O Buzz Lightyear de Toy Story era convencido, atrapalhado, delirante – e fofo. Mas todo mundo sabe que Buzz era um brinquedo. Como então era o personagem do filme que inspirou o brinquedo? É essa a história de Lightyear, nova animação da Pixar, que estreia nesta quinta-feira, 16, nos cinemas brasileiros. Trata-se do primeiro filme do estúdio a ser lançado nas salas desde Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica, em março de 2020, já que Soul, Luca e Red – Crescer É uma Fera foram diretamente para o Disney+.
“Buzz nos filmes de Toy Story é um pouco mais burro, mais pateta Mas, no nosso filme, Buzz também é muito focado. Como o Buzz de Toy Story, ele quer fazer a coisa certa, quer cumprir bem sua missão”, disse o diretor Angus MacLane em entrevista ao Estadão, por videoconferência. “Às vezes, esse foco único faz com que se isole dos outros. Ele não se identifica com outras pessoas que não conquistaram seu respeito. Então, ele não confia em novatos, não gosta de ter ajuda do piloto automático. Ele gosta de fazer tudo sozinho”. Buzz também precisava ser mais desenvolvido, já que é coadjuvante nos longas de Toy Story.
Em Lightyear, Buzz (voz de Chris Evans na versão original e Marcos Mion no Brasil) é um patrulheiro espacial em uma missão que o deixa preso em um planeta a 4,2 milhões de anos-luz da Terra. TKani Prime parece um planeta bacana, mas não é bem assim. “Queríamos algo que parecesse familiar, com coisas sutis que fossem diferentes. O planeta tinha de ser hostil, mas parecer, no começo, que era legal. É um lugar onde dá para viver, mas é um pouco desagradável”, explicou MacLane. Além disso, Zurg e seu exército de robôs ameaçam TKani.
Enquanto isso, Buzz tenta encontrar o caminho para casa. O problema é que, toda vez que ele tenta voltar para a Terra, dá saltos no tempo – uma ideia inspirada pela própria experiência dos artistas e técnicos da Pixar. “Trabalhamos em cada filme por quatro ou cinco anos. Por isso são quatro ou cinco anos cada vez que ele salta no tempo”, contou MacLane. “Quando terminamos e voltamos à vida normal, tudo parece diferente, e ao mesmo tempo igual.”
LEGADO
Revisitar um personagem que faz parte da fundação do estúdio foi um desafio. “Ao lidar com alguém tão querido e significativo para a empresa, não queremos estragar o legado”, disse ao Estadão a produtora Galyn Susman, que está na Pixar desde o princípio. “Mas temos tantas pessoas que amam o personagem no estúdio que ninguém nos deixaria estragá-lo.”
A ideia desde o princípio era que Lightyear fosse uma produção independente do legado de Toy Story. Afinal, um dos temas do filme é aproveitar o presente sem ficar preso ao passado ou ao futuro. “Acho que é algo em que todos nós devemos pensar: abraçar o que está na nossa frente, sem nostalgia e sem pensar só no que queremos conquistar”, disse Susman.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.