Pedras de pelo menos 2.000 anos com rostos esculpidos foram identificadas em um afloramento rochoso chamado de Ponto das Lajes, localizado na costa norte do Amazonas. A descoberta próxima à confluência dos rios Rio Negro e Solimões foi possível graças aos níveis da água, que caíram para patamares recordes no que é considerada a pior seca na região em mais de um século.
Segundo o arqueólogo Jaime de Santana Oliveira, que trabalha no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), algumas gravuras rupestres já haviam sido encontradas, porém, agora há uma maior variedade que poderá ajudar os pesquisadores a estabelecer a origem dos registros.
Uma área, por exemplo, revela entalhes suaves na rocha, o que pode ser um indício de que o local era usado pelos indígenas para afiar suas lanças e flechas antes da chegada dos colonizadores portugueses.
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“As gravuras são pré-históricas, ou pré-coloniais. Não podemos datá-las com exatidão, mas com base nas evidências da ocupação humana da área, acreditamos que tenham cerca de 1.000 a 2.000 anos”, disse Oliveira em entrevista.
Ainda segundo o historiador, os entalhes foram identificados pela primeira vez em 2021, mas foi apenas com a seca mais severa, com o nível do Rio Negro baixando 15 metros desde julho, que foi possível ver grandes extensões de rochas e areia onde não havia praias.
“Dessa vez encontramos não apenas mais gravuras, mas o entalhe de um rosto humano talhado na rocha”, completou.
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