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BairrosCentro de Campinas: saiba como é viver na região

Centro de Campinas: saiba como é viver na região

Centro, em Campinas, conta ainda com milhares de moradores tradicionais com histórias excepcionais; saiba como é viver no lugar

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Você sabe como é viver no Centro de Campinas? Maria Sarah é uma das 20.200 pessoas que escolheram morar no Centro da metrópole. No Condomínio Hilário Magro, próximo à Praça Bento Quirino, ela já está há mais de 40 anos. “Eu já morei no Bonfim, depois na [Rua] 11 de Agosto, depois na [Rua] Senador Saraiva e aí vim para cá. Neste prédio, moro desde 1980”, diz.

A ideia de Centro, na metrópole, existe desde o século  XX, de acordo com o historiador do Museu da Cidade, Américo Villela. Essa região já passou por inúmeras alterações e, atualmente, Sarah afirma que o lugar é repleto de vantagens.

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“Tem uma coisa, aqui no Centro, principalmente, para as pessoas de idade, elas fazem tudo a pé. É muito bom neste aspecto”,

afirma.

Embora a moradora afirme que a vida no Centro tem as suas qualidades, estudos mostram que a região deixou, há muitos anos, de ser um espaço voltado exclusivamente ao convívio residencial. Atualmente, diferente das décadas de 1930 e 1960, o lugar é caracterizado pelas grandes magazines e comércios de todas as variedades, transitando entre os formais e informais.

Na década de 20, por exemplo, segundo o Plano de Melhoramentos Urbanos de Campinas, também conhecido como “Plano Prestes Maia”, houve uma intensa intervenção urbanística que alterou drasticamente o Centro. De acordo com a geógrafa Francis Pedroso, ao Jornal da Unicamp, a metrópole passou de uma “cidade de trens” para um espaço propenso à circulação de carros.

A verticalização do Centro

Para Luís Eduardo Salvucci Rodrigues, escritor e correspondente do IHGG (Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico) de Campinas, a partir das décadas de 50 e 60, houve um aumento da verticalização do Centro.

“A área urbana da cidade triplicou, os edifícios construídos no centro são cada vez mais altos”,

escreve.

Foi nesta época, inclusive, que o Edifício Mirante foi erguido. O prédio de 90 metros de altura, 30 andares e 116 apartamentos foi considerado, até 2023, como o maior da metrópole. O Edifício Mirante já foi famoso por carregar um relógio digital no topo e marcou presença em diversas fotografias da época.

De acordo com a Prefeitura Municipal, o Centro é formado por uma área de 1,537 km². Essa região é delimitada por um polígono que começa na convergência da Avenida Lix da Cunha com a Avenida Barão de Itapura, e segue até a Rua Doutor Delfino Cintra até encontrar a Avenida Orosimbo Maia. No final da Orosimbo Maia, a delimitação segue pela Avenida Anchieta e converge à direita até a Avenida Doutor Moraes Salles. Novamente à direita, segue até o Terminal Central, no Viaduto Cury, depois segue pela Rua Lidgerwood, sobe a Avenida Lix da Cunha e segue em linha curva até encontrar a Avenida Barão de Itapura.

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Memórias de um Centro do passado

Igreja do Carmo está localizada no lugar considerado como “Centro histórico” de Campinas
Igreja do Carmo está localizada no lugar considerado como “Centro histórico” de Campinas (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

Para Sarah, sobretudo, há beleza em tantas mudanças. No Centro, ela já nutriu inúmeras memórias. “Eu fiz história lá na PUC Central”, refere-se ao prédio centenário da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, na Rua Marechal Deodoro. “Nessa época, eu ainda morava em Mogi Mirim e vinhamos para cá. Era um grupo enorme e a gente vinha de ônibus. Descíamos na [Rua] Barão de Itapura e vinha direto para a PUC”, relembra. “Inclusive, tive aula no quarto que o Dom Pedro II dormia”.

Assim, nas ruas de Campinas, na década de 70, a moradora lembra que, na vida noturna, havia diversas opções de lazer. “O que eu mais gostava era de ir ao cinema, ir comer um lanche e almoçar na casa dos meus amigos”, diz. Bem ao lado do edifício em que mora há quatro décadas, a professora de história tem acesso facilitado ao Largo do Carmo. “Bem, é na igreja do Carmo, é onde eu tenho a melhor lembrança. Não é direitinho que eu vou, mas eu gosto muito”, afirma.

Currículo em Campinas

Em Campinas e cidades da região, ela tem um currículo em diversas escolas, lugares em que trabalhou como professora de história. “Eu trabalhei em Santo Antônio das Posses, Nova Veneza, Campinas, em vários colégios, como na Imaculada e Liceu Salesiano. Eu me aposentei em uma escola do Estado”.

E, com um brilho nostálgico de quem sabe que já presenciou belas histórias no Centro, afirmou: “Eu ando aqui na rua e ouço: ‘oi, professora Sarah! Como está, professora Sarah!’. Morar no Centro é uma experiência”.

“Morar no Centro é uma experiência”. De fato, o Centro não é como os outros bairros da metrópole. Uma região de convergência, que une os cantos da cidade e as vozes mais distantes da nossa gente. Um bairro que pode ser “amedrontador” ou, simplesmente, encantador. Entre prédios e um interminável movimento, a região central de Campinas se transforma sem deixar de lado um sentimento de saudade a quem já passou, ao menos, uma única vez pelo lugar.

Projeto Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.

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Anthony Souza
Anthony Souza
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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