Um aparelho de ultrassom, avaliado em R$ 200 mil, está parado há mais de um ano e nunca foi usado em Passos (MG). Cerca de quatro mil pacientes aguardam na fila para a realização de exames. Vereadores na cidade acionaram o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) por conta da situação.
O equipamento chegou à cidade por meio de uma doação feita pelo Ministério do Trabalho de Varginha para o Cerest (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador) de Passos, em novembro de 2021. O aparelho está guardado em um prédio.
De acordo com o coordenador do Cerest, Rodrigo Sebastião,a instituição e Passos tentaram contratar um médico especialista para operar o ultrassom, entretanto não houve interesse por parte de nenhum profissional.
“Pela quarta vez o processo seletivo para esse médico foi frustrado, não teve adesão nesse processo seletivo. Aí tentamos também por credenciamento não conseguimos, não apareceu ninguém também, o único que apareceu não pode vir. Então a intenção do Cerest e Prefeitura de Passos é que esse aparelho funcione, que comece a fazer exames”, disse.
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Porém, a fila de pacientes aguardando por exames na cidade só aumenta. Segundo a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Passos, hoje quatro mil pessoas aguardam por uma ultrassonografia.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Passos, Francisco Assis Sena Carvalho (Podemos), entrou com pedido no MPMG pedindo para que o órgão investigue os motivos de o município não conseguir contratar um profissional e se existem irregularidades.
“A grande preocupação foi que um dinheiro público, um aparelho dessa tecnologia parado, sendo que existem mais de 4 mil pessoas na fila aguardando para fazer exames, porque a prefeitura alega que não estão aparecendo médicos interessados. Mas nós temos que descobrir os motivos, se é o salário, se é o valor dos exames, tentar descobrir algo que atraia esses médicos para trabalhar no Cerest”, disse o vereador.
Já a Secretaria de Saúde de Passos (MG) informou, por meio de nota, que ao longo de um ano foram abertas quatro licitações para profissionais operarem o aparelho, mas nenhum médico interessado apareceu.
Ainda de acordo com a secretaria, a administração municipal tentou fazer parcerias com clínicas, mas não obteve sucesso. Por conta da situação, foi marcada uma reunião com o juiz do trabalho para tentar resolver o impasse.
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