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CotidianoAbandono do Centro: sujeira e vandalismo revoltam moradores de Campinas

Abandono do Centro: sujeira e vandalismo revoltam moradores de Campinas

Região central de Campinas costuma ter lixo espalhado, restos de comida pelo chão e lixeiras depredadas

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Com informações de Johnny Inselsperger/EPTV Campinas

O Centro de Campinas tem sido alvo de críticas e preocupações por parte de frequentadores, trabalhadores e comerciantes devido a questões de insegurança e abandono. Além disso, a região também enfrenta transtornos relacionados à sujeira e sofre com depredações causadas por atos de vandalismo e pichações, que impactam patrimônios e espaços públicos.

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Ontem (9), o acidade on, junto com a EPTV Campinas mostrou a realidade na região central durante a madrugada, com a grande circulação da população em situação de vulnerabilidade e dependência química que vivem no local (leia mais aqui).

Com a série de problemas já apontados, a situação é agravada ainda pela presença persistente de odor de urina em várias partes da região, incluindo calçadas e áreas em frente aos estabelecimentos comerciais. Além disso, é comum encontrar lixo espalhado, restos de comida pelo chão e depredações em lixeiras. Atos de vandalismo também atingem painéis em pontos de ônibus, e até mesmo monumentos históricos não estão isentos da pichação e furto de peças.

A Prefeitura justifica que são gastos em média R$ 500 mil por mês com reparos de locais e equipamentos depredados e que há patrulhamento frequente da Guarda Municipal para o combate a atos de vandalismo na região central de Campinas (leia mais detalhes abaixo).

Cheiro e sujeira

O mau odor e a sujeira acumulada em diversos pontos do Centro estão nas principais reclamações de quem frequenta a região, principalmente quem trabalha diariamente no local. Na passagem de pedestres situada na praça entre o Mercado Municipal e o Terminal BRT, as pessoas chegam a recorrer ao uso de roupas ou até mesmo das mãos para tampar o rosto e tentar minimizar o desconforto causado pelo mau cheiro.

“É horrível. Eu sempre passo aqui, porque a empresa que eu trabalho é perto, e sempre está com esse odor forte de urina. As vezes até fezes”, relatou o técnico em laboratório Gustavo Souza.

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Segundo ele, além de enfrentarem a sujeira, os pedestres que passam pelo trecho precisam ficar sempre atentos por causa dos frequentes roubos. “Esses dias a tia de um colega foi assaltada durante o dia, levaram celular, bolsa, tudo”, completou.

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Sem cuidado

A praça tem os túneis de passagens pichados, lixos pelo caminho e reúne moradores que dormem no local. Colega de um comerciante que tem uma lanchonete em frente ao local, o empresário José Luiz Rocatti afirma que frequentar o espaço é impossível. 

“A gente vê pessoas jogadas, sentido cheiro horrível. Vim no comércio do meu amigo só pra dar um oi. Se for pegar coisa para comer é, pegar e levar para casa”, disse.

Já na Rua José de Alencar, contêineres foram flagrados transbordando com lixo. Segundo comerciantes, as caçambas não dão conta de suportar a quantidade de sujeira recolhida e colocada no local. Esse cenário acaba por afastar clientes dos comércios do local.

“Atrapalha e muito, traz mau cheiro para dentro do comércio porque a caçamba só fica aberta. A ‘turma’ recolhe o que quer, o que não quer joga na rua”, criticou o comerciante Nilton Lopes de Souza.

Centro de Campinas tem pichações e sujeira e motiva reclamações (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

Monumentos

Além da sujeira, vandalismos em monumentos de praças e depredações em pontos públicos são comuns. Na Praça Carlos Gomes, um dos cartões postais da cidade, não sobrou busto, nem placas no monumento que fazia homenagem ao médico Thomaz Alves.

Desfigurado, só restou o pórtico que sustentava o busto, que foi furtado, junto com três estátuas em forma de mulher que representavam respectivamente, a cidade de Campinas, a medicina e a gratidão.

“Isso representa a morte da história de Campinas. Esse monumento era de homenagem ao doutor Thomás Alves, que teve uma participação muito importante na erradicação da febre amarela em Campinas. A homenagem que foi feita hoje não temos nenhuma referência, virou um monumento de pedra, toda referência que existia foi embora, foi retirada aos poucos”, lamentou o arquiteto Flávio Laurini.

Na Praça Luís de Camões, em frente ao Hospital Beneficência, o monumento do poeta homenageado além de repleto de pichações, teve as placas levadas.

Além do desrespeito com o patrimônio e a história, a artesã Núbia Bonani, que vende produtos em uma barraca na praça, também reclama da situação de sujeira na praça.

“Quando a gente chega tem bastantes moradores de rua dormindo, então a gente encontra papelão, sujeira, cobertores, roupas levadas, é um ambiente difícil. Tem um cuidador que sempre tá retirando, mas no outro dia é tudo de novo”.

Pichações

Entre os problemas listados, ainda estão as pichações, que fazem parte do cenário de prédios, praças e comércios do Centro, gerando prejuízos para os que ainda tentam manter as paredes pintadas.

“Em uma parede durou duas semana e já começaram a marcar, na outra não durou três semanas não durou três semanas, em outra loja alí não durou uma semana depois que inauguraram”, criticou o comerciante Igor Molena.

O que diz a Prefeitura?

Questionada, a secretaria de Serviços Públicos informou que a depredação no Centro é um desafio, pois geralmente os vândalos agem de forma muito rápida. Segundo a pasta, são gastos em média R$ 500 mil por mês com reparos de locais e equipamentos depredados.

Sobre a limpeza e manutenção do Centro, informou que faz a varrição e lavagem especial com água e detergente todos os dias, e alega que há lixeiras em várias vias da região central. Leia a nota na íntegra abaixo:

“A Prefeitura de Campinas tem um Plano de Requalificação da Área Central (Projeto Nosso Centro). Entre as ações estão:

  • Revitalização da Campos Salles;
  • Reforma do Prédio do Relógio (Oficinas das Locomotivas da Mogiana);
  • Construção do Hospital São Luiz (contou com incentivos fiscais da Prefeitura)
  • Reforma do Mercadão;
  • Pátio Ferroviário (vai abrigar um parque urbano; projetos de cultura, esportes e lazer no Parque do Pátio Ferroviário; programas habitacionais e área onerosa para o hub de ciência, tecnologia e inovação)
  • Isenção de IPTU para a reforma de prédios (é concedida para moradores e comerciantes que revitalizarem imóveis que possuem no Centro. O objetivo é contribuir para modernização de negócios e atração de mais pessoas para morar no centro e também novos empreendimentos).
  • Redução de ISSQN (o projeto de lei já foi encaminhado para a Câmara e prevê alíquota de ISSQN de 2% para estabelecimentos que estão na área central, a mesma de abrangência da Lei de Reabilitação de Edificações da Área Central).

Sobre o combate a atos de vandalismo, a Guarda Municipal de Campinas faz patrulhamento na região Central 24 horas. O Centro também é monitorado por câmeras. A população pode denunciar casos de vandalismo pelo telefone de emergência da Guarda Municipal, disponível 24 horas.

Sobre a limpeza e manutenção da região Central, é feita varrição e lavagem especial, com água e detergente, todos os dias. Equipes de varrição trabalham diariamente retirando o lixo que as pessoas descartam de forma irregular e contínua. Há lixeiras em várias vias no Centro.

A depredação dos equipamentos urbanos é um desafio para a Administração Pública. É um processo que ocorre muito rápido, segundo a Secretaria de Serviços Públicos. O túnel de pedestres da Fepasa é um dos exemplos, local onde há furtos de fiação e outros tipos de vandalismo”.

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