Leila Branco
Na China, uma tendência peculiar vem ganhando destaque: jovens mulheres estão adotando aplicativos de conversa com inteligência artificial como substitutos ideais para namorados.
As informações publicadas pela agência de notícias francesa AFP dizem que essa nova forma de interação romântica tem conquistado espaço, com relatos de relacionamentos que perduram por mais de um ano.
A popularidade, segundo a AFP é que os apps proporcionam elementos sob medida para o que as mulheres na China procuram: personalidades específicas e rostos customizados que se ajustam às preferências individuais.
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Namorado virtual sob medida
O principal aplicativo utilizado para essa finalidade é o Wantalk, desenvolvido pela Baidu. Há também outros como o Weiban, da gigante Tencent, e o Glow, programa gratuito, mas que oferece anúncios em meio ao chat.
Essas plataformas permitem às chinesas escolherem entre uma variedade de profissões para seus namorados virtuais, desde guerreiros até CEOs de grandes empresas. Além disso, podem personalizar a aparência, muitas vezes remetendo aos traços dos desenhos japoneses (animes).
A proposta é oferecer às usuárias sensação de conversas ao vivo 24 horas por dia, tornando possível uma conexão constante. Lu Yu, Líder de Operações e Produtos da Baidu, disse à AFP que algumas usuárias tratam esses agentes virtuais como verdadeiros amores.
Apesar dos desafios legais enfrentados pelas empresas de tecnologia na China em relação ao uso de dados pessoais, isso não parece diminuir o entusiasmo das mulheres chinesas em se envolverem com seus parceiros em forma de chatbot. Segundo a AFP, é comum encontrar mulheres interagindo com seus celulares em cafés na cidade de Nantong.
Em um vídeo compartilhado pela agência francesa, por exemplo, a chinesa Wang Xiuting diz que ter a disponibilidade para conversar com o namorado chatbot a qualquer momento caracteriza o relacionamento como de amantes.
Essa realidade pode parecer estranha para alguns, mas está se tornando comum na China, levantando a questão: será que essa febre se espalhará para outros países do mundo?
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