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BairrosCasa de Cultura: Conheça algumas expressões culturais no distrito de Sousas, em Campinas

Casa de Cultura: Conheça algumas expressões culturais no distrito de Sousas, em Campinas

Cerca de 200 pessoas da comunidade passam todas as semanas pela Casa de Cultura e de Cidadania Antonio da Costa Santos

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As crianças, trajadas em abadás brancas, estavam animadas com mais uma noite de prática de capoeira. O espaço em que os jogadores mirins aguardavam era em uma grande sala, com um cartaz exibindo o logotipo da escola do esporte, e alguns berimbaus e fotografias na parte do fundo do espaço. Ali, funciona a Casa de Cultura e de Cidadania Antonio da Costa Santos, um edifício tombado na Rua Treze de Maio, no distrito de Sousas, em Campinas.

“Eu comecei a praticar capoeira aos 9 anos. De lá para cá, eu nunca parei. Estou há mais de 20 anos na capoeira”, afirma Uili Nascimento, que, além de coordenador da ACEBO (Associação Cultural Esportiva Berimbau de Ouro), que funciona dentro da Casa de Cultura, é também um dos mais antigos alunos do espaço.

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“A minha relação é mais do que um hobby, é mais do que um esporte, é uma relação de amor”.

O jogador veterano diz que a capoeira, tanto em Sousas, quanto em qualquer outro lugar, é também um símbolo de diversidade. Da mesma maneira, a Casa de Cultura também é um ambiente diverso que já atravessou dezenas de anos abrigando a cultura e o conhecimento. “O prédio é de 1885 e era um grupo escolar de Sousas”, quem afirma é o pesquisador local Hélio Beltramelli, que também já estudou na escola.

De acordo com a Prefeitura, o casarão foi tombado pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) em 2003 e, além de já ter sido um espaço de ensino básico, também já foi posto médico. “Na década de 30, passou a se chamar Thomas Alves”. Atualmente, a ACEBO oferece oficinas gratuitas para todos os públicos, como:

-Alongamento;

-Ateliê de fios;

-Capoeira adulto e infantil;

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-Dança;

-Horta agroecológica;

-Iniciação musical;

-Inglês;

-Meditação e;

-Reforço escolar.

UM SONHO CONQUISTADO

Uili Nascimento é aluno de Edson João da Silva, conhecido como mestre Pequeno (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

Em Sousas, o mestre de capoeira Edson João da Silva, atua na capoeira há 26 anos. “Comecei na capoeira em 1983, em Sumaré, por questões de saúde”. Ele explica que, na época, tinha 11 anos, e foi atraído pelo som do berimbau. “A partir daí nunca mais parei” .

Em 2023, em Brasília, o Silva, ou mestre Pequeno, como é conhecido na Casa de Cultura, conquistou o cordão de honra, que é o maior grau dentro do grupo Berimbau de Ouro. O jogador soma quatro décadas de esporte e, com amor ao que faz, decidiu levar a prática a Sousas.

De acordo com o mestre, o esporte tem uma ligação forte com a comunidade. “O objetivo é desenvolver pessoas despertando o interesse por atividades esportivas, culturais, musicais e educacionais, com base na convivência e interação sócio cultural desportiva”. Ele explica que a prática da capoeira busca valorizar e fortalecer os costumes e as tradições das ancestralidades familiares.

Na Casa de Cultura de Sousas, quando o assunto é capoeira, esses valores são fundamentais. Em 2022, Pequeno resolveu associar o esporte ao espaço municipal. “Eu tinha um sonho de montar uma associação onde poderíamos abranger outras atividades além da capoeira envolvendo a comunidade em várias vertentes”. Com o sonho e apoio dos veteranos, como Uili, quase um ano após a implantação da associação, houve a legitimação. 

Embora o espaço tenha sido conquistado, ainda há desafios a serem vencidos. Hélio Beltramelli lembra que na região da início da Rua Treze de Maio, por estar próxima ao Rio Atibaia, constantes enchentes já assolaram o lugar. “Eu lembro que muitos arquivos escolares e documentos haviam se perdido por causa das enchentes”, afirma Beltramelli.

“Foi uma vitória e persistência, pois, neste período, tivemos muitas provas e desafios como três enchentes seguidas em dezembro de 2022”,

diz Pequeno.

Seja como for, como os valores ecoados pela capoeira, o grupo resiste e leva essa vertente cultural a jovens jogadores do esporte. “Hoje, através da ACEBO, temos mestre, contramestre, professores e instrutores de capoeira”, afirma. “Temos também voluntários em aulas de inglês, alongamentos, percussão e bateria, temos o projeto Batua Joca e Viola Caipira. Em média, cerca de 200 pessoas da comunidade passam por aqui”.

Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do Projeto “Vozes da Nossa Gente”, que tem como foco no jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade. O “Vozes da Nossa Gente” pretende inspirar com boas histórias, que são contadas de maneira humanizada pelos moradores de dez bairros da cidade.

A cada duas semanas, uma região será o foco das pautas desenvolvidas pela equipe de jornalismo do portal, que produzirá, para cada região visitada:

  • Matérias especiais que serão publicadas no ACidade ON Campinas
  • Conteúdos interativos, que serão postados nas redes sociais do portal
  • Um mini documentário que será disponibilizado no canal do ACidade ON no YouTube.

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