14 de dezembro de 2024
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A ‘Casa do Dragão’ aposta na representatividade e coloca mulheres no centro

A série criada por David Benioff e D.B. Weiss frequentemente foi acusada de explorar a nudez feminina e o estupro como ferramenta narrativa

 

 

 
Game of Thrones teve algumas das personagens femininas mais marcantes dos últimos anos, de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) a Cersei Lannister (Lena Headey), passando por Brienne de Tarth (Gwendoline Christie), Arya Stark (Maisie Williams) e até, quem diria, Sansa Stark (Sophie Turner).

Ainda assim, a série criada por David Benioff e D.B. Weiss e baseada na obra de George R.R. Martin frequentemente foi acusada de explorar a nudez feminina e o estupro como ferramenta narrativa, sem que suas consequências fossem investigadas. E, também, de ser quase totalmente branca.

A Casa do Dragão, ou House of the Dragon, o primeiro spin-off de Game of Thrones, que estreia nesse domingo, (21), às 22h, na HBO e na HBO Max, promete mais representatividade racial e de gênero.    

 

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“A missão de Ryan Condal e Miguel Sapochnik (os showrunners) era equilibrar essas áreas”, disse Eve Best, que interpreta a Princesa Rhaenys, em entrevista com a participação do Estadão.  

“O mundo cresceu bastante desde a primeira temporada de Game of Thrones. Houve muitas mudanças. Várias coisas não são mais toleradas. E isso se refletiu na escalação do elenco e na motivação da história”, afirma. 

O ator Steve Toussaint, que faz o poderoso Lorde Corlys Velaryon, marido de Rhaenys, concordou.   

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“Um bom drama, seja de época ou não, é um reflexo do tempo em que foi feito”, disse.   

“Então este drama é um bom reflexo do mundo em que vivemos agora, embora se passe em um universo de fantasia. E nós vivemos em um mundo em que estamos ouvindo vozes mais diversas. As mulheres são catalisadoras da história. Mas também temos mulheres diretoras e diretores não-brancos fazendo a série. E isso só pode ser bom.” Mesmo assim, Toussaint foi alvo de ataques racistas nas redes sociais.

Westeros, um continente fictício, mas inspirado na Europa da Idade Média, é um patriarcado. As mulheres vão sofrer com isso, mas os showrunners prometem mais cuidado nas cenas de sexo e violência sexual. O resumo principal da história, pelo menos na primeira temporada, é a frase de Rhaenys: “Os homens preferem incendiar o reino do que ver uma mulher ascender ao Trono de Ferro”.   

Foi o que aconteceu com ela, rejeitada a assumir o governo do continente de Westeros, que acabou nas mãos de seu primo Viserys I (Paddy Considine). Por isso, fica conhecida como “a rainha que não foi”. “Ela é meio como a Hillary Clinton, a melhor pessoa para ocupar a posição, preterida por ser mulher”, disse a atriz. “Rhaenys tem experiência política, é extremamente inteligente e qualificada, mas não tem papel na corte.”

A mesma questão vai assombrar a filha do rei Viserys, Rhaenyra (Milly Alcock na adolescência e Emma DArcy na fase adulta). Quando o rei se vê sem herdeiros homens, e seu irmão Daemon (Matt Smith) cometendo atrocidades, ele acaba escolhendo Rhaenyra como sua herdeira.   

“Rhaenyra vê como as regras se aplicam de forma completamente diferente para ela e para o tio Daemon, só por ela ser mulher e ele, homem”, disse DArcy, que se identifica como pessoa não-binária   

DArcy contou ter se identificado, de certa forma, com a personagem. “Rhaenyra se sente em descompasso com a maneira como é vista pelo mundo, restringida pela feminilidade, consciente do espaço concedido aos homens. Ela entende bem a dinâmica de gênero e anseia pela mesma liberdade que os homens têm.”   

Veja o trailer da nova série abaixo.

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