3 de maio de 2024
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Educador em Ação

Leitura e vínculos afetivos desenvolvem confiança nos alunos

Projetos inscritos no Educador em Ação 2023 estimulam viagem pelo mundo da literatura e aconchego na proximidade das famílias e dos professores

Até o final do ano, turma da professora Michele terá conhecido as histórias de 22 livros
Até o final do ano, turma da professora Michele terá conhecido as histórias de 22 livros

Uma maleta viajante que permite às crianças viajar pelo mundo da literatura. Essa é a proposta do projeto “Maleta viajante”, desenvolvido pela professora Michele Varotto Machado, do CEMEI Prof. Homero Frei, e que foi um dos inscritos no Prêmio Educador em Ação deste ano.

A maleta fica na sala de aula e, a cada sexta-feira, é levada para casa por um dos alunos, sempre com um livro dentro e um “Diário das Histórias”. Na segunda-feira seguinte, ela retorna para a escola, momento em que a criança que estava em posse dela socializa, em uma roda de conversa, a leitura com a turma, além de um desenho sobre a parte de que mais gostou. Após ouvirem atentamente, os colegas fazem um registro das histórias.

A professora explica que, até o final do ano, o projeto vai contemplar 22 obras. Elas foram expostas previamente para as crianças, para que elas escolhessem qual gostariam de levar para casa. “Feito isso, coloquei o nome nos livros e estes ficaram guardados, esperando a vez de cada criança”.

A professora quer aproveitar o entusiasmo dos alunos para fechar parcerias com bibliotecas de São Carlos, para visitas. “Assim, eles poderão conhecer mais literaturas e explorar esses espaços e suas possibilidades”. Está previsto, ainda, um piquenique literário, para a troca de outras histórias trazidas de casa.

Michele é formada em Pedagogia, com mestrado e doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Fez estágio pós-doutoral na mesma instituição. “Minha área de pesquisa é a Educação Infantil, no que tange ao histórico desta e o desenvolvimento da criança de zero a cinco anos de idade”.

É professora efetiva na Rede Municipal de São Carlos na Educação Infantil desde 2016 e também atua no Ensino Superior, na formação de professores. Uma de suas alunas foi Lea da Silva Veras, a grande campeã do Educador em Ação.

“Sou encantada e apaixonada pela Educação Infantil e por todas as possibilidades que ela traz à formação humana. Defendo o protagonismo infantil por meio da exploração do mundo e de tudo que ele tem a nos oferecer, por meio do conhecimento científico e de práticas pedagógicas permeadas pela intencionalidade”, afirma Michele.

Professora Marta busca oferecer aos bebês ambiente cheio de possibilidades e instigante
Professora Marta busca oferecer aos bebês ambiente cheio de possibilidades e instigante

Sonho antigo
O encanto também é descrito pela professora Marta Luiza Ianhez Santos, do CEMEI Ruth Bloem Souto, que teve o projeto “Creche: um novo olhar para os bebês” também inscrito no prêmio.

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Ela conta que o sonho de ser professora é antigo. Mas só foi concretizado quando foi oferecido o curso noturno de Magistério em Ribeirão Bonito, onde morava, a 30 quilômetros de São Carlos. Antes, tinha dificuldade de estudar porque precisava trabalhar para ajudar no orçamento da família.

“Me casei e prossegui a formação conciliando trabalho, casa e maternidade. Não foi fácil. Algum tempo depois, veio a possibilidade de fazer o curso Normal Superior e Psicopedagogia. Gosto muito de me dedicar aos estudos, porque é importante que nossa formação seja contínua”.

Marta é professora na Educação Infantil há 29 anos. Passou por todas as fases, desde o berçário até salas com crianças de seis anos. Há oito anos, está na creche. “Sempre me encanto com o potencial, a beleza das trocas, interações e ensinamentos nas vivências com os bebês, mais ainda nos últimos anos, pós-pandemia, quando pudemos aprender e colocar em prática um atendimento de qualidade, uma relação de confiança e respeito com os bebês nessa fase da vida que é tão importante, a primeiríssima infância”.

Além dessa questão, Marta desenvolveu o projeto inscrito no Educador em Ação por entender a dor de mulheres que, como ela, precisam batalhar muito no dia a dia. Ela explica que, durante o isolamento social imposto pela pandemia, conheceu a Abordagem Pikler, criada pela pediatra húngara Emmi Pikler e fundamentada na observação de que os bebês são sujeitos ativos, necessitando de cuidados e de que os adultos ensinem a eles como fazer, antecipando suas posturas. Com a possibilidade de levar esse atendimento às creches públicas, Marta explica que a metodologia foi implementada na volta ao trabalho presencial, em 2022, para bebês que iniciaram o ano com sete, oito e nove meses.

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“Utilizamos os recursos disponíveis para oferecer um ambiente cheio de possibilidades e instigante para que os bebês realizassem suas pesquisas e explorações”. Antes, porém, de receber os bebês, foi feito contato com as famílias, que preencheram um formulário sobre os hábitos de cada um. Na creche, as famílias tiveram um tempo com os filhos, para que o estabelecimento de vínculos com os professores não fosse um processo traumático. Os bebês também puderam explorar livremente os ambientes, visando ao desenvolvimento de autonomia e criatividade.

“Percebemos, ao longo de todo o ano letivo, que os bebês são muito potentes quando lhes oferecemos um ambiente favorável e seguro para a conquista de suas competências. Quando mostramos que confiamos na capacidade e na competência deles, de forma a proporcionar liberdade para se movimentarem, eles se sentem capazes e confiantes, e buscam nosso olhar para celebrar cada conquista”.

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