Imagens captadas durante um sobrevoo evidenciaram um grupo de indígenas isolados, dentro do Território Yanomami, em Roraima, perto de um ponto de garimpo ilegal. A comunidade vive a apenas 15 quilômetros de distância do local e o monitoramento, feito nesta sexta-feira (10), acende um alerta.
As imagens mostram malocas e plantações de alimentos no entorno da comunidade. A descoberta faz parte de uma ação coordenada que envolveu os ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a Força Nacional e a Polícia Federal.
De acordo com a Funai, tratam-se de indígenas do povo Moxihatëtëa. Eles ainda não foram contatados, mas são monitorados pela fundação desde 2010. Os povos isolados são comunidades que, por decisão própria ou por determinadas circunstâncias, vivem em isolamento total ou sem contato significativo com a sociedade em geral.
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Pelo menos desde 2017, o MPF Ministério Público Federal vem alertando sobre a ameaça de genocídio dos povos yanomami isolados Moxihatëtëa. Em 2021, dois indígenas da comunidade foram mortos a tiros por garimpeiros.
Além dos Moxihatëtëa, a Funai estima que há pelo menos outras três comunidades de indígenas isolados no território Yanomami, mas ainda não há comprovação oficial. O temor dos especialistas é que o contato forçado dessas comunidades isoladas com não indígenas provoque a dizimação desses povos, seja por conflitos diretos ou propagação de doenças.
Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras há anos, os indígenas yanomami têm sofrido com casos de desnutrição, doenças como malária e pneumonia, além de violência, incluindo episódios de agressões e assassinatos. A situação se agravou nos últimos quatro anos.
A repercussão internacional das imagens de crianças e adultos desnutridos e de unidades de saúde lotadas de pessoas com malária e outras doenças mobilizou o governo federal a implementar medidas emergenciais para socorrer os yanomami. As ações incluem a elaboração de relatórios de diagnóstico, envio de equipes médicas, de insumos e alimentos, bem como a repressão direta aos garimpeiros e seus financiadores.
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