20 de maio de 2024
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Dia Internacional das Mulheres: salários de homens são 22% maiores

Governo Federal deve apresentar um projeto de lei que garante remuneração igual entre homens e mulheres que ocupam a mesma função

 

A diferença salarial entre homens e mulheres chegou a 22% no fim de 2022. Os dados, que são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam uma reversão no quadro de queda nesta disparidade que acontecia até 2020 e significam que uma brasileira ganha, em média, 78% do que um homem recebe.  

Nesta quarta-feira (8), o Governo Federal deve apresentar um projeto de lei que garante remuneração igual entre homens e mulheres que ocupam a mesma função. Essa diferença já é proibida na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas faltam mecanismos para garantir o cumprimento da legislação. 

 

 

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Segundo especialistas, entre as possíveis explicações para o aumento recente na diferença da remuneração está o fato de a pandemia ter sido mais difícil para as mulheres, que, em muitos casos, deixaram o emprego para cuidar da casa e da família. “Pode se supor que as mulheres se mantiveram mais tempo fora do mercado de trabalho e, aí, fica mais difícil se reinserir”, diz o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA.

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A coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense, Lucilene Morandi, afirma que outra possível explicação decorre de a crise no setor de serviços – que emprega mais mulheres – ter sido mais intensa durante a pandemia do que na indústria e no agronegócio (segmentos que concentram mais homens).

A economista acrescenta que medidas como as que devem ser anunciadas hoje por Lula são importantes por deixar claro que o Estado está preocupado com a desigualdade de gênero e que pensará em políticas que reduzam o problema. Ela pondera, porém, que a lei não terá como interferir em casos em que uma empresa prefere promover um homem por considerá-lo mais capaz de assumir uma posição de comando devido ao gênero.

“ÁREAS FEMININAS”

A professora do Insper Ana Diniz, pesquisadora na área de diversidade e inclusão, destaca que, além dos problemas que vieram na esteira da pandemia e implicaram maior desigualdade entre gêneros, outras questões precisam ser atacadas para diminuir a discrepância, como a divisão sexual do conhecimento. Historicamente, mulheres são mais presentes em áreas tidas como “femininas”, como as ligadas ao cuidado (o ensino, por exemplo). Essas também são as áreas que tendem a ser menos valorizadas financeiramente.

Representante adjunta da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino afirma que é preciso discutir o valor do trabalho que vem sendo feito, em grande parte, por mulheres. “Para a nossa sociedade, é fundamental investir na geração futura. Então, é fundamental remunerar adequadamente quem trabalha com educação”, diz. “Se a gente não repensar o valor desses trabalhos, não será possível estabelecer uma discussão real sobre igualdade salarial ”

Ana Carolina acrescenta que a futura lei que pretende garantir a igualdade salarial precisará ter ferramentas de monitoramento. Ela lembra que a cota de 30% do fundo partidário para candidaturas femininas – criada para aumentar a participação de mulheres na política – não tem sido respeitada por partidos políticos, que recorrem a “artimanhas” para burlá-la.

Segundo Ana Carolina, no mundo corporativo tem sido comum que empresas criem mais postos de gerência e aloquem mulheres para os cargos. Quando essas posições são analisadas, no entanto, percebe-se que são de “gerentes juniores”, por exemplo. “Isso acaba criando algumas formas de manter uma desigualdade salarial mesmo para postos que seriam iguais.” (Com informações da Agência Estado) 

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Marcos André Andrade
Marcos André Andrade é formado em jornalismo pela Unesp e pós-graduado em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo Senac. No Grupo EP desde 2022, é editor do Tudo EP e foi repórter do acidade on Campinas. Tem passagens pela Band Campinas, Rádio Bandeirantes de Campinas e Rádio Band News de Campinas, onde desempenhou as funções de âncora, editor, produtor e repórter.
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