15 de dezembro de 2024
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Volkswagen poderá responder por falta de ética após comercial que recriou Elis Regina

Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) abriu uma representação ética contra a campanha VW Brasil 70: O novo veio de novo

 

Conar discutirá ética da campanha “VW Brasil 70: O novo veio de novo” (Foto: Reprodução/ Volkswagen)

A Volkswagen teve uma representação ética aberta pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) nesta segunda-feira (10). A ação tem como propósito investigar a publicidade “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, que recriou Elis Regina com IA (Inteligência Artificial) e Deep Fake. A autoria é da empresa automobilística e da agência AlmapBBDO.

A campanha, lançada no dia 3 de julho, recriou a imagem da cantora, morta em 1982, para cantar, em dueto com sua filha, Maria Rita, a canção “Como Nossos Pais”, de Belchior. De acordo com o Conar, os consumidores questionam se é ético ou não o uso de ferramentas tecnológicas e Inteligência Artificial para trazer pessoas mortas de volta à vida, como realizado na campanha.

Os denunciantes também questionam se tal uso pode causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes. O Conar protege a identidade dos denunciantes, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados. 

  

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O advogado Gabriel de Britto Silva enviou ao Estadão a denúncia que ele remeteu ao Conar, e que foi considerada pelo órgão.

Nela, Silva diz que a emoção causada pelo comercial também gera desconforto. “Não se sabe sequer se viva fosse, a Elis autoriza a imagem, ainda mais para fabricante de automóveis e para fins estritamente comerciais”, diz parte do texto.

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O denunciante também afirma que o uso de ferramentas como a Inteligência Artificial e a deep fake, utilizada para recriar o rosto e os movimentos de Elis com auxílio de uma atriz, precisa ser debatido pela sociedade e regulamentado pelos órgãos competentes.

“A tecnologia não traz as pessoas falecidas de volta. Cabem aos vivos que operam as máquinas serem regulados pelos vivos que recebem a consequência dessa operação, sob pena dos efeitos serem mais imprevisíveis do que a mais avançada tecnologia pode supor”, diz outro trecho da denúncia.

O autor dessa representação também questiona o fato da propaganda mostrar Maria Rita e Elis dirigindo de forma desatenta ao volante, o que fere um dos anexos dos artigos do Código do Conar.

“Na propaganda de automóveis (…) Não se permitirá que o anúncio contenha sugestões de utilização do veículo que possam pôr em risco a segurança pessoal do usuário e de terceiros, tais como (…) desrespeito (…) às normas de trânsito de uma forma geral”.

O Conar tem como regra julgar as representações em um prazo de até 45 dias. O Estadão procurou a assessoria de imprensa VW e aguarda o posicionamento da companhia sobre a representação aberta contra a campanha publicitária.

O comercial da Volks de cerca de dois minutos de duração dividiu opiniões sobre o uso de imagem da cantora, bem como a utilização da música Como Nossos Pais, de Belchior. 

  

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Anthony Teixeira
É jornalista e Analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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