A dengue em Campinas deve ter pico em abril e chegar aos 100 mil infectados, segundo projeção da secretaria de Saúde. Os dados foram apresentados aos representantes de hospitais públicos e particulares que se reuniram com a Prefeitura na manhã desta sexta-feira (1º). No encontro, foram debatidas medidas para suprir a demanda de atendimentos e de leitos (leia abaixo).
Se a estimativa se confirmar, Campinas terá a pior epidemia de dengue da história, já que os piores dados relacionados ao vírus foram registrados em 2015, quando 14 moradores morreram e 66.577 ficaram doentes. Atualmente, a cidade tem 11.188, o equivalente a 97% do total registrado em todo o ano passado, quando três pessoas morreram e 11.503 foram contaminadas.
Até o momento, uma morte foi confirmada em decorrência da doença: uma moradora de 94 anos. O problema neste ano é considerado grave devido à circulação simultânea de três tipos diferentes de vírus da dengue. Dois deles, inclusive, não circulavam no território campineiro desde 2009 e 2021.
Previsão de pico em abril deixa hospitais em alerta
Segundo o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), o encontro entre as autoridades e os membros das unidades de saúde serviu para que os locais fossem alertados sobre o risco de uma “explosão” entre o meio e o fim de abril.
“Se nós não conseguirmos reduzir as infecções, podemos ter uma ‘explosão’ e passar para mais de 100 mil casos. E nós fizemos esse alerta e sugerimos aos hospitais o uso de telemedicina e monitoramento digital”, argumenta Dário.
De acordo com o presidente da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, Sérgio Bisogni, o atendimento aos infectados pode saturar os hospitais. “A dengue mobiliza muito a unidade básica, porque toma tempo e espaço. E tomar espaço pode prejudicar o atendimento a outras doenças”, detalha Bisogni.
Já o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, alerta para a preocupação com a covid-19. “Estamos nos preparando com insumos e testes rápidos da covid pra tentar fazer o diagnóstico rápido. A gente espera quebrar essa curva da dengue. Mas, se não quebrar, temos que estar preparados”, defende Zambon.
População deve permitir entrada das equipes
Durante a reunião, o município deixou claro que é papel da população permitir que as equipes formadas por agentes de saúde entrem nos locais que ficam em áreas com altas taxas de infecção. Por conta da situação, inclusive, Campinas participou da mobilização estadual de combate à dengue nesta sexta-feira.
Pelo menos 100 agentes da secretaria de Saúde estiveram nas ruas, e o trabalho contará com apoio da Defesa Civil, que usará drones para vistorias em imóveis abandonados ou desocupados. Confira quais as ações previstas em Campinas:
Eliminação de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, nas regiões do Santo Antônio e Santa Rosa
Telagem de caixas d’água na área do Costa e Silva
Nebulização nas regiões dos CSs (centros de saúde) Nova América, Santa Bárbara e São Vicente
Nebulização na Vila Vitória
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