O acampamento de bolsonaristas montado desde novembro em frente à EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), no Jardim Chapadão, em Campinas, foi desmontado na manhã desta segunda-feira (9). A operação foi liderada pela PM (Polícia Militar) e recebeu apoio das equipes da GM (Guarda Municipal) e dos agentes da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas).
No fim da manhã, ao menos cinco viaturas da Polícia Militar foram vistas no local e poucas barracas ocupavam o canteiro central da Avenida Papa Pio XII. Não há informações sobre confrontos e a Prefeitura informou mais cedo que prestou apoio à operação após receber uma solicitação do comando da PM. Além disso, também determinou o reforço na segurança em locais públicos da cidade.
De com a o comunicado Administração, a ação foi comandada pela Polícia Militar, “como definiu o STF”. “A Guarda Municipal, além de dar suporte à operação, vai reforçar a segurança nos prédios públicos”, completou em nota. As equipes da corporação devem ser distribuídas em locais como o Palácio dos Jequitibás e outros prédios de autarquias e órgãos do município.
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ACAMPAMENTO NA EXPCEX
O grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de manifestantes contrários aos resultados das eleições ocupou o local no começo de novembro, logo após o resultado do pleito. Na época, o bloqueio no local chegou a ocupar um trecho da Avenida Papa Pio XII entre o prédio e a Praça do Tiro de Guerra.
No começo de Dezembro, a liberação do trânsito foi anunciada pela Emdec após reclamações, mas o acampamento continuou pelas semanas seguintes.
OUTROS ACAMPAMENTOS
O Comando Militar do Sudeste se prepara para desocupar todas as áreas obstruídas por bolsonaristas em São Paulo em cumprimento à ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O Estadão apurou que o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, aguarda instruções de Brasília enquanto negocia com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, agora sob o comando do capitão Derrite, deputado federal bolsonarista indicado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A expectativa é de que o “bom senso” prevaleça e que tudo seja feito sem conflito, mas a determinação será de desmonte, sem exceções. Na capital paulista, os golpistas se concentram na Avenida Sargento Mario Kozel Filho, que fica em frente a quartel e também dá acesso ao prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera, zona sul.
Neste domingo, enquanto vândalos invadiam os prédios dos Três Poderes em Brasília e depredavam o patrimônio público, um pequeno grupo de bolsonaristas chegou a fechar as pistas da Avenida 23 de Maio no sentido centro. O ato, no entanto, foi rapidamente desmobilizado por agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
MORAES DEFINE DESOCUPAÇÃO
A desocupação foi determinada neste domingo (8) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, logo após os atos golpistas em Brasília. Conforme a decisão, o cumprimento em todo o País deve ocorrer em até 24 horas os participantes que insistirem em permanecer nos locais “poderão ser presos em flagrante e enquadrados em pelo menos sete crimes diferentes”.
“Determino a desocupação e dissolução total, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos quartéis generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes”, detalha um trecho da decisão.
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