Os casos de covid-19 dispararam em Campinas nas última semanas. Além do alerta para a dengue, a taxa de positividade dos testes da doença atingiu índices parecidos com os da pandemia, o que indica uma alta circulação do vírus no município.
Dados do boletim de monitoramento de síndromes respiratórias mostram que o índice chegou a 40,8% no dia 11 de fevereiro. Isso significa que a cada 10 pessoas que procuram um laboratório para fazer testes, quatro apresentam positividade para a covid-19.
Para se ter uma ideia, durante a pandemia, em março de 2021, Campinas chegou a registrar que 44,4% das pessoas que faziam o teste estavam infectadas com o vírus.
Essa alta da doença foi acontecendo ao longo dos meses de janeiro e fevereiro deste ano. No dia 7 de janeiro, a taxa de positividade era de 16,6%, e saltou para 38% no início de fevereiro.
Além disso, Campinas já teve 14 óbitos por covid-19 este ano, sendo oito mulheres. A maioria dessas pessoas está acima dos 70 anos de idade, em que apenas duas tinham entre 40 e 49 anos.
Por que os casos de covid-19 aumentaram em Campinas?
De acordo com os médicos, a alta circulação do vírus da covid-19 em Campinas pode ser explicada pela soma de aglomerações, principalmente as registradas durante o período de Carnaval, além da presença de uma subvariante mais transmissível, que é a JN.1.
Junto a isso, há o fato de que as pessoas deixaram de se imunizar. O último dado atualizado da secretaria de Saúde em Campinas, de 8 de fevereiro, mostra que apenas 23,8% da população acima de 18 anos tomou o reforço com a vacina bivalente, disponível em todos os centros de saúde para moradores a partir dos 12 anos, a depender da situação vacinal.
Porém, o índice de cobertura vacinal ideal para garantir a proteção inicial na população acima de seis meses é de 85,5%.
Taxa de mortalidade pode aumentar
A infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia que o cenário atual é propício para o aumento de casos, e que é esperado uma evolução desses números nas próximas semanas. Essa alta ainda pode sobrecarregar o sistema de saúde da cidade no futuro.
“A covid-19 demora uma semana ou 10 dias para piorar. Então, nós podemos e devemos ter um aumento das internações e um aumento da mortalidade por covid novamente em 2024. Para mim, é algo injustificável, uma vez que nós temos vacina disponível e que protege contra as formas graves”, comenta a infectologista.
Stucchi também afirma que a principal preocupação da variante JN.1 está no grupo que tem risco de contrair a covid-19 em sua forma grave, que é o caso dos não vacinados, idosos, crianças e gestantes.
*Com informações de Paulo Gonçalves/EPTV Campinas
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