Fernando Diniz falou publicamente, pela primeira vez, sobre sua demissão da seleção brasileira de futebol masculino. O técnico do Fluminense lamentou a maneira como foi demitido, no começo de 2024, meses antes do fim do seu contrato.
Diniz foi desligado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no dia 5 de janeiro, um dia depois da volta de Ednaldo Rodrigues ao comando da instituição. Quando voltou ao poder, o presidente da CBF comentou publicamente que pretendia contratar Dorival Júnior, antes de demitir Diniz.
“Queria que tivesse sido diferente. Mas são águas passadas. Temos que tocar a vida em frente. Tenho muita clareza daquilo que fiz para a seleção brasileira e o meu contato com os jogadores e a seleção está em boas mãos agora. Eu tinha muita convicção de que aquilo, com mais tempo, iria dar resultados muito importantes. Tinha um feeling muito claro disso. Para quem estava internamente trabalhando tinha nitidez do que estava sendo feito. Seis jogos é uma amostragem extremamente pequena”, declarou Diniz, após a goleada do Flu sobre o Bangu, na noite de quinta-feira, pelo Campeonato Carioca.
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Passagem pela seleção brasileira
O treinador encerrou uma breve passagem pela seleção, iniciada em julho do ano passado. No total, ele teve mais derrotas do que vitórias, alguns recordes negativos, nas seis partidas em que comandou o time nacional nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo dos EUA, México e Canadá, que será disputada em 2026. Com ele, o Brasil perdeu para Uruguai, Colômbia e Argentina, ganhou de Bolívia e Peru e empatou com a Venezuela.
“Infelizmente, falamos muito dos resultados de curto prazo e canso de falar que é um dos males do futebol brasileiro. O trabalho precisa de um pouco mais de tempo. Não por ser eu, mas qualquer pessoa precisa de um pouco mais de tempo. Não dá para você ter uma amostragem muito pequena e ficar fazendo qualquer tipo de avaliação. O jogo com a Argentina, por exemplo, foi um jogo grande que o Brasil fez e que não teve resultado. Aquilo, na sequência do trabalho, iríamos melhor, muito provavelmente, a performance e os resultados chegariam. Mas saio com um sentimento de ter feito o melhor, ter criado relações especiais com os jogadores e o estafe que lá estavam comigo”, disse Diniz, na noite de quinta.
Gratidão
O treinador demonstrou gratidão pela chance de comandar a seleção, ainda que por pouco tempo. “Foi um enorme prazer ter tido essa oportunidade. Trabalhei com afinco total no tempo que estive lá. Foi um processo de transição difícil. Muitos jogadores que estiveram na Copa do Mundo com algum tipo de problema, lesão, cartão, alguns jogadores já com uma idade avançada para a outra Copa e resolvemos apostar para ir reformulando”, comentou.
Diniz demonstrou confiança de que logo obteria bons resultados se tivesse continuando à frente da equipe. “O trabalho, em si, estava sendo muito bem feito e tinha muita confiança de que iria gerar frutos muito importantes para a seleção. Eu conseguia ver isso nos treinamentos, na relação com os jogadores e o estafe. Tenho plena convicção que o trabalho foi muito bem feito. Às vezes, o resultado do campo não acompanha o trabalho de maneira imediata. Todavia, o presidente colocou no seu discurso em relação à minha saída o compromisso que ele tinha com o Mário Bittencourt de não me tirar do Fluminense. Essa conversa, de fato, existiu quando estivemos na CBF”, declarou.
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