Acusado de ameaçar alunos com uma faca durante uma briga em outubro do ano passado dentro do campus da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o professor do Instituto de Matemática da instituição, Rafael de Freitas Leão teve a demissão publicada hoje (2) no Diário Oficial do Estado.
Leão estava afastado do cargo desde a época do caso. Ele aparece em um vídeo que mostra parte da confusão e que foi amplamente divulgado nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver o docente e um estudante brigando, até que um segurança separa os dois e consegue pegar a faca (clique aqui e veja).
Na ocasião, depois de ser retirado do local, ele foi levado para a delegacia. No mesmo dia, a reitoria da universidade repudiou o ato e disse que a conduta do funcionário seria analisada. O processo aconteceu nos últimos seis meses e teve o desfecho divulgado oficialmente na manhã desta terça no Diário Oficial.
Procurada, a defesa do professor ainda não se manifestou. O texto será atualizado assim que isso ocorrer.
Professor deu sua versão após ser acusado de ameaçar alunos
Na época, os alunos disseram que foram ameaçados e agredidos depois que foram até a sala onde Rafael dava aula para chamar mais estudantes para uma manifestação contra a privatização de órgãos estaduais e a falta de qualidade das instituições. O docente, porém, alegou que usou a faca para se defender.
A acusação foi feita pelo aluno Gustavo Bispo, de 20 anos, que era diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes). Segundo Bispo, além dele, outro estudante teria sido agredido. No vídeo publicado nas redes, a briga acontece ao lado de uma grade, em um andar superior de um dos prédios da universidade.
Leão também registrou um boletim de ocorrência. No documento, afirmou que foi atacado e que já havia sofrido ameaças de alunos. Por esse motivo, fez uma representação contra um grupo de estudantes em 2016 e, desde então, havia decidido portar um frasco de spray pimenta e uma faca para garantir sua defesa.
Ainda segundo a versão dele, ao chegar na sala viu um grupo de jovens aglomerados na entrada, momento em que Gustavo teria investido contra ele, comunicando que não haveria aula por causa da manifestação daquele dia. No boletim, o professor afirma ainda que foi empurrado no chão, teve lesões na cintura e, com medo de ser linchado teria usado o spray contra os estudantes.
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