As audiências da Vara do Júri de Campinas marcadas para o mês de outubro estão sendo reagendadas por conta da transferência da unidade do Palácio da Justiça para a Cidade Judiciária. O prédio histórico, com reforma parada desde 2020, está em processo de desocupação para ser devolvido ao Estado, iniciativa anunciada em agosto deste ano.
Segundo o TJ-SP (Tribunal da Justiça de São Paulo), responsável pelo imóvel até então, todo o processo de mudança tornou inviável a manutenção das datas. Ao todo, foram adiadas 20 audiências e 8 júris, incluindo a da morte do jovem Andrew Silva Jaroczinski, de 19 anos, que foi esfaqueado após uma briga no bar Buteco Velho Casarão, no Centro, em 2020.
O caso tinha audiência marcada para este mês, mas que precisou ser adiada para dia 19 de fevereiro de 2025 (saiba mais abaixo).
Adiamentos causados pela mudança do Palácio da Justiça
Ainda de acordo com a nota, o TJ-SP explica que a unidade tomou todas as providências para o remanejamento das sessões para os dias mais próximos possíveis, algumas neste ano, com prioridade aos casos que envolvem réus presos, conforme determina a legislação. Já as atividades cartorárias seguem funcionando durante o período de transição e não há suspensão de prazos.
Veja como fica a situação da Vara do Júri durante a transferência do Palácio da Justiça:
- Os júris e audiências de outubro foram adiados, sendo 20 audiências e 8 júris;
- Os júris e audiências de novembro estão mantidos;
- O Cartório do Júri já está funcionando na Cidade Judiciária, Bloco D.
O TJ-SP destaca que a transferência dos serviços do Palácio da Justiça para a Cidade Judiciária envolve mobiliário, equipamentos de informática, documentos e pertences, readequação do novo espaço e cumprimento dos atos processuais necessários à realização das audiências no novo endereço.
Caso Andrew
Com o adiamento, a audiência do caso envolvendo Andrew Silva Jaroczinski deve ocorrer em 19 de fevereiro de 2025, mais de cinco anos depois da morte do jovem.
A reportagem do acidade on conversou com a mãe de Andrew, Aparecida de Fátima Silva, que comentou sobre como o adiamento da audiência abala a família. Para ela, deveria ter sido feito um planejamento sobre as mudanças envolvendo a Vara do Júri para que o reagendamento ocorresse o quanto antes.
“A gente tem dois sofrimentos: o da ausência dele, que essa não tem como, a gente vai ter que conviver para o resto das nossas vidas; e o outro por conta da injustiça e da impunidade. (…) A gente sofre com antecedência e sofre quando acontece uma coisa dessa, que chega a adiar. É muito difícil, eu fico abalada, os irmãos dele ficam abalados, mexe muito com a gente”, comentou a mãe.
Andrew foi morto na noite de um sábado, dia 9 de fevereiro de 2020, após uma briga no bar Buteco Velho Casarão, localizado na região central, próximo a outros bares movimentados, como o Camp Chopp. O jovem de 19 anos foi ferido com um golpe de faca e morreu no dia seguinte, no Hospital Municipal Doutor Mário Gatti. Além dele, outros dois rapazes também ficaram feridos na confusão.
À época em que houve o caso, a Polícia Civil apurou que a confusão geral ocorreu por conta de uma mancha de ketchup na roupa de um dos clientes do bar, seguida por uma discussão entre ele e funcionários. No entanto, Andrew não estava envolvido no fato que motivou a briga, ainda de acordo com as investigações iniciais.
“Meu maior medo é que esse caso caia no esquecimento. Eu prometi no velório dele que eu iria lutar por justiça até o último dia da minha vida”, finalizou Aparecida de Fátima Silva.
*Com informações de Bárbara Gasparelo/EPTV
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