Uma operação conjunta da Polícia Civil e do Detran.SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) contra uma quadrilha que praticava fraudes no sistema de multas realizou ações em Campinas nesta sexta-feira (23).
Não se sabe onde o trabalho foi cumprido na cidade. Além de Campinas, Capivari, Salto, Peruíbe e Itanhaém também foram alvos dos oitos mandados de busca e apreensão. Ao todo, a operação teve oito ações nesses municípios.
As investigações identificaram que o sistema eletrônico do departamento de trânsito era alterado. Em troca da anulação, os criminosos cobravam 20% da multa. Em um ano, mais de R$ 200 milhões em infrações teriam sido apagados.
Segundo o delegado da 1ª Delegacia Seccional de São Paulo, Fábio Daré, o esquema funcionava através de despachantes, que acionavam a mulher apontada como chefe do esquema criminoso, que morava em Salto.
“As pessoas comuns procuravam despachantes pedindo pra adulterar a multa. Esses despachantes a procuravam e o grupo, através de uma senha master, conseguia eliminar essa multa depois que 20% dos valores eram pagos”, diz.
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MOTORISTAS IDENTIFICADOS
A polícia já tem uma lista com 600 nomes de motoristas que usaram o sistema fraudulento para não pagar as multas de trânsito. Todos terão que se explicar à Justiça e podem cumprir até cinco anos de prisão por falsidade ideológica.
Com base na lista, o Detran.SP informou que “já inseriu bloqueios em seu sistema para que não seja possível efetuar nem o licenciamento nem a transferência desses veículos, para que os envolvidos não possam se beneficiar”.
“Vale ressaltar que a pontuação na CNH em nenhum momento da fraude foi desvinculada do prontuário dos proprietários dos veículos”, alega o texto.
A APURAÇÃO
Apesar da estimativa, o departamento de trânsito e a Polícia Civil ainda farão um levantamento para determinar o valor total que foi desviado pelo grupo.
“A operação é continuidade da investigação iniciada em 2020, quando o esquema foi descoberto”, diz o diretor de Fiscalização do Detran, Juan Sanchez.
Segundo o Detran.SP, um dos alvos da operação é uma mulher que atuava em conjunto com um ex-diretor do órgão, exonerado em dezembro de 2020 depois que o departamento órgão descobriu a fraude “por meio de auditoria interna”.
Ela já foi indiciada pela Polícia Civil pelo crime de corrupção ativa. Em fevereiro deste ano houve a prisão de outra integrante da quadrilha. Na ocasião, foram colhidas as provas que serviram de base para a ação deflagrada nesta quinta.
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