ergot.
Conheça o Attack, que oferece tolerância ao chamado pulgão-da-cana-de-açúcar
Attack é um gene natural de caráter dominante que existe no sorgo e que dá tolerância aos pulgões dessa cultura, tanto ao verde (Schizaphis graminum) quanto ao pulgão-da-cana-de-açúcar (Melanaphis sacchari).
Tendo em vista todo esse histórico dos pulgões no sorgo, rapidamente procuramos identificar e incorporar nos nossos híbridos Santa Helena uma tolerância genética à esses pulgões.
E se o produtor observar que tem pulgão em uma lavoura de Attack, ele deve se preocupar?
O modo de ação do Attack não elimina completamente o inseto, não é como um gene Bt que não deixa aparecer nenhuma lagarta na planta.
Diferente disso, esse gene proporciona uma tolerância da planta ao ataque de pulgão que não conseguirá se desenvolver, aumentando seu o ciclo de vida e dificultando oviposição, assim não haverá aumento na colônia do pulgão.
Então o que nós observamos no campo de uma lavoura com Attack? Poucos pulgões.
Diferente dos híbridos não tolerantes em que o pulgão forma colônias muito grandes, neste caso não teremos essa dimensão.
Não terá também a formação de fumagina, um fungo escuro que aparece na superfície da folha, o qual ocorre porque o pulgão em grande quantidade excreta um líquido açucarado que proporciona um aumento de fungos com coloração escura que cobrem a folha.
Então, se o produtor notar em híbridos Attack, disponível na Santa Helena no SHS 430, o aparecimento de algum pulgão pode ficar tranquilo e não deve entrar com aplicação de inseticidas.
Evitar a aplicação de piretróides, por exemplo, porque promove a diminuição de inimigos naturais, que é também um agente controlador do pulgão. Então monitore, olhe sempre para sua propriedade, mas não se preocupe, pode ter certeza de que as colônias de pulgão serão controladas.
O que mais devemos saber sobre o híbrido lançamento da Santa Helena, o SHS 430?
O SHS 430 é o nosso primeiro lançamento com essas características de tolerância ao pulgão-da-cana e ao pulgão-verde em decorrência da presença do Attack.
Além disso, o SHS 430 é um híbrido de alta produção, com ele conseguimos ganhar em competitividade com os nossos produtos internos e com os híbridos da concorrência. É um híbrido granífero de porte de aproximadamente 1,50m a 1,60m e recomendado para plantio de safrinha no Brasil Central.
É um lançamento Santa Helena que incorpora não só a tolerância ao pulgão-da-cana e ao pulgão-verde, mas que traz também uma alta produtividade e alta qualidade de grãos.