O clima político tem estado tenso na Bolívia nesta semana. Tudo começou na terça-feira (25), quando o general Juan José Zúñiga foi à TV afirmar que Evo Morales não poderia voltar ao país. O candidato lidera as pesquisas para a eleição presidencial boliviana em 2025.
“Não creio que ele vá ser eleito legalmente, pois está inabilitado”, disse Zúniga. “Esse senhor não pode mais voltar a ser presidente deste país.”
Durante o discurso, Zuñiga chegou a afirmar que o papel das forças armadas sob seu comando é de cumprir a Constituição e que ele se comprometia em fazer cumprir a inelegibilidade de Morales “com todas as ferramentas e os instrumentos que nos outorgam a Constituição”.
Quando questionado se prenderia ou mataria Evo, o general respondeu: “Somos um braço armado da pátria. Creio que isso ficou claro.”
Quem é Evo Morales?
Filiado ao partido Movimento ao Socialismo, Evo Morales foi presidente da Bolívia de 2006 a 2019, com três mandatos. Há cinco anos, ele saiu do poder em meio a protestos nas ruas, coordenados pela oposição que alegava fraude eleitoral. Em meio à crise, ele renunciou ao cargo e deixou o país.
Na época, a oposicionista Jeanine Áñez assumiu a cadeira interina, o que foi seguido por 11 meses de um conturbado governo. Em 2020, Luis Arce, ex-ministro da Economia de Morales, foi eleito à Presidência.
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O que está acontecendo na Bolívia?
Na quarta-feira (26), soldados e veículos militares tomaram o controle da Plaza Murillo, em La Paz, por algumas horas. Em seguida, eles entraram no Palácio Quemado, sede do governo, liderados por Zúñiga, que havia sido destituido do cargo de chefe do Exército no dia anterior no dia anterior, por causa de suas declarações sobre Morales.
Entretanto, horas após a ação em La Paz, Zúñiga foi preso pela polícia e os soldados começaram a se retirar minutos depois. Por sua vez, a população boliviana foi às ruas de algumas cidades, incluindo La Paz, a fim de protestar contra a tentativa de golpe.
Mais tarde, em uma cerimônia televisionada na Casa Grande del Pueblo, o presidente Luis Arce nomeou novos líderes militares, estando entre eles o general José Wilson Sánchez, que agora assume o comando geral do Exército.
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