Subiu para 17 o número de denúncias contra o líder religioso Eduardo Santana, de 36 anos, preso preventivamente por suspeita de abuso sexual contra frequentadoras de um terreiro de umbanda de Hortolândia. Segundo o delegado titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) do município, José Regino, mais vítimas entraram em contato com ele na tarde desta segunda-feira (20).
Segundo as investigações, depois de usar falsos argumentos religiosos para convencer as vítimas de que poderia tocá-las e ter relações sexuais com elas, Santana usava uma cachoeira da região e uma sala do terreiro para os crimes.
Além disso, ele manipulava, exercia uma posição de poder e se aproveitava da proximidade com as mulheres para cometer os abusos sexuais e gerar medo.
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“Ele induzia elas a praticar atos libidinosos, relatam que em um dos rituais, ele combinava um horário, por volta da meia-noite, em um riacho, uma cachoeira, e arrancava as roupas das vítimas. As vítimas alegam que ele passava a mão nas partes íntimas delas”, detalhou o responsável pelo caso à EPTV Campinas.
Ainda de acordo com Regino, três testemunhas que trabalhavam com Eduardo, inclusive durante os cultos, foram identificadas e intimadas para comparecerem à delegacia. Assim como as denunciantes, elas devem depor nos próximos dias.
MANIPULAÇÃO
Uma das mulheres que foi vítima do líder espiritual revelou à Polícia Civil como o investigado agia com os frequentadores do centro de umbanda e como manipulava as mulheres para que elas pensassem que os assédios e abusos faziam parte dos rituais. Em entrevista exclusiva à EPTV Campinas, sem se identificar, a vítima explica que ele sempre se mostrou uma pessoa inteligente. “Ele vinha, se aproximava. E ele ia controlando a nossa cabeça”, explicou ela.
A mulher diz ainda que Santana criava um cenário que fazia ela e outros frequentadores acreditarem que aquilo era a religião. Além disso, não os deixava visitar outros terreiros, nem conversar com outras pessoas da religião. “Usava a espiritualidade para colocar medo, para que as pessoas o temessem e temessem o que pudesse acontecer”, afirma (LEIA A NOTÍCIA COMPLETA AQUI).
MENOR DE IDADE
Uma adolescente de 16 anos também prestou depoimento na manhã desta segunda-feira. Segundo o delegado, a adolescente que prestou depoimento hoje foi violentada há dois anos, mas só revelou o que aconteceu após ficar sabendo dos relatos de outras vítimas. Ele conta que o investigado, conhecido como “Pai Du”, se aproveitou na época da proximidade com a família da jovem.
Na época, a vítima teria falado com a mãe que não queria mais ficar no local junto com o homem, mas não revelou o motivo, e somente após as reportagens resolveu prestar o depoimento. (LEIA A NOTÍCIA COMPLETA AQUI).
OUTROS CASOS
Preso enquanto se preparava para uma sessão religiosa, Santana disse aos policiais que responde a um processo por assédio em Americana, onde foi professor de música, mas disse não saber das outras denúncias recentes. Conforme a DDM, o processo de assédio citado por ele é de 2014, quando dava aulas de violão e molestou uma adolescente. Não há mais detalhes deste caso.
José Regino explica que os crimes passaram a ser investigados com a análise de vários boletins de ocorrência semelhantes, o que gerou suspeita da DDM. Depois disso, as vítimas foram chamadas e ouvidas e a investigação foi aberta.
“Ele induzia elas a praticar atos libidinosos, relatam que em um dos rituais, ele combinava um horário, por volta da meia-noite, em um riacho, uma cachoeira, e arrancava as roupas das vítimas. As vítimas alegam que ele passava a mão nas partes íntimas delas”, afirma ainda Regino, detalhado os abusos à EPTV.
Ainda conforme o delegado, mais vítimas foram ouvidas, mas tinham medo de dar detalhes sobre os casos, pois o investigado as coagia, falando que tudo fazia parte dos rituais e não poderia ser revelado. Além disso, alegava que o procedimento não daria certo se as vítimas relatassem os fatos para alguém.
PRISÃO E INQUÉRITO
Segundo José Regino, o inquérito deve ser concluído em 10 dias e o líder religioso deve seguir preso. Como o mandado é preventivo e possui validade de 90 dias, a prisão deve ser prorrogada. No dia 18, quando foi preso, Santana pediu por um advogado e não ofereceu resistência. Depois de levado à cadeia de Hortolândia, ele foi transferido à cadeia pública de Sumaré, onde permanece.
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