Campinas confirmou na manhã desta quarta-feira (7) a circulação de três tipos de dengue: 1, 2 e 3 de forma simultânea. A situação eleva o alerta atual devido à maior possibilidade de contaminações graves pela doença e foi atestada depois que o Instituo Adolfo Lutz concluiu a análise do sangue de três moradoras infectadas.
Para a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), Andrea von Zuben, o nível de atenção é ainda maior porque o total de contaminações registrados em janeiro na cidade foi o maior dos últimos 10 anos. Atualmente, Campinas está perto de somar 2 mil confirmações da doença (leia mais abaixo).
Quais são os novos sorotipos?
De acordo com a secretaria de Saúde, foram identificados os sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam no município desde 2021 e 2009, respectivamente. Os diagnósticos envolveram pacientes de 14, 37 e 39 anos que foram atendidas por serviços de saúde particulares em Campinas e já estão curadas. Veja os detalhes:
Sorotipo 2
– Mulher, 39 anos, coleta de exame em 3 de janeiro, residente na região Sudoeste.
– Mulher, 37 anos, coleta de exame em 10 de janeiro, residente na região Leste
Sorotipo 3
– Mulher, 14 anos, coleta de exame em 18 de janeiro, residente na região Suleste
Conforme a pasta de Saúde, como o Adolfo Lutz avalia somente alguns casos, não é possível afirmar se estas foram as primeiras infecções em Campinas para os subtipos 2 e 3 da dengue, “nem precisar a quantidade de casos de cada um”.
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O que muda com a circulação de três tipos de dengue?
Desde 1º de janeiro, Campinas registra 1.949 infectados e nenhum óbito, conforme a atualização das estatísticas divulgada pela secretaria nesta terça (6). Como a metrópole só havia registrado o sorotipo 1 até o momento, a partir de agora a preocupação é que as novas confirmações tenham mais gravidade.
O temor é confirmado pela diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben, que teme que as internações pela doença evoluam para mortes. “Esta é a primeira vez em que três sorotipos da dengue circulam de maneira simultânea em Campinas, o que aumenta o risco de casos graves e de as pessoas se infectarem com um vírus que não têm imunidade”, alerta a doutora.
Por enquanto, não há identificação do sorotipo 4 da dengue em Campinas. O vírus não é registrado na cidade desde 2014, mas existe hoje em outras cidades.
Quais são os públicos mais vulneráveis à dengue?
Segundo a Saúde municipal, os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com estes sorotipos. “Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior”, informa o comunicado oficial. Com isso, a circulação de três tipos de dengue pode gerar infecções mais graves.
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Prefeitura pede que moradores recebam as equipes
Devido à alta de casos de dengue, Campinas enviou equipes para vistorias em 18,4 mil imóveis. Ao todo, quatro mutirões foram realizados em 2024, além de ações para orientar a população e eliminar criadouros do Aedes aegypti.
“É importante que a população abra cada vez mais suas portas para os agentes da Saúde e colaborem fazendo sua parte na eliminação semanal de focos de água parada. Além disso, que procure de maneira correta assistência médica se apresentar sintomas. Queremos evitar casos graves da doença”, argumenta o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.
Como está a vacinação contra a dengue?
Em janeiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), enviou um ofício ao Ministério da Saúde para reivindicar a entrega de vacinas contra a dengue. A medida ocorreu após o município ficar fora da lista de locais contemplados com a primeira remessa. Para Dário, a medida não considerou que a cidade atende a maioria dos requisitos para receber o imunizante.
Quais os sintomas e o que fazer?
Ainda conforme o alerta emitido pela pasta de Saúde, “caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações”.
“Por outro lado, se apresentar tontura, dor de abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA (Unidade de Pronto Atendimento)”, conclui a nota.
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