Nós já trouxemos, aqui no Tudo EP, algumas histórias sobre o incêndio no edifício Joelma, em São Paulo, que completa 50 anos em 2023. Mas, sem dúvida, a mais impactante sobrenatural relativa à tragédia é aquela ligada às 13 almas.
Diante das chamas e da completa falta de instrução, os protagonistas dessa história terrível cometeram um erro determinante:
Tentaram fugir pelo elevador, que parou em um andar em chamas e se transformou em uma verdadeira fornalha.
Foi impossível identificar as pessoas em seu interior, apenas sendo visível que os restos mortais ali dispostos correspondiam aos corpos de 13 pessoas.
Os corpos permaneceram quase um mês no Instituto Médico Legal, sem qualquer reclamação por parte de amigos ou parentes.
Diante deste triste fato, organizou-se um cortejo fúnebre que desembocou no sepultamento dos restos mortais dessas pessoas no Cemitério São Pedro, mais conhecido como cemitério da Vila Alpina, em 13 sepulturas perfiladas.
Passado algum tempo, em uma madrugada, o vigia cumpria sua rotina, circulando pela Necrópole. O silêncio ensurdecedor da noite foi rompido por vozes agoniadas, que urravam em coro. O coral aflito ia escalando feito ondas de labaredas.
Segundo o relato do vigia, mesmo parecendo uníssono era perceptível que ali gritavam 13 vozes. O homem, seguindo sua intuição, encheu um balde de água e despejou pelas 13 lápides. As vozes iam, uma a uma, silenciando.
A história ganhou vulto na região, atraindo curiosos e religiosos. Teriam as 13 almas do Joelma relação com as 13 almas benditas, veneradas em várias matrizes religiosas? Há quem diga que sim.
Não demorou para que o povo considerasse o martírio daschamas, enfrentado pelas 13 almas do Joelma, motivo para defini-las como milagreiras de Cemitério. Sacralizadas pela dor infernal, as 13 almas ganharam culto e capela. Este altar de penúria virou eixo de devoção e quem busca na Zona Leste de São Paulo as graças das 13 Almas do Joelma, deixa no cemitério a crença no poder das conversões e um copinho de água.
Edifício Joelma: conheça teorias assombrosas sobre a tragédia
Sexta-feira, 01 de fevereiro de 1974 08h45
Enquanto o centro de São Paulo decola, o dia que antecede o final de semana, um curto-circuito no 12ª andar do mais arrojado Edifício da Capital Paulista decide o destino de centenas de pessoas. A abundante quantidade de material inflamável nas disposições dos andares faz com que algumas faíscas, em poucos instantes, se transformassem em um frenesi ensandecido de labaredas. Tudo começa a queimar, sem resiliência ou protocolo de enfrentamento.
Na tragédia assistida “ao vivo” por todo o Brasil, 187 pessoas perderam a vida e mais de trezentas sofreram ferimentos. Mas a ausência de método de contagem e/ou de conferência, faz com que este número seja estimado, não preciso.
Fantasmas do Joelma: prédio incendiado guarda muitos mistérios
Depois daquela manhã de fevereiro ter proporcionado imagens horrorosas de pessoas voando por janelas e fileiras de corpos carbonizados, com o rescaldo do incêndio vieram as experiências sobrenaturais dentro e fora dos domínios concretos da edificação.
Há inúmeros relatos de fenômenos poltergeist, ou seja, manifestações que causam o apagamento e acendimento de luzes, a abertura e fechamento de portas, trânsito de vultos e, por vezes, até o ecoar de sussurros e vozes. Mas também há relatos da materialização de espíritos.
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas Cidades de Campinas e Piracicaba.