As startups se diferenciam dos demais modelos de negócios por possuírem uma ideia inovadora de produto ou serviço com potencial para alcançar o sucesso no mercado em pouco tempo. Porém, grande parte dessas empresas iniciam suas atividades com recursos reduzidos, o que pode ser uma dificuldade para crescer e sobreviver. No empreendedorismo não basta apenas ter boas ideias, é preciso impulsioná-las com auxílio financeiro e profissional. Dessa dificuldade das startups em captar recursos para investir suas ideias que surgiram as aceleradoras.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 50 aceleradoras em operação, segundo dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). Uma delas é a Baita Aceleradora, de Campinas, fundada em 2013, que já investiu em mais de 60 startups e trabalharam com mais de 400 startups em programas próprios e em parceria com empresas privadas e instituições. Para entender melhor qual o seu papel no mundo dos negócios, a especialista Rosana Jamal, cofundadora da Baita Aceleradora, trouxe mais detalhes desse universo.
LEIA TAMBÉM
Conheça 5 características essenciais que definem uma startup
Branding e deadline: saiba o que significa essas palavras
Como funciona uma aceleradora
Explicando, de fato, o que é aceleradora, Rosana afirma que o objetivo é auxiliar uma startup que está buscando seu espaço no mercado, ajudando no processo de melhorar seus resultados comerciais e estratégicos até atingir escala, em um prazo acelerado.
Para esse objetivo, uma aceleradora faz uso de vários métodos e práticas que auxiliam na busca do modelo de negócio mais adequado ao crescimento.
“São métodos utilizados mundialmente, aplicados pelos especialistas da aceleradora, com ajuda de mentores com experiência nos temas abordados, contato com investidores de capital de risco, rede de contatos no mercado alvo e muito aprendizado com outras startups”, destaca Rosana explicando que este é o chamado Smart Money, com o qual as startups conseguem entender e ajustar seu negócio para crescer de forma consistente.
“As aceleradoras com modelos baseados no Vale do Silício, reconhecido mundialmente, além do Smart Money, também podem apoiar com capital para suportar esta etapa de aprendizado e início do crescimento”, continua.
Programas de aceleração
As aceleradoras costumam divulgar programas para captar empresas, lançando editais para que as startups interessadas em aportes se inscrevam nos programas de aceleração. Para a aceleradora escolher uma startup, há uma análise detalhada do time, a visão e o propósito dos empreendedores, buscando entender porquê querem desenvolver aquele negócio e qual o resultado esperado. “Esses programas podem durar de quatro meses a um ano, a depender do perfil do negócio e do grupo”, compartilha a cofundadora da Baita.
Se inscrever em um programa de aceleração é uma das estratégias de conseguir suporte e ter acesso a boas práticas de outras empresas que já passaram por esse processo e ter acesso a um passo a passo e captar recursos.
“Imagine você que tem uma ideia fantástica, mas não sabe se tem mercado para ela. Ou você quer resolver um problema conhecido do mercado, mas não entende se este problema é grande o suficiente para valer a pena o investimento. Ou ainda, começou a vender seu produto, chegou a um mercado razoável que pagar as contas, mas não sabe como pode crescer mais. Todos estes pontos são trabalhados o que fez você chegar a um resultado hoje, nem sempre é o que que vai fazer você crescer muito. É hora de rever sua estratégia e seu modelo de negócio”, detalha Rosana.
É importante dizer, segundo Jamal, que em qualquer fase do crescimento de uma startup, é necessário rever o negócio para ajustá-lo para a próxima fase, por isso a aceleradora pode ajudar em diferentes etapas. “Muitas vezes empreendedores voltam a fazer programas para entender melhor a nova etapa. Mas, naturalmente, os métodos são mais aplicados a startups nascentes, no início da jornada pois sabem muito pouco como crescer e escalar sua startup, pois falta capital e conhecimento de mercado nesta etapa”, completa.
Diferença entre startup e incubadora
A principal diferença entre uma incubadora de startup e uma aceleradora de startup está no tipo de ajuda oferecida ao negócio. De acordo com Rosana, uma incubadora foca tipicamente no produto, suportando a startup a dar sequência a uma ideia de produto para ser colocado no mercado. “Além de espaço, a incubadora oferece acesso a laboratórios, quando aplicável, facilita acesso a programas de fomento, avaliação de propriedade intelectual e treinamentos. Já a aceleradora tem interesse em fazer a empresa crescer, apostando no sucesso da startup junto com os empreendedores”, completa.
Como escolher uma aceleradora
Para os empreendedores que estão em busca de uma aceleradora, Rosana traz uma dica valiosa. “Primeiro é importante conhecer o modelo de negócio de uma aceleradora. Nas tradicionais, elas ficam sócias das startups, mas nunca majoritárias. Então, escolher um sócio, mesmo que seja de um percentual pequeno, depende de uma relação de confiança entre a equipe da startup e da aceleradora. Por isso, conheça quem está por trás da aceleradora, seus valores e fale com empresas que já passaram pelos seus programas para ter informações que ajudem nessa escolha”.
LEIA MAIS
Tudo Inovação: Relembre os temas debatidos na 2° temporada do programa da EPTV