Uma operação deflagrada nesta sexta-feira (11), com o intuito de investigar um grupo suspeito de comercializar bens entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais, trouxe à tona discussões sobre a potencial prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O jurista Miguel Reale Jr. declarou que existem indícios que poderiam sustentar a prisão preventiva de Bolsonaro (PL). Entre os itens sob investigação, estão joias que teriam sido presenteadas ao ex-presidente, atualmente inelegível devido às condenações por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
“Elementos de prisão preventiva emergem devido à necessidade de evitar que alguém influente interfira no processo de obtenção de provas. A recompra do relógio, que configura obstrução de provas, sem dúvida, poderia embasar uma prisão preventiva”, afirmou Reale Jr. ao portal UOL.
Frederick Wassef, advogado conhecido por representar Jair Bolsonaro perante à Justiça, figura como um dos alvos da operação. Além dele, o general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também está na mira das investigações.
Segundo a Polícia Federal, os valores obtidos com as vendas teriam sido convertidos em dinheiro em espécie e inseridos no patrimônio pessoal dos investigados por meio de laranjas, evitando o sistema bancário formal com a intenção de ocultar a origem, localização e posse dos recursos.
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Auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegaram que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria “sumido” com as joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo. Mensagens que discutem a possibilidade de venda dos kits de itens preciosos foram trocadas entre o assessor especial Marcelo Câmara e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em que relatam o “desaparecimento” de alguns objetos. A PF destaca que as mensagens indicam que, apesar das restrições, é possível que outros presentes recebidos por Jair Bolsonaro tenham sido desviados e comercializados sem observar as limitações legais.
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