20 de maio de 2024
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Gravidez e bebê

Vacina contra streptococcus B para grávidas: OMS pede urgência

Segundo a OMS, vacina contra streptococcus B poderia salvar vidas de milhões de bebês por ano, em todo o mundo. Entenda o que falta.

Segundo pesquisa da entidade, a infecção pela bactéria é uma causa importante de partos prematuros e mortes neonatais. Por isso, há a necessidade de urgência no desenvolvimento da vacina contra streptococcus B para as grávidas. Veja quais são os desafios, segundo especialistas. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados de uma pesquisa alarmante: a infecção da bolsa amniótica por streptococcus B causa 150 mil mortes de bebês anualmente pelo mundo. A bactéria também é responsável por mais de 500 mil partos prematuros e de outras sequelas a longo prazo para crianças. Com a intenção de reduzir esses números assustadores, a entidade pede urgência no desenvolvimento e na aprovação de uma vacina para grávidas. 

“Atualmente, o estreptococo do grupo B (EGB) é a principal causa mundial de infecção invasiva em neonatos, representada principalmente pela sepse neonatal e meningite”, aponta a imunologista Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), em entrevista exclusiva a BabyHome. 

 

Vacina contra streptococcus B para grávidas: quando poderemos ter uma? 


A vacinação materna poderia salvar as vidas de milhares de bebês nos próximos anos. É o que afirma Joy Lawn, diretora do Centro de Saúde Reprodutiva Materno Adolescente e Infantil da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido. “Ainda assim, em 30 anos desde que isso foi proposto pela primeira vez, o mundo ainda não conseguiu entregar uma vacina. Agora, é a hora de agir para proteger os cidadãos mais vulneráveis do mundo”, diz.  

Para Lorena de Castro Diniz, a vacina é uma alternativa promissora ao uso do tratamento feito com antibióticos durante o parto, método usado atualmente. “Os estudos demonstram uma elevada custo-efetividade. Isso tanto da vacinação isolada, quanto da associação entre vacinação e profilaxia com antibiótico intraparto”, afirma a imunologista.
 


Desenvolvimento do imunizante: o que falta?
 

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O grande desafio dos cientistas que buscam desenvolver o imunizante é conseguir conjugar as diferentes cepas de streptococcus. “Além disso, para que o benefício esperado seja atingido, é necessária uma boa aceitação materna e dos profissionais de saúde. A vacina induz anticorpos soro- 4 específicos contra a cápsula polissacarídea do streptococcus. Tem a vantagem de prevenir a forma precoce e tardia da doença”, explica a médica. 

 

Em geral, as vacinas levam anos e até décadas para serem desenvolvidas e propriamente testadas. No entanto, nos últimos dois anos, o mundo viu um esforço coletivo. Em uma situação ameaçadora, a ciência conseguiu superar barreiras. Imunizantes eficazes, que estão salvando bilhões de vidas, em todo o mundo, da covid-19, foram aprovados em tempo recorde. Isso pode transformar o desenvolvimento de vacinas, de forma positiva, para sempre.  

“Com a experiência adquirida no mundo, pesquisas e novas tecnologias, além de aumento dos parques industriais de vacinas, teremos, sim, em breve, novas vacinas contra doenças imunopreveníveis, que ainda não estão disponíveis”, diz Lorena. A vacina contra streptococcus B pode ser uma delas. “O mundo está presenciando a segurança e a eficácia da vacinação como uma ferramenta poderosa com controle de doenças avassaladoras, como é o caso da covid-19”, completa.  

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Streptococcus B: entenda o problema
 

Em média, de acordo com a OMS, 15%  de todas as gestantes do mundo – quase 20 milhões por ano – carregam a bactéria do streptococcus B no canal vaginal, geralmente sem sintomas. “O streptococcus B é uma bactéria que coloniza naturalmente a região do ânus, reto e vagina. Ela convive na flora sem causar nenhum dano. O problema é quando ela adentra o canal do colo do útero e infecta a bolsa a amniótica”, explica o obstetra e ginecologista Alexandre Pupo, do Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein (SP). 

Um teste de coleta pode ser realizado na reta final da gestação, entre a 35ª e a 37ª semana. Quando a bactéria é detectada, a mulher é tratada com antibiótico durante o trabalho de parto. A vacina contra streptococcus poderia ser mais uma forma de ajudar a prevenir os problemas da infecção. 
 

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