Você conhece alguma história de comerciante do Mercado Municipal de Campinas? Roberto Mekaru é uma das dezenas de comerciantes que trabalham no Mercadão, no Centro. No negócio familiar, a loja já soma mais de 50 anos. “Então, começou com o meu avô e foi até o meu pai. E agora ficou para mim. Eu mesmo estou aqui há 10 ou 12 anos”, afirma. Dessa forma, o Mercadão é um espaço que coleciona histórias, transforma vidas e faz parte da lista das 7 maravilhas da metrópole. Atualmente, o espaço passa por revitalização e os comerciantes revelam boas memórias do passado do lugar.
Assim, no exato mesmo lugar, há mais de meio século, a família Mekaru construiu uma longa e persistente história. Por isso, no Mercadão, não é complicado encontrar outras famílias e comerciantes tradicionais e o vendedor compartilha memórias comuns entre os vizinhos de venda.
“Eu me lembro que nos meus 10 ou 12 anos, eu sempre passava por aqui. E a maioria é assim mesmo, de pai para filho”,
diz.
Não muito distante, em uma loja com as prateleiras abastecidas com carne e artigos para feijoada, José Antonio Peres, também conhecido como Toni da Feijoada, explicou a importância do Mercado na vida das pessoas. “Esse Mercado já marcou a vida de muita gente. Inclusive, quando fez 100 anos, eu fazia parte da associação e tinha banda, sorvete, presença do prefeito”, afirma.
“Eu mesmo cheguei solteiro, casei e formei meus filhos [com recursos do Mercado Municipal]”,
diz.
Na mercearia no outro lado do Mercado, Isabel estava concentrada organizando algumas prateleiras, enquanto cuidava do movimento no box. Para ela, o movimento no Mercadão é diverso e é um ótimo ambiente para se fazer novas amizades. “Aqui tem muitas boas freguesias, que a gente conversa muito”, conta. “Tem muitas senhoras boas que vem aqui”, completa. “É um público diferente”.
Reforma e título
Atualmente, o Mercadão passa por uma reforma. De acordo com a Prefeitura, a primeira fase de construção contemplou a demolição das estruturas internas, onde ficavam os boxes. Dessa forma, a administração informou que a obra intervirá na parte elétrica, hidráulica e atualizará a arquitetura da edificação. Ainda segundo a Prefeitura, a reinauguração do Mercado Municipal deve acontecer antes do fim de 2024.
Além disso, o edifício é considerado como uma das 7 maravilhas da metrópole, junto com a Estação Cultural, a Catedral Metropolitana, o Parque Portugal, o Jockey Club Campineiro, a Escola de Cadetes e a Torre do Castelo.
Uma história de mais de 100 anos
Projetado pelo arquiteto e engenheiro campineiro Ramos de Azevedo, em 12 de abril de 1908, o edifício do Mercado Municipal foi construído para servir como armazém de estocagem dos produtos transportados pela ferrovia Funilense. Por isso, segundo o historiador do Museu da Cidade, Américo Villela, o Mercadão desempenhou o papel, na época, que hoje desempenham os hipermercados.
“Ao lado de onde hoje é a peixaria, ficava a primeira estação da companhia Funilense de estradas de ferro, essa que dá origem a Barão de Geraldo”, explica. Dessa forma, entre outros, o lugar também chegou a abrigar produtos que eram colhidos no antigo “Cambuizal”, atual bairro do Cambuí, que era composto por chácaras e fazendas no início do século XX.
O lugar soma 7.720 m² e, atualmente, há mais de 140 boxes e tem diversidade de verduras, frutos, grãos, temperos, flores, comidas, peixes e ervas no geral. Em 24 de novembro de 1982, foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico do Estado de São Paulo). E, em 1995, pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas).
Serviço
O Mercado Municipal está localizado no Centro de Campinas, entre a avenida Benjamin Constant e as ruas Ernesto Kuhlmann, Barreto Leme e Álvares Machado. O horário de funcionamento é de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h e, facultativamente, aos domingos, das 7h às 12h.
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