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CotidianoPolícia conclui inquérito e responsabiliza quatro por ‘rolezinho’ de motos que matou 3

Polícia conclui inquérito e responsabiliza quatro por ‘rolezinho’ de motos que matou 3

Acidente aconteceu no mês passado na Rodovia Sanros Dumont; relembre o caso

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A Polícia Civil de Campinas informou nesta segunda-feira (28) que concluiu o inquérito que apurava o “rolezinho” de 200 motos que terminou com a morte de três pessoas no mês passado. O acidente aconteceu na Rodovia Santos Dumont (SP-075), sentido Indaiatuba, quando houve um engavetamento entre motos na rodovia durante a madrugada.

Ao todo, quatro pessoas foram responsabilizadas. Duas são motociclistas que conduziam as motos onde duas das vítimas fatais estavam na garupa. Os outros dois indiciados são os organizadores do evento.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Luiz Fernando Marucci, os responsáveis pelo evento confessaram a divulgação do evento e informaram que tinham o perfil há oito anos (leia mais abaixo).

Segundo a polícia, cerca de 30 pessoas ficaram em acidentes provocados no evento que reuniram cerca de 200 motos. Os feridos procuraram atendimento em hospitais da cidade. Já as três vítimas fatais foram:

  • Bruna Maldonado Martins, de 33 anos,
  • Diogo Henrique Pereira, de 19 anos e
  • Leonardo Souza Gomes, de 29 anos.


Bruna e Diogo eram garupas das motos, que eram conduzidas por homens identificados como Thiago Henrique e Joao Leonardo. Os dois vão ser responsabilizados pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Já Leonardo, estava sozinho em uma moto.

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O acidente ocorreu na madrugada de sábado, dia 22 de julho, por volta das 2h, na altura do km 72. Quando o grupo chegou à Rodovia Santos Dumont houve um engavetamento seguido de atropelamento entre as motos do grupo. Alguns motociclistas perderam o controle do veículo na aglomeração, duas mulheres e um homem morreram após as colisões.

Como começou?

Segundo a polícia, o evento foi organizado por um perfil nas redes sociais, identificado como ‘Taca Marcha 019’. O perfil, com milhares de seguidores, teria divulgado o evento do “rolezinho” no Instagram e demais redes sociais, sem cobrar taxa para participar.

A princípio, o ponto de encontro dos motoqueiros seria um campo de futebol no bairro Padre Manoel da Nobrega, mas viaturas cruzaram com motociclistas, dispersando os motoqueiros em grupo.

Segundo o delegado, os responsáveis pelo evento, identificados como Gabriel e William, de 25 e 27 anos, confessaram a divulgação do evento e informaram que tinham o perfil há oito anos.

Os responsáveis indicaram que houve um segundo chamado através de grupos de WhatsApp, mas a polícia apurou que pela grande quantidade de motos o grupo acabou se fragmentando.

Um dos grupos encabeçados pelos organizadores seguiu o roteiro por rodovias, passando pelo Anel Viário Magalhães Teixeira, quando um dos administradores se envolveu em acidente leve e então os dois encerraram a participação no evento, indo para o Hospital Beneficência Portuguesa.

Já o grupo que se envolveu no acidente fatal seria encabeçado por outras pessoas, que ainda não foram identificadas.

Passagens de motos

Muitos moradores de Campinas filmaram a passagem das motos em diversos bairros durante a madrugada por causa do barulho dos escapamentos das motos. Imagens registradas pela cidade também mostraram várias irregularidades, como motociclistas empinando ou até andando na contramão de vias. Muitos motoristas que passavam perto do grupo tiveram que tomar cuidado para não se envolverem em acidente com o grupo.

Como o acidente foi causado?

Segundo o delegado, o acidente foi provocado após um dos motociclistas que seguia no grupo que trafegava pela Santos Dumont tentou fazer uma frenagem, perdendo o controle da moto. Com as motos muito próximas e em alta velocidade, aconteceu a tragédia.

“Nós identificamos uma pessoa que visualmente presenciou o momento que um dos motociclistas tentou fazer a frenagem da motocicleta, perdeu o controle e acabou colidindo com a traseira da motocicleta que estava à vítima Bruna. Ela foi projetada ao chão e na sequência diversas motocicletas acabaram se envolvendo no acidente, uma passando por cima do outro, causando acidentes em série”, disse o delegado. Segundo a polícia, essa pessoa ainda não foi identificada.

Segundo Marucci, após os acidentes houve evasão em massa, e muitos feridos não esperaram por socorro. “Nós oficiamos os hospitais e identificamos que aproximadamente 30 pessoas se lesionaram por esses acidentes e procuraram socorro por conta própria”, disse.

O inquérito

Até agora, 10 pessoas foram ouvidas e as responsabilizações principais foram colocadas nos seguintes acusados:

  • Gabriel e William (que não tiveram os sobrenomes revelados) – responsáveis pelo perfil que organizou o evento. Eles devem responder pelo artigo 132, de expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. A pena é de três meses a um ano, mas eles vão responder o processo em liberdade.
  • Thiago Henrique e Joao Leonardo (também não tiveram o sobrenomes revelados) – condutores das motocicletas onde as vítimas Bruna e Diogo morreram. Eles vão responder pelo artigo 302, de homicídio culposo (sem intenção de matar) na direção de veículo automotor. Além disso, João vai ser responsabilizado por ter o emplacamento da moto adulterado.

“Distribuímos algumas responsabilizações, entre elas dos dois administradores do perfil. Eles não estão sendo atribuídos ao resultado morte, porque não estavam no local, mas a Polícia Civil entende que eles foram no mínimo imprudentes, assumiram o risco por divulgar um passeio em um grupo com mais de 50 mil pessoas, insistiram com o passeio mesmo após a polícia chegar, e colocaram em risco a integridade de outras pessoas. Já os outros dois tem uma vinculação direta por serem os condutores da motocicleta”, explicou o delegado.

Segundo o delegado, novos inquéritos podem ser abertos porque foram muitos feridos e ainda houve muitas placas que foram adulteradas. Marucci ainda fez alerta sobre esse tipo de evento.

“É totalmente reprovável, o que aconteceu alí foi um evento de grandes proporções. Toda vez que buscam uma aglomeração, reunião de pessoas, o que é totalmente lícito, é necessário que as autoridades sejam comunicadas para ter organização e para que situações como essa não ocorram mais”, finalizou

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