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BairrosCultura no Satélite Íris: Conheça a importância de projetos e escolas no bairro

Cultura no Satélite Íris: Conheça a importância de projetos e escolas no bairro

Escolas e centros culturais ajudam a fomentar o esporte, a arte e projetos ecológicas no bairro Cidade Satélite Íris, em Campinas

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Se tem uma palavra que consegue traduzir minimamente um dos espaços mais atuantes na cultura e arte do bairro Cidade Satélite Íris, em Campinas, essa palavra é “acolhimento”. “Acolhimento, a gente já percebe no portão. É a forma que a gente os recebe: com um sorriso, um abraço”, quem diz é Paloma Lopes, que é a coordenadora técnica do Progen (Projeto Gente Nova) – uma Organização da Sociedade Civil que oferece atividades socioeducativas – do Satélite Íris

O centro é um espaço de destaque no bairro. Grande, pintado em branco e verde e com diversos ambientes que possibilitam rodas de conversa, atividades esportivas e artísticas, o Progen é também um lugar de assistência que oferece acolhimento a cerca de 690 moradores do Satélite Íris. Eles são crianças, adolescentes, adultos e idosos. Não há distinção, todos no mesmo espaço, desfrutando o que há de melhor.

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“Esse é um espaço deles, é um direito deles”,

diz a coordenadora.

Paloma convidou a um passeio pelo centro e foi apontando para os ambientes. Todo espaço, o mais pequeno sequer, tem uma atenção especial para os usuários, voluntários e funcionários. “Todos os espaços acabam sendo multiusos. Não existe uma sala específica para as atividades”, explicou. No jardim, construído nos anos de pandemia – entre 2020 e 2022 – por exemplo, é possível fazer rodas de conversa, é possível aprender sobre a importância de mudas para o ecossistema do bairro ou, ainda, é possível tocar um instrumento. Não há uma regra. 

No segundo andar, os usuários, crianças e adolescentes, participavam das inúmeras atividades. Em uma das salas, um educador, com alguns notebooks, desenhava um projeto de informática. Na outra, inúmeros instrumentos – tambores, violão, violas, bateria – e outra porção de usuários. Já em outra, uma roda de conversa. Cerca de 15 ou 20 adolescentes, que, atentos, ouviam o educador. Eles pareciam interessados. Eles pareciam confortáveis.

“Um dos nossos grandes parceiros é a própria secretaria da assistência social, mas o recurso que chega da secretaria, eles não permitem comprar itens, como esses materiais permanentes. Daí a gente acaba fazendo projetos para qualificar ainda mais os serviços”, explica. No Progen, há muitos desafios, mas o ganho que a própria comunidade recebe parece prevalecer.

No centro, há 30 funcionários que cuidam para que todo o acolhimento ocorra da melhor maneira possível. Entre eles, há assistentes sociais, psicólogos, cozinheiros, músicos, artistas, cozinheiros, profissionais da limpeza, motoristas e uma diretoria participativa. Já o espaço conta com uma recepção, salas para os educadores e assistentes sociais, entrada coberta para proteção de sol ou chuva, um jardim, uma cozinha, um refeitório, uma horta suspensa e sala para atendimentos diversos. “Aqui foi crescendo conforme a necessidade”, diz Paloma, que cita que outro prédio, com três novas salas, foi construído, também na época pandêmica, ao lado da quadra de futebol.

Dona Neuda conheceu o projeto há 16 anos, quando fazia projetos comunitários no bairro. “A gente não imaginava que seria um trabalho tão grande. E tudo começou em uma casinha na comunidade”, explica. Atualmente, Neuda, que é também moradora do bairro, faz trabalhos gerais no espaço – é ela quem cuida da limpeza, ajuda na organização da horta e auxilia os educadores quando é preciso.

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“Depois da pandemia, as pessoas ficaram muito traumatizadas, e é muito importante aqui porque eu acho que as crianças e os adolescentes encontraram um espaço para acolher, um lugar que possa dizer para eles: ‘A vida continua‘”.

UM CENTRO QUE ESTÁ PRESENTE NAS RUAS

Horta suspensa no Progen possibilita novas oportunidades aos usuários do centro (Foto: Tudo EP)

Por mais salas que o Progen possa ter, o projeto transcende o espaço físico. Na verdade, quem participa do projeto dentro do prédio, também acaba participando nas ruas da comunidade. O Satélite Íris, até hoje, é conhecido pelo “aterro da Pirelli”, um lixão que funcionou entre 1974 e 1984. Durante a segunda metade do século passado, inúmeros moradores do bairro e, inclusive, o próprio espaço social estiveram em cima do território contaminado.

“A gente quer que eles se apropriem do bairro. A gente usa salões comunitários, a arena satélite e praças do próprio bairro”.

Um exemplo disso é o projeto de “plantinhas”. Fabrício Roberto é educador desde 2001 e explica que as atividades nas suas são pensadas de acordo com a realidade do próprio bairro. “Plantinhas é uma atividade de conscientização ambiental”, ele explica.

“Algumas áreas no bairro ainda são contaminadas. Então, a gente leva essa consciência do plantio saudável”.

Fabricio e Dona Neuda foram idealizadores de um projeto de uma horta suspensa dentro do espaço. Em cima de vasos e vasilhames, longe do solo infértil, mudas prosperam e trazem novas perspectivas tanto aos usuários, quanto aos moradores do bairro. “Esses espaços capacitam as nossas crianças”.

Não tão distante do centro de atividades sociais, as educadoras Sandra Tonini e Angélica Adam desenvolveram uma atividade semelhante para as crianças de 6 a 11 anos da Escola Estadual Professora Rosina Frazatto dos Santos. No fundo da instituição, há um espaço dedicado ao aprendizado ambiental. Presa em uma das paredes, tubos projetados com furos fazem um zigue-zague. Ali, são plantadas as mudinhas das hortaliças.

“Uma das coisas mais importantes, que conseguimos montar em 2018, foi a nossa horta hidropônica”,

quem explica é Sandre, que também é diretora da escola.

“Ali, a gente produz, as crianças cuidam, a gente recebe o apoio técnico da nossa diretoria de ensino, mas são as crianças que cuidam porque o manejo é muito fácil”, explica. Além de uma alternativa ao solo infértil, as profissionais do ensino também relacionam a importância da horta com a época pandêmica. 

Houve uma época que o lixo estava presente mesmo na frente da escola. “Como a gente vai discutir educação ambiental se, para entrar na escola, os alunos precisavam pular o lixo?”, questiona Angélica, que, atualmente, é vice-diretora da instituição. De acordo com ela, outro marco importante relacionado ao passado do bairro foi a restauração da entrada do lugar.

“A escola tem que fazer sentido para além dos muros”,

reforça.

Tanto o projeto no Progen, quanto a atividade desenvolvida na escola primária , é possível notar uma nova maneira de enxergar as dificuldades no Satélite Íris. E, dessa maneira, seja pelos corredores e escadas do centro, pelo laboratório ao ar livre da instituição de ensino, os moradores e agentes sociais do bairro buscam maneiras criativas de disseminar a cultura, a arte e a ciência a todos.

Horta hidropônica da Escola Estadual Professora Rosina Frazatto dos Santos, no Satélite Íris (Foto: Tudo EP)

Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do Projeto “Vozes da Nossa Gente”, que tem como foco no jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade. O “Vozes da Nossa Gente” pretende inspirar com boas histórias, que são contadas de maneira humanizada pelos moradores de dez bairros da cidade.

A cada duas semanas, uma região será o foco das pautas desenvolvidas pela equipe de jornalismo do portal, que produzirá, para cada região visitada:

  • Matérias especiais que serão publicadas no ACidade ON Campinas
  • Conteúdos interativos, que serão postados nas redes sociais do portal
  • Um mini documentário que será disponibilizado no canal do ACidade ON no YouTube.
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