Em sua visita a Cuba, ministros que acompanharam o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, celebraram acordos de cooperação, também apoiados pelo presidente, que, segundo o governo, têm o objetivo de “ampliar a troca de tecnologias entre os dois países”. Os memorandos de cooperação abrangem as áreas de saúde, ciência e tecnologia, e desenvolvimento agrário.
Na área da saúde, foi firmado um protocolo de cooperação que prevê a troca de tecnologias e conhecimentos em tópicos como doenças crônicas, vacinas, biotecnologia, biodiversidade, doenças transmissíveis e negligenciadas. O protocolo também abrange o desenvolvimento de produtos inovadores. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou a importância desse acordo, destacando que o Brasil contribuirá com sua expertise em pesquisa clínica e capacidade de produção em larga escala, tanto em laboratórios públicos quanto privados.
Este documento também estabelece uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Biocubafarma, permitindo a transferência de tecnologia para a produção nacional do NeuroEpo, um medicamento inovador usado no tratamento do Alzheimer, e da Eritropoietina, utilizada para tratar anemia por insuficiência renal, leucemia e outras doenças. Além disso, o acordo facilita o desenvolvimento de uma política de assistência mútua relacionada à regulamentação sanitária para a aprovação e comercialização de medicamentos, dispositivos médicos, vacinas e outras tecnologias.
Na área de Ciência e Tecnologia, a medida principal assinada é a reativação do Comitê Gestor Brasil-Cuba de Ciência, Tecnologia e Inovação. A intenção é que o comitê se reúna novamente em até 60 dias para discutir cooperação científica e tecnológica entre os dois países, com foco em biotecnologia, bioeconomia, biorrefinarias, biofabricação, energias renováveis, ciências agrárias, soberania, segurança alimentar, clima, sustentabilidade, redes de ensino e pesquisa.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o desejo de retomar a cooperação não apenas na área do complexo industrial de saúde, mas também em áreas mais amplas, como a bioeconomia. Ela enfatizou a busca por uma parceria saudável baseada na troca de expertise para encontrar soluções tanto para o Brasil quanto para Cuba.
Na área de desenvolvimento agrário, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, assinou um convênio com o governo cubano para estabelecer um programa de cooperação na área agrícola, que inclui agricultura, pecuária, agroindústria, governança da terra, soberania e segurança alimentar e nutricional. O foco principal é a troca de tecnologia e cooperação técnica em sementes e mudas, bioinsumos e fertilizantes, agricultura de conservação, agricultura urbana e periurbana, produtos alimentares prioritários para consumo humano e animal, reprodução de espécies agroalimentares prioritárias, uso eficiente da água, cadastro e gestão da terra, e abastecimento agroalimentar.
No sábado (16), após a Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G77 + China, Lula teve uma reunião bilateral com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. Este foi o terceiro encontro entre os dois presidentes este ano e também marcou a primeira viagem oficial de um mandatário brasileiro ao país caribenho em nove anos, sendo a última em 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff visitou Havana.
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Assembleia Geral da ONU
De Havana, o presidente seguiu para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso do debate geral de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira (19). Será a oitava vez que o presidente Lula abrirá o debate geral dos chefes de Estado. Nos oito anos em que governou o Brasil, em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010.
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