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BairrosCambuí: conheça histórias de moradores e comerciantes do tradicional bairro de Campinas

Cambuí: conheça histórias de moradores e comerciantes do tradicional bairro de Campinas

Um bar remanescente, uma papelaria e um guardador de carros; Conheça algumas histórias fantásticas de luta e conquista no Cambuí

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Tem um bar no Cambuí, em Campinas, que soma mais de 60 anos de história. Na Avenida Júlio de Mesquita, o City Bar tem orgulho em dizer que possui o “melhor bacalhau do mundo” e já assistiu a inúmeras transformações no bairro.

“Olha, esse bar foi fundado por um pessoal que ficou por uns quatro anos e eu sou o quarto dono”, quem explica é José dos Santos, um português que encontrou, no Brasil, uma oportunidade de fazer história.

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“De quem eu comprei, a pessoa já tinha 30 anos de negócio e eu também já estou com 30”,

explica como, em julho de 1968, nasceu o lugar.

O clima era de chuva, mas isso não impedia que clientes atravessassem a calçada repleta de mesas e cadeiras, pela porta de entrada e, finalmente, o salão do balcão para pedidos. E, em uma estufa, em cima do balcão em que ficam os famosos bolinhos de bacalhau.

“Eu presenciei tantas histórias e tantas coisas que você nem pode imaginar quanta coisa aconteceu aqui”,

afirma.

De acordo com José, o estabelecimento da Avenida Júlio de Mesquita foi o único que sobrou do chamado “Setor”. “A Campinas de outrora possuía 12 bares aqui e, desses, eu me lembro do Paulistinha, Contramão, Candeeiro, Bacamarte”. Segundo informações do Blog Campinas Assim, a lista do “Setor” também contava com os extintos bares: Bar do Meio, Scooby, Natural, Zanzibar, Bate-Papinho, Caicó e, claro, o City Bar.


“Por que chamava Setor? Porque o cara entrava em um, ia no outro. Se não gostasse, ele tinha opções”, diz o empreendedor. “Era uma Campinas diferente da de hoje”. No lugar, José tem orgulho de revelar momentos importantes na história. “Hoje, esse espaço é frequentado pelo prefeito, por todos candidatos a vereadores. É frequentado pelo ‘zé pinguinha’ também que vem e respeita todos. Nós não temos preconceito nenhum com nada”, afirma.

UMA PAPELARIA QUE SABE O QUE É TRANSFORMAÇÃO

Márcia é dona de uma papelaria que resiste no Cambuí (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

Márcia Queiroz gosta do que faz e tem orgulho do legado que tem feito em um pedacinho do Cambuí. A papelaria da empreendedora está localizada em uma esquina, entre as ruas Major Solon e a Santos Dumont. 

Por trás de um balcão, ela revelou um pouco da história do lugar. “Eu fundei aqui há 28 anos. Na época, eu trabalhava no mesmo ramo e queria ter o meu próprio negócio”, diz. No Cambuí, há quase três décadas de história, Márcia revela que muita coisa mudou.

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“O bairro sofreu muita alteração e nós também”,

diz.

Segundo a empreendedora, uma maneira que encontrou para prosperar foi entender esse movimento de mudança. “A gente entendeu que precisou oferecer outros serviços. Foi um processo e assim sobrevivemos”, diz.

Márcia também diz que mudanças estruturais no bairro a ajudaram também. Entre 1996 e 2010, a Prefeitura realizou diversas mudanças no sentido das ruas para evitar congestionamentos. Os trabalhos ficaram conhecidos como “Rótula”.

“Quando surgiu a Rótula, a nossa loja foi beneficiada. A gente ficou mais visto e nunca paramos de mudar”,

afirma.

Atualmente, ela considera o espaço como tradicional. “Nós temos credibilidade, pois preservamos a qualidade. Acho que isso é se reinventar”, explica. No bairro, ela mora há 19 anos e também já elaborou uma opinião sobre o lugar. “Eu gosto muito do cambui, mas acho que é preciso mais conservação”.

GRANDE CONHECEDOR DO BAIRRO

Souza, como gosta de ser chamado no Cambuí, conhece o bairro como ninguém (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

José Souza conhece o Cambuí como ninguém. Guardador de carros nas redondezas da Paróquia Nossa Senhora das Dores, ele atua no lugar há décadas. “Eu sempre trabalhei aqui como guardador de carros. Aqui na região, muita gente me conhece”, afirma.

Ele é prestativo e simpático. Consegue indicar algum ponto no bairro em instantes e sempre está atento ao movimento da rua. No Cambuí, antes de ser guardador de carros, Souza, como gosta de ser chamado no bairro, fazia entregas com uma bicicleta.

“Eu trabalhava como ajudante de entrega, com uma bicicleta. Aí depois fiquei desempregado e comecei neste bico de estacionamento”,

diz.

Souza não é residente do tradicional bairro de Campinas. Na verdade, ele vem do distrito do Ouro Verde, e passa por uma jornada diária. “É uma viagem que faço todo dia. Eu saio do meu bairro, desço na Prefeitura e subo aqui”.

Nas ruas há tantos anos, assim como Márcia, Souza também já testemunhou muitas mudanças. “Eu percebi uma mudança na segurança. Agora, temos mais segurança. A criminalidade aumentou também, sabe? Apesar de ter muitas câmeras pelas ruas, mesmo assim é bom termos cuidado”, diz.

Além dos moradores já conhecidos, o guardador de carros também tem memórias de famosos que já passaram pela região. “Eu já deparei com muitos jogadores de futebol aqui, como o Luís Fabiano, uns da Ponte Preta, o Camilo do Mirassol. Conheci muitos deles”. Com o dedo apontado para o bar vizinho, ele afirmou: “A Sandy e o Júnior já vieram aqui no bar do lado fazer uma live, eu me lembro disso também”.

Antes de se levantar e ajudar um motorista que sinalizava na rua, o Souza fez uma última afirmação:

“Sabe, nesse lugar aqui, eu já fiz muitas amizades”.

Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do Projeto “Vozes da Nossa Gente”, que tem como foco no jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade. O “Vozes da Nossa Gente” pretende inspirar com boas histórias, que são contadas de maneira humanizada pelos moradores de dez bairros da cidade.

A cada duas semanas, uma região será o foco das pautas desenvolvidas pela equipe de jornalismo do portal, que produzirá, para cada região visitada:

  • Matérias especiais que serão publicadas no ACidade ON Campinas
  • Conteúdos interativos, que serão postados nas redes sociais do portal
  • Um mini documentário que será disponibilizado no canal do ACidade ON no YouTube.
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Anthony Souza
Anthony Souza
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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