Com informações de Tiago Américo/EPTV Campinas
Um casal brasileiro que vive em Portugal foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) contra a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas nesta quinta-feira (23). O homem e a mulher são de Campinas, trabalham agenciando jogadores de futebol e tiveram endereços visitados para o cumprimento de três mandados de busca e apreensão com apoio das autoridades portuguesas.
As ações aconteceram na cidade de Maia, em Portugal, e tiveram participação da Polícia Judiciária do país europeu em conjunto com peritos criminais da PF. “Os indícios até então colhidos apontam que o casal matinha estreita ligação com o principal investigado e movimentou milhões de reais a pedido deste. A Justiça Federal autorizou o bloqueio de bens e valores encontrados”, diz o órgão.
Por que não foram presos?
Apesar de terem sido feitos pela PF, os pedidos de prisão dos dois investigados não foram aceitos pelo MPF (Ministério Público Federal) e a Justiça Federal. Com isso, o delegado chefe da Polícia Federal de Campinas, Edson Geraldo de Souza, explica que a empresa mantida por eles será alvo de análises para identificar irregularidades em transações e movimentações financeiras.
“Nós estamos na 7ª fase da Operação Overload. No início, nós investigávamos o tráfico de drogas através do aeroporto de Viracopos. Depois disso, nós passamos a investigar a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Esse casal em Portugal é resultante da análise dessas fases. Nós identificamos movimentações entre as empresa deles na Europa e as empresas do principal investigado”, explica ele.
Qual o objetivo da operação?
Além do trabalho fora do Brasil, outras 10 ações aconteceram em cidades do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. No estado, inclusive, quatro dos endereços ficam em Campinas e foram vistoriados pelas equipes federais com apoio de policiais militares do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) Em um deles, um carro foi apreendido. Em outro, a PF apreendeu documentos.
A Polícia Federal afirma que as ações de hoje tiveram “por objetivo identificar bens obtidos com proventos oriundos das atividades da organização criminosa e outros envolvidos que tenham autorizado o uso de seus nomes para ocultá-los.” Entre as atividades usadas pelos criminosos, além do agenciamento de jogadores e do comércio de água, estão vendas de mármores e de viagens.
Como era o esquema?
O homem apontado como responsável pelo esquema de tráfico de drogas é Roberley Eloi Delgado, que também é de Campinas e está preso desde 2021. Ele usava uma empresa de distribuição de água como fachada e criou um esquema que utilizava a logística dos aeroportos internacionais de Viracopos, em Campinas, e de Guarulhos para enviar remessas de drogas para a Europa.
O crime contava com o envolvimento de empregados de empresas terceirizadas, funcionários de companhias aéreas e de membros das forças de segurança pública. O modus operandi da organização criminosa foi detalhado desde 2020. Desde então, seis fases de investigação foram feitas para detalhar mais sobre os crimes e identificar outros envolvidos. Ao todo, 16 pessoas são investigadas.
Roberley foi condenado a mais de 130 anos de cadeia pelos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, mas segue sendo investigado. Em setembro deste ano, familiares dele também receberam sentenças. Somadas, as penas chegaram a 206 anos de prisão. Além da esposa dele, Gislaine da Silva, que foi condenada a 35 anos de prisão, outros cinco parentes envolvidos também receberam penas.
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