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CotidianoDenúncias de abuso sexual contra líder espiritual em terreiro sobem para 17 em Hortolândia

Denúncias de abuso sexual contra líder espiritual em terreiro sobem para 17 em Hortolândia

Detido em Hortolândia, Eduardo Santana atuava em terreiro de umbanda e segue preso preventivamente; menor de idade está entre as vítimas 

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Eduardo Santana foi preso preventivamente por suspeita de abuso sexual, em Hortolândia (Foto: Reprodução/EPTV)
Eduardo Santana foi preso preventivamente por suspeita de abuso sexual, em Hortolândia (Foto: Reprodução/EPTV)

Subiu para 17 o número de denúncias contra o líder religioso Eduardo Santana, de 36 anos, preso preventivamente por suspeita de abuso sexual contra frequentadoras de um terreiro de umbanda de Hortolândia. Segundo o delegado titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) do município, José Regino, mais vítimas entraram em contato com ele na tarde desta segunda-feira (20).

Segundo as investigações, depois de usar falsos argumentos religiosos para convencer as vítimas de que poderia tocá-las e ter relações sexuais com elas, Santana usava uma cachoeira da região e uma sala do terreiro para os crimes.

Além disso, ele manipulava, exercia uma posição de poder e se aproveitava da proximidade com as mulheres para cometer os abusos sexuais e gerar medo.

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“Ele induzia elas a praticar atos libidinosos, relatam que em um dos rituais, ele combinava um horário, por volta da meia-noite, em um riacho, uma cachoeira, e arrancava as roupas das vítimas. As vítimas alegam que ele passava a mão nas partes íntimas delas”, detalhou o responsável pelo caso à EPTV Campinas.

Ainda de acordo com Regino, três testemunhas que trabalhavam com Eduardo, inclusive durante os cultos, foram identificadas e intimadas para comparecerem à delegacia. Assim como as denunciantes, elas devem depor nos próximos dias.

MANIPULAÇÃO

Uma das mulheres que foi vítima do líder espiritual revelou à Polícia Civil como o investigado agia com os frequentadores do centro de umbanda e como manipulava as mulheres para que elas pensassem que os assédios e abusos faziam parte dos rituais.  Em entrevista exclusiva à EPTV Campinas, sem se identificar, a vítima explica que ele sempre se mostrou uma pessoa inteligente. “Ele vinha, se aproximava. E ele ia controlando a nossa cabeça”, explicou ela.

A mulher diz ainda que Santana criava um cenário que fazia ela e outros frequentadores acreditarem que aquilo era a religião. Além disso, não os deixava visitar outros terreiros, nem conversar com outras pessoas da religião. “Usava a espiritualidade para colocar medo, para que as pessoas o temessem e temessem o que pudesse acontecer”, afirma (LEIA A NOTÍCIA COMPLETA AQUI).

MENOR DE IDADE

Uma adolescente de 16 anos também prestou depoimento na manhã desta segunda-feira. Segundo o delegado, a adolescente que prestou depoimento hoje foi violentada há dois anos, mas só revelou o que aconteceu após ficar sabendo dos relatos de outras vítimas. Ele conta que o investigado, conhecido como “Pai Du”, se aproveitou na época da proximidade com a família da jovem.

Na época, a vítima teria falado com a mãe que não queria mais ficar no local junto com o homem, mas não revelou o motivo, e somente após as reportagens resolveu prestar o depoimento. (LEIA A NOTÍCIA COMPLETA AQUI).

Homem foi preso após denúncias de abuso sexual em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)
Homem foi preso após denúncias de abuso sexual em Campinas (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

OUTROS CASOS

Preso enquanto se preparava para uma sessão religiosa, Santana disse aos policiais que responde a um processo por assédio em Americana, onde foi professor de música, mas disse não saber das outras denúncias recentes. Conforme a DDM, o processo de assédio citado por ele é de 2014, quando dava aulas de violão e molestou uma adolescente. Não há mais detalhes deste caso.

José Regino explica que os crimes passaram a ser investigados com a análise de vários boletins de ocorrência semelhantes, o que gerou suspeita da DDM. Depois disso, as vítimas foram chamadas e ouvidas e a investigação foi aberta.

“Ele induzia elas a praticar atos libidinosos, relatam que em um dos rituais, ele combinava um horário, por volta da meia-noite, em um riacho, uma cachoeira, e arrancava as roupas das vítimas. As vítimas alegam que ele passava a mão nas partes íntimas delas”, afirma ainda Regino, detalhado os abusos à EPTV.

Ainda conforme o delegado, mais vítimas foram ouvidas, mas tinham medo de dar detalhes sobre os casos, pois o investigado as coagia, falando que tudo fazia parte dos rituais e não poderia ser revelado. Além disso, alegava que o procedimento não daria certo se as vítimas relatassem os fatos para alguém.

PRISÃO E INQUÉRITO

Segundo José Regino, o inquérito deve ser concluído em 10 dias e o líder religioso deve seguir preso. Como o mandado é preventivo e possui validade de 90 dias, a prisão deve ser prorrogada. No dia 18, quando foi preso, Santana pediu por um advogado e não ofereceu resistência. Depois de levado à cadeia de Hortolândia, ele foi transferido à cadeia pública de Sumaré, onde permanece. 

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