Juma de Melo Silva, ex-tesoureira da Prefeitura de Capetinga (MG) que foi presa por suspeita de desviar quase R$ 900 mil do Executivo Municipal, teria adquirido um carro e um imóvel em Franca (SP) com o valor do desvio. Ela e o marido, Dênio Antônio Faleiros, foram presos em Caldas Novas (GO) no final da última semana.

De acordo com a Polícia Civil, foram desviados da prefeitura R$ 884 mil. Além do veículo e imóvel, o montante ainda teria sido utilizado para festas promovidas pelo casal.

A ex-tesoureira foi exonerada da Secretaria de Finanças de Capetinga em outubro de 2021. Segundo a Prefeitura de Capetinga, o desvio do dinheiro público foi descoberto quando a nova contratada para o cargo assumiu a função.
  

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“Exoneramos a ex-tesoureira por falta de compromisso. Estávamos recebendo reclamações sobre cobranças, o que não era costume. Após a exoneração e o contrato da nova tesoureira, percebemos o desvio do dinheiro assim que tivemos acesso às contas e aos extratos das contas”, explicou o prefeito Luiz César Guilherme (União Brasil).

ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

Até então, Juma era responsável pelo pagamento a fornecedores via transferências bancárias online. A suspeita é que a transferência do dinheiro era feita para outra conta da prefeitura, menos utilizada. Depois disso, a ex-tesoureira repassava a quantia para uma outra conta de uma terceira pessoa, que não tinha qualquer relação com os fornecedores.

“Os pagamentos são feitos através de empenho, essa parte de compras passa pela contabilidade, se empenha, encaminhando para a tesouraria, que faz os pagamentos”, falou o prefeito.

Encomendadas pela prefeitura, as auditorias apontam que os desvios praticados ocorreram entre junho e outubro de 2021.

Segundo o prefeito, ninguém imaginava tal situação. “Foi um choque. Era uma pessoa simples, trabalhadora e pensávamos ser honesta. Foi uma infelicidade muito grande dela”, comentou o prefeito.

CPI NA CÂMARA MUNICIPAL

Além do desvio praticado pela ex-tesoureira, a Câmara Municipal de Capetinga está apurando irregularidades na Secretaria de Finanças. Em dezembro do ano passado, foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para uma investigação paralela ao Ministério Público. Até o momento, 13 testemunhas foram ouvidas pela comissão.

“O que foi levantado até agora é que as transações foram feitas de forma virtual, transferência sem empenho e transferências realizadas com duas senhas”, relatou o vereador Venilto Faleiros (PSD), que é também o presidente da CPI.

A CPI quer também ouvir a ex-tesoureira. “Essa suspeita para nós também é importante porque a pessoa é fundamental para finalizar os nossos trabalhos. Ela tem informações mais detalhadas para que possamos terminar os trabalhos”, completou o presidente da CPI.

MANDADOS DE PRISÃO

Desde janeiro deste ano, Juma e o marido eram procurados pela polícia mineira com mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça de Minas Gerais.

Tiago Fraga, delegado responsável pelas investigações, apurou que o casal estava morando em imóvel alugado em Caldas Novas há cerca de oito meses. A Polícia Civil conseguiu antecipar a captura dos foragidos ao saber sobre a possibilidade de o casal entregar o apartamento alugado em poucos dias.

Dênio foi levado para o presídio de Caldas Novas e Juma para a penitenciária feminina de Corumbaíba (GO).

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