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BairrosJardim Proença: Conheça histórias de moradores do bairro

Jardim Proença: Conheça histórias de moradores do bairro

Região do Jardim Proença conta com dois estádios, praças e acesso fácil ao Centro de Campinas; Conheça alguns moradores

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Ela varria a calçada da casa que fica em frente à Praça Renê Penna Chaves, conhecida como Buracão, no Jardim Proença, em Campinas. A sugestão do apelido pode ser percebida por causa de uma rua da área de lazer, a Rosa Lopes, que, comprida, parece um tobogã. Quem olha à Renê Penna Chaves do cruzamento entre a Rosa Lopes e a Cônego Oscar Sampaio tem a impressão de ver uma verdadeira ‘cratera’ entre as casas. Aquele é o cenário cotidiano da dona Sueli.

“Quando eu mudei aqui, eu estava grávida da minha segunda filha, ou seja, fazem 47 anos que eu moro aqui”, recorda a dona de casa Sueli de Ângelo, 71 anos, que sempre morou em Campinas. Na casa de quase cinco décadas, ela foi vizinha do pai, que foi o construtor da residência.

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“Daqui, eu só saio para ir morar no cemitério”,

fala brincando, com um sorriso simpático no rosto.

Orgulhosa, ela mostra detalhes da casa feita pelo pai, que hoje não é mais vivo. “Aqui ele fez a garagem. Ali atrás, ele fez uma piscina para as minhas filhas, que queriam nadar”, conta.

Dona Sueli diz que nunca teve problemas grandes no Jardim Proença, mas que houve alguns episódios desagradáveis no Buracão. “Essa praça, por exemplo, agora, eles colocaram luz. Hoje, o pessoal joga bola e faz caminhada sem problemas”. Sobretudo, ela alerta que nem sempre foi assim.

“Aqui era abandonado. Eu lembro que o pessoal jogava lixo na praça. Mas agora está arrumado, você vê os cachorrinhos brincando no gramado”,

afirma.

Próximo do Buracão, há poucas quadras de distância, há o Estádio Moisés Lucarelli, da Associação Atlética Ponte Preta. “A gente escuta muitos gritos das torcidas. Agora, quando é jogo da Ponte e Guarani é mais tenso”, afirma. Sueli não é torcedora, mas o esposo, com quem é casada há 53 anos, torce para o Guarani. “A única coisa que eu acho é que, às vezes, tem muitas brigas. Agora, deu uma maneirada. Eles fecham a rua”, diz.

Para ela, os times de Campinas são importantes para o bairro e, assim como a praça em frente à casa, são uma opção de lazer aos moradores do Jardim Proença e região. Sobre melhorias no bairro, ela aponta em direção à rua Rosa Lopes e afirma que no final dela, na verdade, na Avenida Princesa D’Oeste, há muitas complicações quando chove.

Na verdade, não é apenas Sueli que relata o problema das enchentes. A moradora Tayná Rocha, que mora há apenas 3 anos no Jardim Proença, já presenciou momentos de alagamento. “Eu melhoraria aqui na Princesa D’Oeste que, quando chove, todo mundo sabe, alaga”.

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O Leandro é segurança de uma padaria na avenida. Ele narra um episódio que aconteceu em dezembro do ano passado, quando uma forte chuva transformou a via em um rio.

“Lembro que um morador de rua, conhecido como o Barba, em uma enchente, uma moça foi abrir o carro e ela ficou presa. Ele tentou ajudar e, infelizmente, não conseguiu”,

conta o segurança.

OUTRO LADO

Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que vai realizar obras de macrodrenagem para controle das enchentes nas avenidas Princesa D’oeste, região do Jardim Proença, e na Orosimbo Maia. São duas fases:

  • A primeira contempla construção de dois piscinões na av. Princesa D’oeste e um piscinão na Orosimbo Maia.
  • Na segunda fase, serão cinco obras, sendo mais um piscinão na Orosimbo Maia e alargamento de três pontes. Na Norte Sul/Princesa D’oeste serão realizados alargamento de três pontes, de calha e remodelação do piscinão já existente.

Os recursos estão sendo levantados junto ao BNDES. Os pareceres técnicos e a análise dos indicadores econômicos e financeiros de Campinas já foram analisados e estão compatíveis com as exigências do Banco. O pedido já está na última fase de análise antes da liberação. Serão R$ 517 milhões.

A Secretaria de Serviços Públicos também realiza periodicamente a limpeza de margens de córrego que passa perto da região e das bocas de lobo nas ruas do bairro para manter a passagem livre para o escoamento de água. Também é feito desassoreamento do piscinão da Norte-Sul para ampliar a capacidade de armazenamento da chuva.

O eixo da avenida Princesa D’Oeste também possui placas de alertas sobre alagamentos em pontos que registram mais ocorrências.

O ENTUSIASTA DO ESPORTE

O aposentado Jair Squarizi já trabalhou em 18 times de futebol no Brasil (Foto: Tudo EP)

Jair Squarizi é um entusiasta do esporte na região do Jardim Proença. Em frente a uma banca de vendas, no cruzamento da Avenida Princesa D’Oeste com a Rua Conde D’Eu, ele afirma que ali é um ponto de encontro de antigos jogadores dos dois principais times de Campinas, o Guarani e a Ponte Preta.

“Eu sempre recebo visitas de ex-jogadores”,

diz.

Jair é professor de educação física, mora no bairro há 55 anos e acumula 18 times em seu currículo. “Guarani, Ponte Preta, São João, Barbarense, na fase boa do São Caetano. Trabalhei no Brasiliense também. Eu rodei bastante”, diz.

Segundo ele, a carreira no mundo do futebol iniciou como preparador físico, função que ficou por dez anos. Em seguida, Squarizi passou para auxiliar técnico, onde ficou por outros 27 anos. No Guarani B, ele já foi treinador. “Então, já fui treinador também do Barbarense”, relembra.

Em 1985, quando trabalhava para o Portuguesa de Desportos, ele narra a vez que o time alcançou o título de vice-campeão no Campeonato Paulista de Futebol. “Naquele ano, nós perdemos para o São Paulo”. O grande jogador do campeonato tinha sido Careca, que somou 23 gols. Para Squarizi, o time tricolor era uma verdadeira seleção. “Então, nós perdemos dois jogos para o São Paulo e fomos vice”.

Pelo São Caetano, em 2000, no final da Copa João Havelange, contra o Vasco da Gama, ele diz que quase conseguiu o título. “Esse jogo contra o Vasco marcou muito. Nesse jogo, a arquibancada caiu e a partida foi interrompida”. Na época, a estrutura do alambrado cedeu e deixou cerca de 160 feridos, aos 23 minutos do primeiro tempo.

“Dentro do regulamento, o Vasco perdeu o título e a gente foi campeão. Só que rasgaram o regulamento e fizeram uma nova partida”, afirma. A nova partida aconteceu em 18 de janeiro de 2001. No novo jogo, o time do Vasco venceu por 3 a 1 e garantiu o campeonato. “Moralmente, o São Caetano foi vencedor”.

Atualmente, o entusiasta do futebol está aposentado e passa o tempo cuidando da venda da família. “Essa banca era dos meus pais. Aqui vendia flores e tem 48 anos. Então, é um dos primeiros comércios na região”. Ele explica que comércios de referência que o bairro possui nos dias atuais eram pequenos armazéns e oficinas no passado. “Não tinha avenida. Daqui para cima, não tinha nem rua. Era um caminho que as pessoas andavam a pé”.

Segundo Squarizi, o bairro se desenvolveu muito por conta dos próprios estádios. “Aqui era muito longe do Centro da cidade. Para você vir aqui no campo do Guarani, você tinha que pegar um bonde. Era uma viagem para o estádio do Guarani. Aqui não tinha nada”. 

Na banca, que ele diz ser um ponto de encontro de ex-jogadores, Squarizi afirma: “Aqui é um ponto para recordar os antigos amigos do futebol”.

NA AVENIDA, UMA HOMENAGEM

O pai de Roberto Pedroso ganhou uma homenagem da Prefeitura em frente à banca que trabalha (Foto: Arquivo)

“No bairro, há 55 anos. Na banca, há 35 anos”, diz José Roberto Pedroso de Camargo sobre quanto tempo mora e trabalha no bairro. Ele tem uma banca de jornal no meio da Avenida Princesa D’Oeste. Na frente do comércio de três décadas, há uma praça com uma ciclovia. Na placa do espaço, é possível ler: “Antônio Pedroso de Camargo”. Os nomes não são iguais ao acaso. Antônio e Roberto são, na realidade, pai e filho.

A banca de Roberto, seja pela localização, ou pelo carisma do empreendedor, é um ponto marcante na Avenida. Segundo Roberto, que conhece grande parte dos moradores da região, o lugar nasceu a partir de uma vontade de empreender. Mas a história de Pedroso está muito ligada também ao de seu pai.

“Os meus pais foram um dos moradores mais antigos. Meu pai ganhou uma praça, aqui em frente da banca”, diz.

“Ele [Antônio Pedroso Camargo] veio para Campinas, pequeno. Ele não era político. Ele era mestre cuca internacional”,

afirma.

A Praça foi denominada como “Ciclovia Antônio Pedroso de Camargo” em 14 de agosto de 2020, pela Lei N° 14 de agosto de 2020. “O meu pai era autodidata em termos de cozinha. Ele era bem conhecido e ganhou esse espaço em homenagem a ele”. Olhando para a frente, ao lugar em que há uma placa com o nome do pai, ele revela. “Não tem nem como esquecer”.

Atualmente, a ciclofaixa é uma das principais opções de lazer dos moradores da região do Jardim Proença. Segundo a Prefeitura, outras opções são:

-Bosque Jequitibás, no bairro Bosque, na rua Coronel Quirino:

Essa é uma das mais antigas áreas verdes de Campinas. O Bosque funciona de terça-feira a domingo, das 6h às 18h. A entrada no parque é gratuita para todos os visitantes.

De acordo com a Prefeitura de Campinas, o Bosque foi criado em 1884, por Francisco Bueno de Miranda, e adquirido pelo município em 1915. Tem mais de 100 mil metros quadrados e abriga cerca de 200 animais entre mamíferos, aves e répteis. Também possui um complexo de museus, como o Museu de História Natural, Casa dos Animais Interessantes, Aquário Municipal e o Teatro infantil Carlito Maia, entre outros espaços, como parquinho, lojas e lanchonetes. 

No espaço, uma vez por mês é realizado o Bosque Interativo, evento que permite que os visitantes interajam com alguns animais silvestres, sob supervisão de veterinários e biólogos. Além desta atividade, recebe crianças de escolas e instituições em atividades de educação ambiental. 

-Bosque São José, na Vila Lemos, na Rua Afonso Pena:

Próximo ao Jardim Proença, na Vila Lemos, há o Bosque São José. Essa é uma área verde com equipamentos de lazer, cercada por alambrado. De acordo com a Prefeitura, o espaço abre todos os dias, das 6h às 18h. A entrada é gratuita. 

-Praças na região:

A Praça Renê Penna Chaves, nas Ruas Rosa Lopes e Con. Oscar Sampaio, no Jardim Proença, e a Praça José Carlos de Camargo, na Rua Amadeu Mendes, na Vila Lemos, são outras opções de lazer.

Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do Projeto “Vozes da Nossa Gente”, que tem como foco no jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade. O “Vozes da Nossa Gente” pretende inspirar com boas histórias, que são contadas de maneira humanizada pelos moradores de dez bairros da cidade.

A cada duas semanas, uma região será o foco das pautas desenvolvidas pela equipe de jornalismo do portal, que produzirá, para cada região visitada:

  • Matérias especiais que serão publicadas no ACidade ON Campinas
  • Conteúdos interativos, que serão postados nas redes sociais do portal
  • Um mini documentário que será disponibilizado no canal do ACidade ON no YouTube.


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