Campinas vai receber um empreendimento imobiliário que prevê a construção de cinco mil unidades habitacionais voltadas para as faixas 1 e 2 de renda das linhas de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida. Chamado Cidade Sete Sóis Dunlop, o projeto feito pela construtora MRV foi anunciado durante evento realizado nesta semana.
Segundo a Prefeitura, o empreendimento habitacional segue o conceito de cidade inteligente e tem como base “um urbanismo que prioriza a sustentabilidade e a qualidade de vida”. Ele vai ficar localizado entre o Campo Grande e o Ouro Verde, próximo à Avenida John Boyd Dunlop, e tem previsão para começar a entregar as unidades habitacionais a partir de 2027.
Os cadastrados na fila da Cohab, que preencham os requisitos de perfil e renda, também podem ter acesso à compra das unidades do Cidade Sete Sóis Dunlop por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, além de pleitear o subsídio de R$ 15 mil reais para a compra pelo Casa Paulista, do Governo do Estado.
Entenda como vai ser o empreendimento com 5 mil unidades habitacionais
O empreendimento com 5 mil unidades habitacionais terá 470 mil metros quadrados de extensão e previsão de mais de R$ 85 milhões de investimento em infraestrutura urbana e melhorias para a região, de acordo com informações divulgadas pela Prefeitura. Inclui 65,7 mil metros quadrados de áreas verdes, sendo 30,6 mil m² de sistema de lazer.
Ele será entregue em etapas, em que a primeira, chamada Cores do Poente, será de 280 apartamentos de 40,82 m², enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida.
Somente nessa fase serão 2.656 unidades distribuídas em 6 condomínios, com a estimativa de 7.968 moradores. A previsão de entrega é a partir de 2027, com período de execução de sete anos para a fase inicial. No total das fases do projeto, o Cidade Sete Sóis Dunlop prevê a construção de 5 mil unidades para cerca de 15 mil moradores.
O projeto prevê a criação de novos 49,2 mil m² de malha viária e 1.034 m² de ciclovias e bicicletários (Fase 1). O empreendimento contará com um extenso parque urbano de mais de 16,5 mil m² e arborização feita com o plantio de 4.800 árvores nativas.
Segundo a MRV, o projeto tem potencial para gerar mais de 5.380 empregos diretos e indiretos. Esse é o maior projeto da MRV em Campinas e o primeiro fora de capitais. A construtora já lançou empreendimentos Cidade Sete Sóis em Pirituba, na capital São Paulo, e em Salvador, na Bahia.
Fila da Cohab
O projeto foi aprovado pela Cohab Campinas no enquadramento de EHIS (Empreendimento Habitacional de Interesse Social). Por isso, a Cohab recebe 2% das unidades do empreendimento para comercializar diretamente com as famílias cadastradas na fila de espera da companhia. No caso da primeira torre do Sete Sóis Dunlop, são 6 unidades.
‘Bairro de 15 minutos’
Segundo a Prefeitura, a localização do empreendimento otimiza o uso da rede do transporte público de Campinas, com acesso ao Terminal do BRT de Campo Grande e a 10 pontos de ônibus distribuídos pelo complexo. Terá iluminação em LED nas vias públicas e infraestrutura para instalação de wi-fi no parque linear, e economia de água e energia por meio de dispositivos e estruturas individuais.
A ideia é ser um “bairro de 15 minutos”, onde comércio, serviços, lazer e transporte estão a curtas caminhadas de distância.
Iniciativa resolve problemas da cidade
Para o prefeito Dário Saadi (Republicanos), o empreendimento está contribuindo para a cidade buscar soluções para dois grandes problemas que o envergonham desde que assumiu a administração de Campinas: a fila das creches e a fila da Cohab.
No licenciamento do Cidade Sete Sóis Dunlop, uma das mitigações do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), feito pela construtora MRV, responsável pelo projeto, foi a realização dos projetos para a construção das 16 creches do Programa Espaço do Amanhã, que ampliarão cerca de 5 mil vagas na educação infantil.
Já no caso da fila da habitação, o prefeito contou aos participantes do evento que a contribuição de 5 mil unidades voltadas para as faixas iniciais de financiamento do Governo Federal, gerido pela CEF (Caixa Econômica Federal), deve ajudar mais famílias a conquistar o sonho da casa própria. Segundo ele, o número de inscritos no CIM (Cadastro de Interessados em Moradias) da Cohab Campinas foi reduzido a pouco mais de 18 mil pessoas, de um total que ultrapassava 40 mil no início de sua gestão.
Ao lado da aprovação de novos EIHS, medidas como o programa de regularização fundiária urbana e parcerias comerciais para uso do cadastro contribuíram para tirar famílias da fila por moradia.
Mitigações de Impacto de Vizinhança
Como resultado das mitigações do empreendimento apontadas no EIV, a Prefeitura de Campinas receberá a execução de mais de R$ 8 milhões em medidas para minimizar impactos gerados pelo novo empreendimento no entorno. Isso deve beneficiar moradores dos distritos do Ouro Verde e do Campo Grande, já que o empreendimento fica em uma área nos limites das duas regiões da cidade.
Os recursos serão divididos entre as secretarias municipais de Saúde, Educação e a Emdec. A MRV também colaborou com a elaboração dos projetos para as 16 creches do Programa Espaço do Amanhã, iniciativa da Secretaria Municipal de Educação e da Fumec (Fundação Municipal para Educação Comunitária).
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