Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro confirmada nesta sexta-feira (30), começa o questionamento a respeito de quem é o nome mais forte da direita para as eleições presidenciais de 2026. Neste novo cenário, indicações próprias e acenos a eleitores podem influenciar a escolha de um candidato.
Apesar da expectativa de que o ex-presidente aponte um “sucessor” de sua preferência, Bolsonaro tem evitado qualquer aceno. Ao ser questionado por jornalistas nesta quinta-feira (29) sobre a possibilidade de Tarcísio de Freitas e de Michelle Bolsonaro despontarem como seus herdeiros políticos, ele se limitou a afirmar que há “vários bons nomes por aí”.
Contudo, apesar de Bolsonaro ter conseguido unir votos de grupos de interesses distintos se baseando em pautas conservadores, com apoio de militares, religiosos e de parte do agronegócio, é possível que aconteça uma fragmentação de sua base. Desta forma, segundo analisa o cientista político Emerson Cervi, embora o ex-presidente escolha um herdeiro, isso não significa que este candidato será bem-sucedido.
LEIA TAMBÉM
Condenado pelo TSE, Bolsonaro reconhece inelegibilidade
Simone Tebet contradiz Lula sobre Venezuela: ‘não tem um governo democrático’
TARCÍSIO DE FREITAS
O governador de São Paulo tem se esquivado quando questionado sobre a possibilidade de concorrer à Presidência. Mas na balança de uma possível candidatura de Tarcísio pesa o fato de que ele ainda tem a possibilidade de disputar a reeleição ao Governo Estadual.
Além disso, o governador também tem lidado com a desconfiança de conservadores devido ao seu posicionamento mais ao centro do que à direita e o pouco espaço que ele concedeu à ala do ex-presidente. Outro fator que pesa contra Freitas é seu diálogo com o presidente Lula e Gilberto Kassab, duas figuras rejeitadas por apoiadores de Bolsonaro.
ROMEU ZEMA
O governador de Minas Gerais tem ganhado força como possível herdeiro político desde sua aproximação com o entorno bolsonarista durante o segundo turno das eleições de 2022.
Após apostar no antipetismo, Zema mantém uma gestão que vem se equilibrando entre a moderação e a direita. Um quesito a seu favor é que, por já ter se reelegido, o governador de Minas tem um obstáculo a menos para se lançar candidato. Porém, o próprio Bolsonaro sinalizou nesta sexta-feira, que vê Zema como uma alternativa para 2030.
MICHELLE BOLSONARO
Um nome que agrada o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, é o de Michelle Bolsonaro, que esteve muito presente na campanha do marido, no ano passado. Ela é considerada capaz tanto de fidelizar o eleitorado evangélico quanto de ampliar o apelo bolsonarismo entre a população feminina.
Neste ano, Michelle assumiu a presidência do PL Mulher, braço do partido voltado às mulheres. A ex-primeira-dama inclusive tem percorrido o país na tentativa de angariar novas filiações e testar seu discurso político.
Mas contra a expectativa do presidente nacional do PL, Bolsonaro vem desencorajando explicitamente a ideia de uma candidatura presidencial. O ex-presidente argumenta que a falta experiência política a esposa.
LEIA MAIS