Por Daniela Amorim
As fortes chuvas dos últimos dias já deixaram pelo menos 16 mortos em diferentes regiões do Estado do Rio de Janeiro. Em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, foram confirmadas oito mortes, mas há relatos de mais sete moradores ainda desaparecidos. Em Paraty, também na Costa Verde, outras sete pessoas da mesma família morreram: uma mãe e seis filhos. Mais um homem morreu em Mesquita, na Baixada Fluminense.
No bairro Monsuaba, em Angra, agentes da Defesa Civil fazem buscas por outras três pessoas desaparecidas que estariam sob os escombros, de acordo com relatos de parentes. Pelo menos seis casas foram atingidas por um deslizamento de terra na madrugada de sábado, 2. Cinco pessoas foram resgatadas com vida. Oito corpos foram localizados e retirados pelos agentes, quatro crianças e quatro adultos. Durante a madrugada deste domingo, 3, houve novo deslizamento na localidade, desta vez sem vítimas.
O município de Angra dos Reis está em situação de emergência em decorrência do volume recorde de chuva registrado em 48 horas: 809 milímetros em Araçatiba, na Ilha Grande, e 694 milímetros no bairro da Monsuaba, no continente.
A Prefeitura de Angra dos Reis informou que as comunidades mais afetadas da Ilha Grande foram as de Araçatiba, Vermelha, Provetá, Abraão e Aventureiro, atingidas por deslizamentos de terra e de blocos de pedra. A Praia de Itaguaçu foi praticamente soterrada. Há quatro pessoas desaparecidas, segundo relatos de moradores da região.
Neste domingo, havia 181 desalojados em abrigos disponibilizados pelo município de Angra. Interdições provocadas pelos deslizamentos mantêm suspensa a circulação de algumas linhas de ônibus na região.
A Rodovia Rio-Santos, BR-101, permanece com bloqueios provocados pelas chuvas, assim como a RJ-155 e a Estrada do Contorno. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a Rio-Santos permanecia, na manhã deste domingo, 3, com vários pontos de interdição parcial e total, devido a deslizamentos e alagamentos. O trânsito estava totalmente impedido em seis pontos, na altura dos municípios fluminenses de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty e de Ubatuba, em São Paulo.
A prefeitura de Paraty informou no sábado, 2, que sete pessoas de uma família morreram soterradas no bairro de Ponta Negra. As vítimas foram a mãe Lucimar e seis filhos: João, de dois anos, Estevão, de cinco anos, Yasmim, de oito anos, Jasmin, de 10 anos, e Luciano, de 15 anos e Lucimara de Jesus Campos, 17 anos. Um sétimo filho foi resgatado com vida e levado ao Hospital Municipal Hugo Miranda.
A região metropolitana do Rio de Janeiro também foi fortemente atingida por alagamentos, como Belford Roxo e Mesquita, onde um homem morreu eletrocutado durante as chuvas.
Em Nova Iguaçu, a prefeitura declarou situação de emergência e avisou que suspendeu as aulas em algumas escolas municipais na segunda-feira, 4. O Hospital Geral de Nova Iguaçu foi atingido por infiltrações em dois Centros de Terapia Intensiva. Os alagamentos forçaram a transferência de 13 pacientes de uma das alas para os setores de pós-operatório. A Rodovia Presidente Dutra chegou a ser parcialmente interditada na madrugada de sábado, na altura de Nova Iguaçu, no quilômetro 185, devido à queda de uma árvore, informou a Polícia Rodoviária Federal.
Na capital fluminense, moradores ainda enfrentavam neste domingo transtornos decorrentes dos alagamentos, principalmente, na zona oeste. A previsão do tempo é de chuva fraca a moderada.
“Se a gente estivesse num dia vindo de uma semana muito seca era tranquilo, mas, óbvio, se você já tem solo muito encharcado, áreas alagadas, lagoa muito alta, rios muito altos, isso aumenta o risco. As principais vias estão liberadas”, contou o prefeito Eduardo Paes (PSD/RJ) em postagem em uma rede social.