Com a inserção das grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz) no grupo de risco do coronavírus pelo Ministério da Saúde brasileiro, ainda mais diante de uma pandemia por um agente ainda pouco conhecido, é evidente que bate o medo. Será que a gestante não transmite para o bebê? Pode haver complicações para o feto?
Ainda não há uma resposta conclusiva sobre esse assunto, mas estudos recentes sugerem que pode, sim, haver transmissão vertical de mãe para filho, ou seja, enquanto ele está no útero ou no momento do parto. Mas, atenção: não há nada conclusivo! Portanto, nada de gerar mais ansiedade nesse momento já tão delicado.
As pesquisas que sugerem a transmissão foram publicadas no The Journal of the American Medical Association (Jama). Uma delas analisou 33 nascimentos de crianças na China, cujas mães foram infectadas por coronavírus: três bebês tiveram resultado positivo. Nos três casos, não dá para afirmar que o vírus atravessou a placenta, uma vez que a coleta de sangue foi feita no dia seguinte ao parto. Também no Jama, com estudos realizados em Wuhan, epicentro da epidemia, um recém-nascido, que teve seu sangue recolhido duas horas após o nascimento, apresentou um nível elevado de anticorpos, que sugerem a infecção enquanto ele ainda estava no útero.
É muito cedo para tirar qualquer conclusão. No começo do mês de março, por exemplo, um estudo divulgado pelo The Lancet, que analisava nove nascimentos em Wuhan, mostrou que todos os bebês tinham nascido saudáveis, embora suas mães tivessem sido infectadas, e que não havia rastros do vírus no líquido amniótico, nem no cordão umbilical, nem no leite materno.
A boa notícia, em todos os casos, é que os bebês que apresentaram o vírus se recuperaram rapidamente e estão bem em seis ou sete dias. Como há poucos estudos e a amostra ainda é pequena, não é possível assegurar que haja transmissão. De todo modo, como as grávidas costumam ter uma imunidade mais baixa, é bom redobrar os cuidados e o isolamento nesta fase.
Amamentação e o Covid-19
Se você está com Covid-19 e tem um bebê que ainda mama no peito, pode ficar tranquila: não precisa interromper a amamentação. Não há evidências de transmissão pelo leite materno. O que pode ocorrer é passar o vírus durante a amamentação por causa da proximidade com boca e nariz da mãe.
Por isso, o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a mãe use máscara, higienize bem as mãos e continue amamentando o bebê. Lembrando sempre que o leite materno é rico em anticorpos para o bebê, especialmente nos primeiros dias após o parto.
Quer saber mais? BabyHome tem uma newsletter gratuita, para você saber como seu bebê se desenvolve na barriga, semana a semana. Saiba como assinar aqui.