Antes mesmo de serem concluídas, as alterações já realizadas pela obra de requalificação da Avenida Campos Sales, no Centro de Campinas, não agradaram pedestres que passam pelo local diariamente. A obra está em fase final, apesar de ter prazo inicial para ser concluída em janeiro deste ano, mas boa parte das mudanças propostas podem ser visualizadas pelos moradores de Campinas há um certo tempo.
Em mensagens enviadas ao acidade on Campinas, moradores questionaram mudanças mais “drásticas” que foram feitas pelo projeto de requalificação da avenida ou que impactaram de certa forma a rotina das pessoas que costumam passar por uma das principais vias dos Centro.
Entre os principais questionamentos, estão:
- Postes de semáforo e caixas de transformador posicionados dentro da avenida;
- Remoção das linhas e pontos de ônibus do lado direito;
- Bancas comerciais ocupando parte da via;
- Ciclofaixa com curvas em alguns trechos;
- “Bolas de concreto” espalhadas pela avenida.
“Ao meu ver, essa obra trouxe mais dor de cabeça e prejuízo para todas as pessoas do que efetivamente uma facilidade”, disse uma moradora do Centro.
O que diz a Emdec sobre as mudanças feitas pela obra na Campos Sales?
Procurada pelo acidade on Campinas, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), responsável pela gestão da obra, respondeu aos questionamentos enviados pelos moradores de Campinas sobre a requalificação da Campos Sales. A empresa define que uma das principais diretrizes do projeto é uma “mudança em relação à cultura de prioridade aos veículos motorizados”.
Além disso, destacou que a iniciativa “busca a melhor distribuição dos espaços entre os usuários da via, priorizando a mobilidade ativa (pedestres e ciclistas)”. “As propostas foram alinhadas com a Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas) e atendem a pedidos dos comerciantes da região”, disse.
Veja quais foram as respostas da Emdec para cada um dos questionamentos:
Postes de semáforo e caixas de transformador posicionados dentro da avenida
A empresa explicou que foram adotados conceitos de urbanismo tático e o alargamento dos passeios ocorreu por meio de elementos de sinalização, em vez do tradicional deslocamento das guias, “para minimizar impactos e agilizar a obra”.
Por conta disso, na área onde houve a extensão dos passeios, foram colocados dispositivos que tradicionalmente ficariam na calçada e “impactariam a circulação dos pedestres”, entre eles transformadores, quadros de distribuição da rede elétrica, bancas de comércio, paisagismo e, também, as colunas semafóricas.
“A localização desses elementos evita justamente os vários pontos de estrangulamento que prejudicavam a mobilidade dos pedestres”, afirmou a Emdec.
Remoção das linhas e pontos de ônibus do lado direito da Campos Sales
Diante da remoção das 28 linhas de ônibus com veículos que realizavam embarque e desembarque à direita da via, a explicação da Emdec é que foi “uma medida necessária para que a via comportasse com segurança os diversos modais de transporte, em especial os ativos”, como é o caso das bicicletas e patinetes, por exemplo. Dessa forma, a mudança buscaria evitar conflitos na circulação de pedestres, ciclistas e ônibus do transporte coletivo.
Bancas comerciais ocupando parte da via
Sobre a existência de bancas comerciais ocupando parte da Avenida Campos Sales, como pode ser visto na altura da loja Dragão de Ouro e da Praça Guilherme de Almeida, a empresa retoma a diretriz de não priorizar os carros no desenho das vias, e afirmou que os elementos na avenida foram “redistribuídos de modo mais equilibrado entre seus diversos usuários”.
Ciclofaixa com curvas em alguns trechos
Segundo a Emdec, as curvas da ciclofaixa na Campos Sales buscam abrigar, na extensão do passeio, as bancas, baias de estacionamento e os elementos de paisagismo. “Além disso, esse desenho favorece a segurança e reduz o risco de acidentes, já que induz à redução das velocidades praticadas pelos ciclistas”, disse.
“Bolas de concreto” espalhadas pela avenida
Por fim, em relação às “bolas de concreto” estranhadas por alguns moradores, a Emdec explicou que são balizadores de tráfego, instalados nos pontos que tiveram ampliação do passeio. Esses elementos são uma medida para reduzir a velocidade praticada pelos veículos, em especial nos raios de curva, e têm o papel de separar e proteger não apenas os ciclistas dos veículos motorizados, mas também os pedestres, nos cruzamentos, segundo a empresa.
Quando a obra da Campos Sales vai terminar?
Questionada se a reforma da Campos Sales será finalizada até o fim de fevereiro ou se há um novo prazo, a Emdec retornou com a mesma explicação fornecida no início deste mês.
A obra estava prevista para durar 12 meses, conforme anunciado em janeiro do ano passado. Porém, a empresa destaca que o projeto ficou interrompido por cerca de 23 dias no final do ano, o que, somado ao alto volume de chuvas, pode ter impactado no avanço da obra.
Dessa forma, a empresa defende que o projeto ainda está dentro do cronograma previsto, com as obras de revitalização em fase final.
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