O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) deflagrou a 3ª fase da operação “Penitência” nesta quinta-feira (26), que combate um esquema de corrupção no Presídio de Varginha. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e cinco suspeitos foram denunciados.
Entre os crimes investigados estão corrupção passiva, embaraço, ou seja, dificultar as investigações, informante do tráfico de drogas, peculato e tentativa de homicídio quadruplamente qualificado.
Terceira fase de investigações
Em março de 2022 houve a primeira fase da “Penitência”. Na operação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária contra os investigados.
De acordo com as investigações, diretores do presídio, policiais penais, advogados e intermediários participavam de uma organização criminosa, que praticava corrupção passiva, receptação, além de dificultar as investigações. As informações estão disponíveis no sistema eletrônico da Justiça.
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Os suspeitos teriam cometido 11 crimes, segundo o Ministério Público. Eles foram presos preventivamente para não atrapalhar as investigações. Conforme apuração, policiais penais cobravam propinas dos detentos para conceder diversos benefícios, como transferências ou permanência na unidade local para quem está no regime semiaberto; obtenção de trabalho externo ou interno e outros confortos. Advogados e particulares seriam os intermediários do esquema. Os valores cobrados pelos servidores dos presos chegavam a R$ 15 mil.
Entre os presos está Welton Donizete Benedito, diretor-geral do presídio e apontado como comandante do esquema criminoso ao lado de Rodolfo Correâ Bandeira. Ele cobrava propina diretamente e por intermédio de advogados para transferência de presos de outras unidades prisionais para Varginha.
Já Rodolfo Corrêa Bandeira, diretor de segurança do presídio, era segundo na hierarquia local. Nessa condição, cobrava propina diretamente e por intermédio de advogados para ingerência na transferência de presos de outras unidades prisionais para a cidade; para a manutenção do detento no presídio local e para a colocação de presos no trabalho interno ou externo.
Rodrigo Alexander de Oliveira, gerente de produção do presídio, participava do esquema de cobrança de propinas para colocação dos presos no trabalho externo e interno. Edson Eleutério Rosário, coordenador de segurança do presídio, integrava a organização criminosa, participando ativamente da cobrança de propina.
O advogado criminalista Fábio Gama seria o intermediador da cobrança das propinas, responsável por levar os pedidos dos diretores ao conhecimento dos presos e de suas famílias, assim como recolher o pagamento e repassar aos investigados.
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