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BairrosTradição, arte e desafios: conheça a história da 13 de Maio no Centro de Campinas

Tradição, arte e desafios: conheça a história da 13 de Maio no Centro de Campinas

Rua 13 de Maio já teve outro nome e atravessou diversos momentos da história comercial do Centro de Campinas

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Com mais de 700 metros de extensão, a Rua 13 de Maio é o principal ponto comercial do Centro de Campinas. A data faz referência à abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, e, mesmo nos dias atuais, é possível notar a mescla entre a arte de rua, os desafios contemporâneos e a tradição marcada na arquitetura de alguns edifícios.

“Um shopping ao ar livre”, é assim que a Acic (Associação Comercial de Campinas) define a rua com mais de 120 comércios. Assim, no conjunto, há lojas de calçados, vestuário, tecidos, lanchonetes e lojas de departamento. “Com tendência a atender a todas as classes sociais, destacando as classes C, D e E.  Basicamente, a Rua 13 de Maio representa 11% do faturamento total do comércio varejista em Campinas, cerca de R$ 1,0 bi / ano, no centro considerado”, destaca a Acic.

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De acordo com informações oficiais da Prefeitura de Campinas, a Rua 13 de Maio, era conhecida como “São José”. “Nascida na lateral da Matriz Nova [atual, Catedral Metropolitana de Campinas Nossa Senhora da Conceição], a rua São José marcou, por um longo período, os limites da cidade”. 

Origem do nome

Em 28 de maio de 1888, segundo um levantamento historiográfico do Pró-Memória de Campinas, no mesmo ano da abolição, o então vereador Salvador Leite de Camargo Penteado indicou, com sucesso, a mudança de nome da via de São José a 13 de Maio.

Por isso, era nesta via, em meados do século XIX e XX, que a vida pública da cidade acontecia. “Ao longo do dia, era possível ouvir o apito do amolador de facas, a matraca do mascate, o ferrinho do folheteiro, o berrante do bucheiro ou os guizos do padeiro”, dizem as informações oficiais. “Ao cair da tarde, era a vez do descanso doméstico que levava às ruas as donas-de-casa com suas crianças e maridos recém-chegados do serviço; hora de conversar, de jogar baralho e de divertir com a bola”, continua. “Nos domingos e nas ocasiões de festas, as mesmas ruas se faziam tomadas pela venda de cartuchos de sequilhos e amendoins, pela cocadas, balas, pés-de-moleque e paçocas”.

Atualmente, de acordo com informações da Acic, a Rua 13 de Maio emprega 7.400 trabalhadores. Nesse sentido, a Associação destaca que diariamente circulam cerca de 300 mil pessoas e, nas vésperas das grandes datas, mais de 400 mil.

Crescimento das casas comerciais ao longo da história

Centro de Campinas no década de 30
Centro de Campinas no década de 30 (Foto: Reprodução/ Museu da Imagem e do Som de Campinas)

De acordo com um levantamento da pesquisadora Sônia Aparecida Fardin, na dissertação “Revelações do imaginário: iconografia campineira do final do século XIX”, na segunda metade do século XIX, Campinas já tinha destaque em algumas fortes indústrias e lojas, como:

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  • A “Lidgerwood Manufacturing & Company” (1864); 
  • A “Imperial Olaria, ferraria, fundição de ferro e de bronze” (1867); 
  • A Fábrica de Chapéus Hempel (1872);
  • A Fábrica de carros e Trolys (1874); 
  • A “Fábrica de tecidos Carioba” (1875); 
  • A “Companhia Mac Hardy” (1875); 
  • A “Arens Irmãos, fundição, serraria e ferraria” (1877); 
  • A “Casa Black Alfaiataria” (1878); 
  • A “Sapataria 1. Hertz e R. Barrère” (1879); 
  • A “Fábrica de Chapéus de João Ziegler” (1879); 
  • A “Cervejaria Garibaldi” (1879);
    A “Cervejaria Guarani” (1880); -A “Casa Blanchard, caldeiraria, fundição de ferro e bronze” (1880);
  • A “Alfaiataria de José Maria” (1881); 
  • A “Companhia Cortinadora Campineira” (1882); -A “Fábrica de massas” (1881); 
  • A Fábrica Industrial de O. Pacheco e silva” (1883);
  • A “Fábrica de refinação de açúcar” (1883); 
  • A “Cervejaria Luraschi” (1883); 
  • A “Fábrica Simões” (1884); 
  • A “Fundição Maragliano de ferro, bronze e sinos” (1886); 
  • O “Pastifício Selmi” (1887); -A “Casa do Livro Azul” (1876); 
  • A “Au Monde Elegante” (1876) e; 
  • A “Notre Dame de Paris” (1881).

Palco de novas oportunidades

Gutemberg, o músico da 13 de Maio, canta e encanta quem passa na via
Gutemberg, o músico da 13 de Maio, canta e encanta quem passa na via (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

É também na 13 de Maio que muitos encontram novos começos e oportunidades. Assim, entre o som dos veículos, a disputa dos locutores das lojas e do falatório dos pedestres, é possível escutar também uma bela sonoridade. Por isso, seja o som da sanfona ou a melodia de um violão, não é difícil encontrar artistas que apostam demonstrar o trabalho na movimentada via.

“Desde os 18 anos”. Este é o tempo em que Gutemberg dos Santos expressa o dom artístico na 13 de Maio. “Eu percebi que tinha esse dom de tocar e cantar. Foi neste momento que comecei a colocar em prática”, diz.

Dessa forma, para Santos, o início foi complicado e o que o motivou a continuar foram os sonhos que ainda não tinham sido conquistados.

“Independente das circunstâncias, a gente precisa aprender a viver com os altos e baixos”.

Nesse sentido, inspirado no gospel, o músico abriu um canal no YouTube, o “Gutemberg J05”, e revelou que entende os desafios do dia a dia como aprendizados. “Todo dia, a gente aprende algo novo. Existem momentos em que a gente não consegue alcançar um objetivo. Precisamos estar sempre com Deus”.

Projeto Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. Assim, o projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.

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Anthony Souza
Anthony Souza
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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