Nesta quinta-feira (21), estreou nos cinemas o quarto filme da franquia “Os Mercenários”. Para muitos, o longa é uma verdadeira viagem no tempo, já que os atores da obra – como Sylvester Stallone e Dolph Lundgren – são reconhecidos, principalmente, por trabalhos feitos do final da década de 80. São eles quem aparecem de volta na nova sequência.
A franquia começou em 2010 e já teve no elenco nomes como Harrison Ford, Mickey Rourke, Van Damme, Bruce Willis, Schwarzenegger e até Chuck Norris. Dessa vez, “Os Mercenários 4”, de alguma forma, tenta retornar às origens. Um elenco menos pomposo, em comparação com o segundo e terceiro capítulos, e um foco em personagens que estão lá desde o início e que não pegaram o bonde andando.
A trama, uma verdadeira salada geográfica, mostra o grupo liderado por Barney (Stallone) indo à Ásia impedir que um novo vilão (Iko Uwais) conquiste artefatos que podem destruir a humanidade. Só que as coisas dão errado e Christmas (Statham) precisa dar um jeito de impedir uma 3.ª Guerra Mundial. Scott Waugh, o novo diretor, lembrado por trabalhos em Ato de Coragem e Need for Speed, parece estar fazendo o filme só por obrigação contratual.
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Com um roteiro igualmente desanimado de Kurt Wimmer (O Vingador do Futuro), Tad Daggerhart (Black Lotus) e Max Adams (Carga Preciosa), fica a sensação de que não se quer construir um filme, apenas uma colagem de cenas para agradar ao público. São explosões sequenciais, a partir de efeitos digitais sem vida Statham é o único que tenta fazer algo a mais com seu personagem, enquanto Megan Fox aposta em caras e bocas e Andy Garcia (quem lembra dele na saga?) acha que o uso constante de palitos de dente torna seu personagem mais complexo.
Enquanto os outros filmes são engraçados, principalmente o primeiro e o segundo, este perde toda a verve de comédia. Sem os músculos saltitantes de Terry Crews ou o poder bélico de Norris, restam aos roteiristas piadas machistas que não combinam com o público do cinema de ação dos anos 2020. Não dá. Se o filme quer se reinventar, dando mais protagonismo para Statham, é preciso ter uma história e uma direção que o acompanhem. Se só um faz o trabalho de se reinventar, nada muda e o filme fica com esse ar de mofo.
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