29 de abril de 2024
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EP Agro

O que estimulou a melhora na dieta de gado confinado?

Saiba quais são os fatores que enriqueceram a alimentação desses animais e podem elevar a produtividade

cabeças de vaca, comedouro
Pesquisa levou em consideração a alimentação de seis milhões de cabeça (Foto: Pxhere)

A qualidade da dieta do gado brasileiro em confinamento melhorou nos últimos 15 anos. É o que aponta uma pesquisa da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), em Jaboticabal (SP), realizada entre o final de 2023 e o início de 2024. 36 nutricionistas responsáveis pela alimentação de um total seis milhões de animais no país participaram do estudo, que analisou amostra correspondente a 80% dos bois confinados do Brasil.

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O que estimulou a melhora na dieta de gado confinado?

O dado que chamou atenção nessa pesquisa e pode explicar esta melhora é a diminuição da colocação de forragem (ingredientes volumosos) na dieta do gado. Essa parte da alimentação tem como principal em sua composição a silagem do milho, podendo conter silagem de capim e bagaço de cana às vezes.

Desde a primeira pesquisa sobre o assunto, divulgada em 2009, houve uma queda percentual de 13,1% no uso desses componentes na alimentação do gado confinado. Em oposição a isso, ingredientes concentrados, como grãos de cereais, considerados a principal fonte de energia para esses animais, cresceram na mesma porcentagem.

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Outro fator importante é a distribuição regrada dos alimentos aos bovinos, o que afeta positivamente a qualidade de alimentação. Entre os entrevistados, por exemplo, o método de descarregamento programado foi preferido por 80%.

“Pelo descarregamento programado […] é possível saber com mais precisão a quantidade requerida por cada grupo de animais, e há diversas alternativas tecnológicas para isso à disposição do criador”, afirmou o pesquisador doutor Danilo Millen, que já tem 15 anos de experiência na área.

Grão e Benefícios

Na alimentação, 92,7% desses nutricionistas priorizam o uso de milho. “Quanto menor a quantidade de volumoso na dieta, menor o custo operacional para o produtor. Além disso, a tendência é que o animal ganhe mais peso e permaneça menos tempo no confinamento”, explica o pesquisador.

O levantamento também foi capaz de apontar desdobramentos benéficos para o meio ambiente. Nos últimos 15 anos foram 13% a mais de clientes aderindo ao uso de coprodutos, sendo os mais comuns:

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  • Polpa cítrica (26,4%)
  • DDGs (20,5%)
  • Caroço de algodão (17,6%)
  • Torta de algodão (17,6%)
  • Casca de soja (8,8%)

Esses grãos secos de destilaria são coprodutos da indústria de etanol de milho, considerados não só alternativa econômica, como também de alta qualidade proteica à dieta de bovinos. “O aumento do consumo desses coprodutos pelo gado confinado é um ótimo sinal, pois os animais estão comendo resíduos nutritivos para eles e que, caso contrário, se transformariam em lixo na natureza”, diz Danilo.

A pesquisa revelou que há 42,3 milhões de cabeças destinadas ao abatimento na condição de confinamento, um salto de 4,9% em relação a 2021. Isto sinaliza um método que pode servir aos produtores que desejam mais produtividade em menos tempo.

Perfil do gado confinado

O Brasil já é o segundo país que mais confina no mundo, com rebanho estimado em 202,8 milhões de cabeças bovinas, com base nos dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). Esse número saltou em 3,3% de 2021 e representa 12,18% do rebanho mundial.

Além disso, a principal raça que é confinada no país é de origem indiana, chamada Nelore. Eram 80,9% dos clientes dos entrevistados usam dessa raça, a qual vem passando por melhoramento genético constantemente.

*Sob supervisão de Marcos Andrade

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Janaína Boaventura
Estagiária no Tudo EP e a A Cidade ON, é graduanda em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Adentrou no Grupo EP em 2024 e atua nos conteúdos digitais, enfaticamente com a parte textual.
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