A Group-IB, uma empresa de cibersegurança com base em Singapura, identificou mercados ilícitos da dark web oferecendo um total de 101.134 dispositivos infectados com credenciais do ChatGPT. A região com o principal foco desses dados disponíveis para venda foi a da Ásia-Pacífico.
A ferramenta de chatbot alimentada por IA tem visto um aumento significativo em sua popularidade. A plataforma tem sido amplamente utilizada por funcionários em várias indústrias, incluindo desenvolvimento de software e comunicações de negócios.
De acordo com a declaração de Dmitry Shestakov, Head of Threat Intelligence no Group-IB, “muitas empresas estão integrando o ChatGPT em seu fluxo operacional. Os funcionários inserem correspondências confidenciais ou usam o bot para otimizar o código proprietário. Dado que a configuração padrão do ChatGPT retém todas as conversas, isso pode inadvertidamente oferecer uma riqueza de inteligência sensível a agentes mal intencionados no caso destes obterem credenciais de contas.”
De acordo com a análise da Group-IB, a maioria dos logs contendo contas do ChatGPT foram violados pelo infostealer – ladrão de informações – Raccoon. Se trata de um MaaS – Malware as a Service – vendido na dark web e que possui a capacidade de roubar diversos dados de seus alvos, como senhas salvas em navegadores, dados de cartões de crédito, dentre outros.
Os infostealers infectam o maior número possível de aparelhos por meio de táticas como o phishing, operando de maneira não seletiva. Vale ressaltar que são um tipo de malware simples e eficiente – tornando-os muito populares e utilizados pelos cibercriminosos.
Segundo a pesquisa da Group-IB, a área mais afetada foi a da Ásia-Pacífico – a região possui 40,5% das credenciais do ChatGPT roubadas. As informações correspondem ao período entre junho de 2022 e maio de 2023.
A melhor maneira de evitar o roubo de informações é por meio da prevenção. A implementação de medidas de segurança como a autenticação de dois fatores e atualização frequente de senhas são citados pela organização como precauções que podem evitar problemas futuros.
Vale ainda destacar que as ameaças digitais têm crescido de maneira alarmante, e com isso a necessidade de tomar providências de segurança também se torna cada vez maior. Sendo assim, a importância do investimento em cibersegurança para as organizações, que podem evitar maiores perdas e gastos ao se precaver por meio de ações protetivas, como treinamento dos funcionários, contratação de serviços de Zero Trust e aplicação de microssegmentação não deve ser negligenciada.
André Morel | Itshow