Silvio Santos é um dos nomes mais conhecidos da televisão brasileira. De camelô a dono de uma das maiores emissoras do país, o apresentador conta com uma longa trajetória, que inclui até mesmo uma candidatura à Presidência da República. Hoje, aos 92 anos, ele está afastado de seu trabalho na televisão.

Batizado como Senor Abravanel, Silvio Santos nasceu em 12 de novembro de 1930, no Rio de Janeiro, filho de dois imigrantes judeus. Em sua família, ele contava com cinco irmãos, sendo Leon o mais novo. Aos 14 anos, durante as eleições da época, ele conheceu pelas ruas da cidade um comerciante que vendia capinhas para proteção do título de eleitor.

Esse encontro deu ao jovem a ideia de também começar a vender o produto, junto com Leon. Mas, a repressão da polícia ao comércio ambulante era grande naquela época, o que fazia com que ele e o irmão conseguissem distribuir o item nas ruas por apenas 45 minutos por dia, durante o almoço dos guardas. 

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INÍCIO DE SILVIO SANTOS NO RÁDIO

Não demorou muito para que o potencial comunicativo de Silvio Santos nas ruas do Rio de Janeiro chamasse atenção de outras pessoas. Com isso, ele foi convidado para fazer um teste na Rádio Guanabara, onde passou em primeiro lugar, superando até mesmo nomes como Chico Anysio. Mas, como o trabalho como ambulante dava mais dinheiro, ele acabou voltando para o ofício.

Quando chegou aos 18 anos, ele foi convocado pelo exército para servir na Escola de Paraquedistas. Sem conseguir conciliar a carreira no camelô com a militar, Silvio voltou a trabalhar como locutor nos dias de folga, desta vez em uma rádio na cidade de Niterói.

Aos 20 anos, foi a vez do jovem carioca tentar ganhar a vida em São Paulo, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Neste período, ele se formou como técnico em contabilidade, mas o cargo de locutor falou mais alto, e acabou ingressando na Rádio Nacional da cidade. Como forma de complementar a renda, Silvio também criou a revista “Brincadeiras para Você”, que trazia diversos passatempos.

BAÚ DA FELICIDADE

O talento de Silvio Santos para os negócios fez com que, em 1958, seu amigo Manuel da Nóbrega o convidasse para administrar a Baú da Felicidade, empresa que vendia brinquedos a prazo. Com o passar do tempo, ele assumiu o controle total da empresa, que, em 1962, se tornou o Grupo Silvio Santos. O empreendimento acabou se expandindo para outras áreas, como a concessionária Vivame e a Marca Filmes.
 

COMO SILVIO SANTOS SE TORNOU DONO DO SBT?

Em meio ao sucesso como empresário, Silvio Santos começou a atuar na televisão desde 1961, com o programa Baú da Felicidade, que depois virou Programa Silvio Santos. Essa experiência fez com que ele quisesse criar seu próprio canal de televisão. Com isso, em 1975, ele adquiriu o Canal TVS, antigo Canal 11, no Rio de Janeiro. Poucos anos depois, em 1981, acabou ganhando a concessão de mais quatro canais, o que originou o Sistema Brasileiro de Televisão, conhecido como SBT.

CARREIRA POLÍTICA

Mesmo com o sucesso na televisão, Silvio Santos não limitou seus horizontes, e tentou também ingressar na política. Em 1988, ele se filiou ao partido PFL, atual DEM, para disputar a Prefeitura de São Paulo nas eleições daquele ano. “Por que o PFL? Ora, foi o primeiro partido que mandou carta, e eu assinaria qualquer ficha, até do Partido Comunista”, respondeu Silvio, na época, para justificar sua escolha.

Em seu programa, ele chegou a receber até mesmo o apoio de Jânio Quadros, que na época ocupava o cargo, para lançar sua candidatura. “Pouca gente deve conhecer essa cidade como o senhor. O senhor não é um político partidário, um político profissional. Isso vai representar um grande apelo ao povo, que está cansado dos políticos profissionais”, disse o político. Porém, a ideia de Silvio não foi para frente, e terminou abandonando a candidatura.

A tentativa de se candidatar à Presidência da República veio em 1989, dessa vez pelo extinto PMB (Partido Municipalista Brasileiro). Mas, ele foi barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), depois de vários pedidos de impugnação por parte de partidos adversários.

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